O Projeto Educativo Semente continua a expandir-se por todo o território galego. O movimento nacional de educaçom popular e imersom linguística abre um novo centro na cidade da Corunha, ao pé do Rio Mesoiro. Um espaço natural onde laranjeiras, ameixeiras e pereiras resistem ao avanço da especulaçom urbanística, metáfora do cultivo vagaroso e tenro que a nossa língua necessita para viver mil primaveras mais.
Ao chegar à escola som recebido polo barulhento entusiasmo das crianças. Alegria que também manifestam os adultos envolvidos neste prometedor projeto para a defesa e difusom da língua e da cultura galega na cidade. Entre eles encontram-se Carme Pais, a secretária da associaçom e Aniceto Pinilha, o presidente.
Como surgiu a necessidade de criar uma nova Semente na Corunha?
A.P.: Somos um conjunto de famílias que queríamos um tipo de educaçom diferente para os nossos filhos e a única maneira de consegui-lo era através da Semente. Conhecemos os princípios e parecia-nos o mais adequado.
C.P.: É óbvia a situaçom do galego. Para as famílias que criamos em galego nom há nada no sistema público que nos garanta que a nossa criança nom vai mudar de língua e nom ficava outra maneira. Como nom existe havia que criar uma Semente e buscar outras famílias interessadas no mesmo.
Quais têm sido as dificuldades e facilidades que encontrastes como grupo promotor durante este tempo para abrir uma nova Semente?
A.P.: Dificuldades muitas: encontrar um espaço físico e adaptá-lo com o custo económico que isto acarreta. Quanto às facilidades, cumpre destacar o apoio das outras Sementes em relaçom aos materiais necessários e conselhos para desenvolver o projeto.
Que influência pode chegar a ter o Projeto Educativo Semente na galeguizaçom da infância na Corunha?
C.P.: Podemos atrair a famílias que nom pensam na necessidade de ter o galego como língua veicular no ensino e, ao achegarem-se a nós, ver que é um jeito de recuperar o nosso idioma e reverter a situaçom atual que estamos a viver.
A.P.: Pensamos que também pode ser um meio interessante para empoderar às famílias galegofalantes que se podem ver marginadas ou apartadas na cidade da Corunha e com este projeto, que pretende ser envolvente, podemos criar um conjunto de redes e estruturas que reforcem a identidade cultural de nosso.
C.P.: Nós nom queremos só ser um centro de ensino de 9 h. a 14 h. ou com o horário que houver. Queremos ser um centro referente na cidade de galeguizaçom e de difussom de cultura, em geral.
Que atividades se estám a desenvolver na atualidade?
A.P.: Agora desenvolvem-se os acampamentos de verao e depois atividades de todo tipo, mas especialmente centradas nas crianças: contacontos, obradoiros, música, etc.
A Semente é um projeto educativo comunitário ou popular sem fins lucrativos. Como está incidindo a vossa atividade no bairro no qual se insere?
C.P.: Na cidade da Corunha, ao ficar numa península, e estar na sua maior parte urbanizada era difícil encontrar uma casa com quinta, mas conseguimos. Estamos num bairro de nova criaçom e as vizinhas ainda nom nos conhecem, mas a nossa intençom e chegarmos a elas no futuro porque a Semente é um projeto comunitário.
Qual é a previsom de matrícula para o próximo ano académico?
A.P.: Ainda está por ver, mas de início já temos sete crianças e ainda podemos chegar às dez nos próximos dias.
Que lhe diríades às famílias da Corunha em relaçom ao projeto para convidá-las a fazerem parte da Semente?
A.P.: Pois que é um projeto comunitário em que todos temos cabimento, onde poderám fazer parte dum movimento cultural e dumas redes sociais de todo tipo, como pequenos produtores e comerciantes, que contribuam para o melhoramento da cidade: quer economicamente, quer culturalmente.
Queredes achegar mais alguma cousa?
C.P.: Fazer parte deste projeto é um autêntico gosto porque sabes que estás a fazer algo para o futuro já que muitas das cousas que fazemos na nossa vida privada ou diária som a curto prazo. Merece a pena: Semente!
A.P.: A Semente pode ser um motor mais para dinamizar o movimento cultural galego na cidade. Todo esse sentimento soterrado que existe nos adultos e que nom sai fora por vergonha ou porque como todo o resto é diferente nom têm essa oportunidade ou esse lugar para abrirem-se ao mundo. Talvez a Semente, através dos próprios filhos e filhas, seja uma boa maneira de dar saída a todo esse sentimento ou afeto galego que está latente mas nom patente.
Formas de colaborar
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Doaçons de brinquedos, móveis, ferramentas: pe.semente.corunha@gmail.com ou no 655439276