Mais um ano desenvolveu-se com sucesso a marcha a Teixeiro. Mais de setenta solidárias deslocaram-se até a capital do Concelho de Curtis para berrarem as palavras de ordem que já ser tornarom habituais nos arredores do cárcere: os cárceres som centros de extermínio, as presas agora queremos vê-las fora, até aqui chega o cheiro das torturas em Teixeiro, presas a rua a luita continua, etc.
A jornada decorreu com tranquilidade e as participantes puderom contatar visualmente com as prisioneiras, conhecidas e anónimas, que dentro dos muros resistem e luitam contra um estado-prisom de pessoas, de povos e de luitas. A seguir, foi lido um comunicado pola ex-presa independentista Maria Osório, no qual houvo espaço para a lembrança da luita das presas/os políticas/os galegas/os, mas também para a de todas aquelas pessoas que padecem este castigo inumano pola sua posiçom social dentro do Capitalismo.
Lembrança ao Coletivo de Presas/os Independentistas Galegas/os
O CPIG continua luitando polas suas legítimas reivindicaçons. Através das suas acçons reclamam ser transferidos a Galiza e exigem também umha melhora geral nas condiçons de vida da prisom. Nesta prisom de Teixeiro, lembra a militante independentista, encontra-se encarcerado Roberto Rodriguez Fialhega, cumprindo umha condena de 13 anos de prisom. A situaçom de isolamento total que viviu hai anos em Valladolid obrigou ao movimento solidário a artelhar umha resposta e denúncia da sua situaçom. Tais medidas fôrom efectivas e logrou-se o seu passo a módulo, demonstrando-nos que a mobilizaçom solidária é efectiva. Agora, continua, serám Asunçom Losada, Miguel Garcia e Antom Garcia os que vaiam padecer o rigor do primeiro grau em Madrid. Denúncia e solidariedade, lembra a portavoz, som fundamentais para nom deixar no olvido as presas independentistas galegas, presas por defender um futuro e umha Galiza livre para todas.
Greve de fame rotatória dos presos em luita
Desde o mês de Setembro está a coordenar-se em diferentes prisons do Estado espanhol umha greve de fame rotatória secundada por presos em luita. É umha acçom que se vém gestando no tempo e que tem como antecedente a celebraçom de jejeuns e outro tipo de actividades reivindicativas dentro e fora das prisons alomenos desde 2016. Remitindo-se à luita desenvolvida por organizaçons como a APRE ou a COPEL, estám a realizar greves de fame em base a umha tabela reivindicativa que é umha emenda total ao injusto e inhumano sistema penitenciário espanhol. Fim das torturas, erradicaçom dos FIES e encerramento dos departamentos de isolamento, fim da dispersom, serviços médicos nom adscritos a II PP, atençom adequada a doentes mentais, investigaçom e esclarecimento das mortes em prisom… e assi até um total de 13 reivindicaçons justas que estám a ser complementadas no exterior com palestras e difusom da situaçom das pessoas acolhidas a esta dinámica de luita.
A situaçom das mulheres em prisom: umha dupla condena
A situaçom das mulheres presas é outra das realidades que forom denunciadas. Se já a o sistema penintenciário é duro contra os homens, muito mais é-o no caso das mulheres. Cumprem umha dupla condena por serem mulheres e em vários sentidos. Porque nom fôrom boas mulheres, boas filhas, boas maes. Por isso devem ser castigadas. E porque dentro das prisons existem menos meios nos módulos para a atençom das mulheres. Relegadas ao módulo de mulheres anexo em prisons de homens, saem menos vezes às actividades, tenhem actividades menos variadas e som objecto de um tratamento machista e vejatório. A crise e os recurtes afectou à configuraçom dos módulos, assi que desaparecerom boa parte dos módulos de maes e a atençom médica específica (ginecológica) dentro das prisons. Em muitos casos só hai módulos de respeito para mulheres, assi que as presas que nom se adaptem ou nom queiram viver nestes tipos de módulos serám trasladadas. É um conjunto de situaçons que nos alertam e nos convida a denunciar a situaçom das mulheres presas como umha situaçom de especial vulnerabilidade.
O cárcere de Teixeiro: um centro de extermínio
Na prisom de Teixeiro levam contabilizados no período 1999-2010 até 13 casos de denúncias por torturas que se tenham conhecido. Junto com o penal da Lama, em território galego, regista um grave historial de irregularidades e denúncias que quase sempre som arquivadas sem saber o que sucede realmente. O observatório para os direitos e liberdades ESCULCA tem solicitado ultimamente umha visita com a sua direcçom, mas negam-se a recebe-los. No 2011 a própria habitabilidade da prisom foi posta em questom por políticos do BNG sem resultado, brotes víricos, negativa a repartir informaçom para pessoas afectadas por hepatite C, etc. Um monte de denúncias e irregularidades sem esclarecer e polas que ninguém rende contas.
Especialmente graves som as mortes. Teixeiro, segundo os dados oficiais, está entre as prisons do Estado espanhol com maior número de mortes nom naturais. Nesta prisom desde o 2006 teriam morto por estas causas 76 presos. Entre elas está a morte de Pedro Escudero no passado Maio de 2019, quando estava no regime de isolamento para acudir a um juízo em qualidade de testemunha ao julgamento de vários funcionários deste mesmo penal que o teriam agredido violentamente em 2018. Estava doente de cancro, porém sofria o tratamento penitenciário mais duro. As circunstáncias da súa morte som quando menos suspeitosas, assi que a sua família se tem personado como acusaçom particular no julgado de Betanços que investiga esta morte para tratar de esclarecer os factos.
Fijo-se, para acabar, umha recordaçom em relaçom às pessoas que estám dentro do cárcere indicando que nom estám soas na defesa dos seus direitos. Só luitando por eles som respeitados, dentro e fora. Fijo-se, aliás, umha chamada às assistentes contra a impunidade, contra o sistema penitenciário homicida espanhol, contra o esquecimento e em favor da solidariedade e do activismo.
O encerramento do ato correu da mao de Xavier Buxeiro, cantor de Tecor Societário, que interpretou “De volta para Compostela”.