Esta semana está a celebrar-se em Compostela o Talentia Summit´19, um foro que tem como objetivo o descobrimento de talentos. Nele, mais de um cento de empresas estám a procurar por mao de obra qualificada para incorporar às suas estruturas. Além desta finalidade, o foro também terá umha funçom doutrinadora, pois contará com umha ampla série de conferências e cursos onde louvar a ideologia liberal do progresso individual e da meritocracia. Um dos palestrantes declarava ontem: “A tecnologia compra-se, a vantagem competitiva está em dispor de um equipo humano comprometido” em alusom ao chamado salário emocional.

Ainda que também há empresas galegas, a maioria som multinacionais com sede social fora da Galiza. Este tipo de jornadas contribuem a que novas caravanas de moços e moças qualificadas emigrem e se somem aos mais de médio milhom de pessoas que marchárom do País durante as duas últimas décadas, das que quase a metade delas tinham entre 16 e 34 anos.

Umha colónia

Se bem existem casos de emigraçom onde o motivo pode ser formoso, como pode ser a solidariedade internacionalista, onde podemos tomar como exemplo o caso recente de Baran Galiza, quem deu a vida luitando pola liberdade do kurdistam, estes som apenas excepçons.

No caso galego, durantes as últimas décadas o motivo principal é a precária situaçom económica e a falta de emprego. A causa? O papel que Espanha e o Capital lhe tenhem assignado a Galiza é o próprio de umha colónia, umha terra de onde tirar os recursos que precisa para o seu crescimento económico: matérias primas baratas, fontes de energia, mas também mao de obra.

E se durante muito tempo os migrantes galegos apenas tinham os estudos primários, hoje já nom é assim. Hoje umha parte importante da juventude galega que decide emigrar está altamente qualificada. E se já é dramático qualquer migraçom, a marcha de gente nova qualificada supom umha perda enorme que nenhuma naçom pode suportar durante muito tempo, pois com ela marcha também o esforço que tivo que fazer o conjunto da sociedade por formá-la. E com ela marcha também umha parte importante das possibilidades de liberaçom do País. O próprio feito de nom emigrar e ficar na Terra é já um ato de resisténcia.

Os dados

Desde o ano 1999 mais de 240 mil moços e moças galegas colhérom as malas e pusérom rumo ao estrangeiro. O motivo principal, nomeadamente na franja de 25 a 34 anos, é a procura de umha saída laboral que demonstra que o máximo da série histórica coincidiu com os anos mais duros da crise económica: de 2007 a 2013. Podem-se ver os dados com detalhe na tabela final.

Migraçom externa

Ano Total De 16 a 24 anos De 25 a 34 anos
1999 15.880 3.713 5.157
2000 17.281 4.038 5.649
2001 16.028 3.689 5.546
2002 22.877 4.225 7.992
2003 22.548 4.232 7.803
2004 22.645 3.911 8.070
2005 22.590 3.714 8.120
2006 25.281 3.941 9.090
2007 28.189 4.086 9.884
2008 26.916 3.740 9.534
2009 28.091 3.664 9.729
2010 28.842 3.559 9.777
2011 29.880 3.497 9.744
2012 29.441 3.357 9.316
2013 30.709 3.345 9.289
2014 30.154 3.398 8.966
2015 30.707 3.250 8.927
2016 29.532 3.205 8.539
2017 30.249 3.154 8.355
2018 30.366 3.410 8.396
TOTAL 518.206 73.128 167.883