Faltam dous dias para que o cônclave dos sete países mais poderosos do globo se celebre em Biarritz. Colectivos e organizaçons bascas de ambos os lados dos Pirineus levam meses a argalhar umha ambiciosa resposta na plataforma G7-EZ. Por enquanto, o Estado francês já moveu ficha com a suspensom selectiva de direitos.
O associativismo basco, apoiado por redes críticas que chegarám de vários pontos da Europa, organizou um contra-cúmio com a legenda ‘Defendamos as nossas alternativas’. O plantejamento da iniciativa é abertamente anticapitalista e denuncia ‘a ditadura das multinacionais’. Ao mesmo tempo, assinala as múltiplas caras da opressom dos nossos dias, que, para além de levar por diante as mulheres e as classes populares, pom em causa a sobrevivência da nossa espécie. Numhas semanas em que as cenas dos seres humanos sem direito (tripulantes do OpenArms) sacodírom a Europa, os e as convocantes chamam a construir ‘umha democracia social e um mundo sem fronteiras para s pessoas.’
Obradoiros, formaçom e denúncia
Todas as pessoas críticas com o Cúmio do G7 terám as localidades de Irum e Hendaia como bases de operaçons. Durante todo o fim de semana, numha série de cenários descentralizados, poderám assistir a obradoiros formativos, palestras, mesas redondas e actos de lazer.
Desses pontos sairám várias colunas descentralizadas em grande mobilizaçom cara Biarritz. Cientes da séria limitaçom -ou mesmo supressom- dos direitos de livre expressom e reuniom, a plataforma tem agendado para o vindouro domingo ‘sete concentraçons insubmissas’. Nelas apregoará-se o direito e a necessidade da desobediência civil, em protestos que se pretendem ‘pacíficos mas contudentes’.
Turistizaçom e ocupaçom
Biarrtiz foi historicamente um lugar escolhido polas férias da oligarquia francesa e espanhola e hoje, nos tempos do turismo de massas, padece os efeitos da turistizaçom agressiva. Curiosamente, neste Verao vam-se encontrar na cidade basca duas manifestaçons bem diferentes do capitalismo : a vila-prateleira para o recreio e a mercadoria, e a ocupaçom policial e militar que atrincheirará alguns dos dirigentes do mundo. Baixo o liderato de Macron, já curtido na repressom massiva dos coletes amarelos, Biarritz viverá um pequeno estado de sítio, onde os direitos de circulaçom e reuniom serám consentidos selectivamente : possivelmente se consintam às e aos turistas, mas desaparecerám para as pessoas mobilizadas. De feito, no dia de onte a plataforma G7-EZ denunciava a detençom ‘preventiva’ de cinco activistas envolvidos nos preparativos anti-cúmio.
Como nom podia ser de outro modo, o Reino de Espanha achegará a França um importante contingente de polícias e guardas civis, e até 2000 ertzainas (a metade de todos os efectivos do corpo) terám em Irum o campo base.
Antecedentes
Segundo os organizadores, em Biarrtiz vam-se reunir ‘sete pirómanos cada vez mais autoritários e belicistas, dispostos a perpetuarem o sistema capitalista’. A plataforma concebe o encontro como ‘um fenómeno de comunicaçom’, mera propaganda que, aliás, tem umha organizaçom custossíssima para a cidadania.
Trata-se de mais umha ediçom de cimeiras internacionais como o do G-20, FMI e Banco Mundial, Davos, OTAN…que desde 1999 levam suscitando enorme rechaço popular lá onde se celebram. A blindagem das cidades e a habilitaçom de zonas exclusivas para o poder leva sendo a tónica em duas décadas, desde a afamada mobilizaçom antiglobalizaçom de Seattle em 1999. Na nossa Terra, a Galiza vivira um estado de sítio semelhante em 2002, com a celebraçom em Compostela do Cúmio de Ministros de Justiça e Interior da UE, em plena histéria ‘antiterrorista’ post-11S. Também na altura se organizara umha importante resposta popular.