Na primeira semana de setembro chegou às casas das suas assinantes o número 181 do jornal mensal de análise e informaçom crítica ‘Novas da Galiza’. Nesta ocasiom, a publicaçom dedica as suas páginas centrais a analisar a situaçom da língua galega, recolhendo vozes expertas e ideias para a luita pola defesa do nosso idioma.

O editorial, com o título ‘Um futuro anticapitalista para a defesa da língua’ denuncia a aceleraçom da imposiçom do castelhano na Galiza e mostra-se crítico com a evoluçom do nacionalismo hegemónico e com alguns setores reintegracionistas “cara a propostas mais pragmáticas que desligam a defesa da língua dumha crítica geral do sistema”. Após assinalar o sucesso de propostas como as escolas de ensino galego Semente, o editorial reflete que “a discriminaçom do galego é apenas umha das formas que o capitalismo toma na Galiza e a sua recuperaçom só será possível num cenário em que todas as outras opressons que sustentam o sistema forem também superadas”.

A primeira parte da reportagem, que assinam Isaac Lourido e Xian Naia, arredor da situaçom da língua expóm alguns dados sobre a castelhanizaçom, sobre todo nas camadas mais jovens, do nosso país. Analisa-se também a natureza social e cambiante dos preconceitos sobre o galego. Segundo indica o texto, os preconceitos mais arraigados na atualidade seriam os que discriminam o galego pola sua falta de utilidade prática ou os que falam de “imposiçom linguística”.

Na segunda parte da reportagem os autores exponhem como a denominada normalizaçom linguística foi mais bem umha normalizaçom do castelhano na Galiza e mostram-se críticos com a institucionalizaçom do nacionalismo hegemónico e as consequências no seu discurso sobre a defesa da língua. A continuaçom, analisa-se a recente reorientaçom da AGAL com a equiparaçom da sua proposta ortográfica histórica e o Acordo Ortográfico vigorante nos países de língua portuguesa. A reportagem remata colocando em confronto vozes que, por um lado, consideram que a defesa da língua tem que ir acompanhada de outras luitas e, por outro lado, vozes que acham preferível o trabalho autónomo de cada reivindicaçom.

Na última parte da reportagem, Lourido e Naia recolhem reflexons sobre o papel dos movimentos de base na defesa da língua, dedicando também espaço à Iniciativa Legislativa Popular Valentim Paz-Andrade, que seria transformada em lei em 2014 mas cujo desenvolvimento está encontrar-se com a faltra de interesse da executivo galego. Finalmente, fai-se mençom especial às escolas de ensino galego Semente que estám a crescer pola Galiza.

Outros conteúdos destacados

Nos seus conteúdos centrais, ‘Novas da Galiza’ recolhe também umha entrevista realizada por Zelia García ao ex-preso do GRAPO e do PCE-R Paco Cela. Aprisionado em 1981, 1985 e por última vez em 2007, Cela passou 33 anos em cárceres espanhois. Na entrevista, lembra os seus inícios na militância, assim como os diversos episódios de luita nas prisons. Este antifascista acha que atualmente “existem razons muito poderosas para continuarmos a manter as bandeiras que nos trouxerom até aqui”.

Na macroseçom O Bom Viver ocupa a capa um conteúdo sobre a batalha de Cambedo escrito por Maria Rodinho. Em 1946, a aldeia de Cambedo, em Chaves, foi atacada pola GNR portuguesa numha operaçom, que contava com a participaçom da Guardia Civil espanhola, contra guerrilha anti-franquista galega. Em julho, o ‘Novas da Galiza’ projetava o documentário ‘O Silêncio’, de José Alves Pereira e António Loja Neves, que recolhe as lembranças silenciadas da vizinhança de Cambedo arredor dessa data.