Um grupo de comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) anunciaram nesta quinta-feira (29) que vam voltar à luta armada em resposta ao que chamam de “traiçom do Estado colombiano aos Acordos de Paz”, que foram assinados em Havana em 2016.

Iván Márquez, Jesús Santrich e Hernán Darío Velásquez, conhecido como El Paisa, figérom o anúncio de que voltariam às atividades guerrilheiras. Márquez, que foi um dos negociadores em Havana, invocou o “direito universal dos povos de se levantarem em armas contra a opressom”.

“Desde a assinatura do Acordo de Paz de Havana e do desarme ingênuo da guerrilha a troco de nada, nom para a matança. Em dous anos, mais de 500 líderes do movimento social fôrom assassinados e já se somam 150 ex-guerrilheiros mortos no meio da indolência e da indiferença do Estado… tudo isso, a armadilha, a traição e a perfídia, a modificação unilateral do texto do acordo, o incumprimento dos compromissos por parte do Estado, as montagens judiciais e a insegurança jurídica obrigárom-nos a regressar ao monte. Nunca fomos vencidos, nem derrotados ideologicamente, por isso a luita continua. A história registrará nas suas páginas que fomos obrigados a retomar as armas”, dixo Márquez, num vídeo publicado no YouTube.

Aproximaçom com o ELN

Segundo o ex-número dous das FARC, o novo grupo armado procurará coordenar “esforços com os guerrilheiros do Exército de Libertaçom Nacional (ELN) e com aqueles camaradas que nom dobrárom as suas bandeiras”. Ainda que a maior parte das FARC se desmobilizasse, perto de 2.300 combatentes distribuídos em vários grupos componhem o chamado dissenso. O Exército de Libertação Nacional (ELN, em armas desde os anos 1960) era considerado até agora o último grupo guerrilheiro ativo na Colômbia, também com cerca de 2.300 membros e com uma forte influência na fronteira com a Venezuela.

Precisamente, o líder do Exército de Libertação Nacional (ELN) conhecido como “Uriel”, líder de uma das frentes mais ativas dessa guerrilha no departamento do Chocó (oeste da Colômbia), elogiou nesta quinta-feira o regresso às armas dos ex-líderes das FARC.

A Justiça Especial para a Paz da Colômbia (JEP), criado após o acordo firmado entre o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), decretou nesta quinta-feira a prisom do cinco dissidentes da guerrilha que anunciárom que retomarám à luita armada. “O tribunal ordenou revogar o benefício da suspensom das ordens de captura e das liberdades condicionais dos vinculados no ‘caso 1’ que aparecem no vídeo conhecido pela opiniom pública e no qual anunciam seu rearmamento”, explicou a JEP em comunicado. A JEP também ordenou que a Direçom de Investigaçom Criminal da Polícia Nacional da Colômbia inclua as ordens de prisom no Sistema de Informaçom de Antecedentes e Anotaçons (Sian).

Presidente de Colômbia acusa a Maduro

Iván Duque, presidente de Colômbia, manifestou decontado que isto nom representa o surgimento de uma nova guerrilha no país, mas sim dumha quadrilha apoiada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. “Os colombianos devem ter clareza que nom estamos diante do nascimento de uma nova guerrilha, mas sim frente a umha ameaça criminosa de umha quadrilha de narcoterroristas que conta com o abrigo e o apoio da ditadura de Nicolás Maduro”, dixo Duque no seu discurso.

As declaraçons do presidente colombiano seguem a manobra dos Estados Unidos contra Venezuela na sua campanha de asédio imperialista que manifestárom através de Elliott Abrams, enviado dos EUA para a Venezuela: “É uma grande preocupaçom. Parte dessa preocupaçom existe, de novo, porque parece que o regime de Caracas está fomentando esta atividade, em essência dando partes do país particularmente ao ELN”. De acordo com Abrams, a volta às armas desses guerrilheiros “danificará a situaçom de segurança no oeste da Venezuela e da Colômbia” e “significará que um maior número de migrantes terá que deixar a Venezuela”.

Atualmente, os EUA seguem considerando as FARC – que se tornou num partido político – como uma organizaçom terrorista, umha designaçom que impom sançons para os seus líderes e que deixa clara a oposiçom estado unidense ao processo de paz.