Os usos alternativos do monte estám no cerne do projecto dumha Galiza soberana. Levam-se formulando desde há décadas, e batem frontalmente com a proposta da metrópole, gerida polas elites galego-espanholas, de fazer dos montes umha extensa massa de monocultivo florestal para biocombustíveis e papel. Organizaçons sociais, ambientalistas e sindicais anunciam para outono reivindicaçom em Compostela.
No rural galego, ainda massivamente despovoado, joga-se muito do nosso futuro. Os montes som cenário dumha luita entre distintas gestons do território, e por isso nas últimas décadas assistimos a um choque de grande magnitude. A sua mostra mais palpável som os incêndios florestais: causados por factores variáveis, tenhem como causa última o abandono dos usos plurifuncionais do monte. Poucos galegos e galegas sabem que desde os anos 70, mais da metade do territorio galego foi pasto das chamas.
Desde que o franquismo impujo manu militari a repovoaçom florestal forçosa, com sérios prejuízos para a gadaria e outros aproveitamentos, o agro sofre as pressons dum poderoso lobbi madeireiro. A última etapa deste proceso passa pola conversom das velhas comunidades labregas e gadeiras em plantadoras exclusivas de eucalipto, baixo a direcçom de Ence Elnosa.
O parlamentinho bloqueia
A inícios da década de 90, todas as forças presentes no parlamentinho do Hórreo aprovaram um plano florestal consensuado que tinha entre os seus alvos ‘reconhecer a plurifuncionalidade do monte.’ Fora naquela altura histórica quando o ambientalismo mais tolerado polo poder, nomeadamente Greenpeace, chamara a atençom do papel da Galiza nas políticas florestais. Em 1994 conhecera-se que o nosso país fornecera a todo o Estado a metade da madeira queimada para pastas e tabuleiro durante toda umha década.
As declaraçons institucionais significam bem pouco: no presente século, as massas de eucalipto superavam já as de pinheiro, e a espécie de origen australiana ocupava o 22% da nossa superficie florestal. A pesar de existir um viçoso moviiento popular que tem reagido contra este empobrecimento do ecossistema, os dous grandes partidos espanhóis tenhem-se negado a emendar o modelo. Em 2018, PP e PSOE tombavam umha ILP de 40000 assinaturas que pretendia a modificaçom dum novo plano florestal mais produtivista e ligado às apostas das grandes empresas madeireiras e energéticas.
Movimento popular continua
O bloqueio institucional nom dissuade o movimiento social. Quando a Junta reconhece que a superficie dedicada ao eucalipto vai aumentar nas próximas décadas até 25000 hectares, organismos vizinhais, sindicais e ecologistas chamam à mobilizaçom. Fixérom-no em rolda de imprensa há dous días colectivos como ADEGA, CIG, Associaçom Galega de Apiculcutura, SLG, Fruga, e obviamente, a Organizaçom Galega de Comunidades de Montes. Com a legenda ‘Por um monte com futuro’, rebatem as propostas da revisom do plano florestal que tramita a Junta, como também da estratégia galega contra a mudança climática.
Num extenso documento, as e os convocantes assinalam que nom se está a aproveitar o papel fulcral dos ecosistemas florestais como base de alternativas sociais e económicas, ou como barreira face a poluiçom e o quecimento global. Unidos por volta da reinvindicaçom de moratória a novos plantios de eucaliptos em espaços protegidos, as entidades chamam aliás à ‘eliminaçom das plantaçons ilegais em terras agrárias e bosques autóctones.’ Um bosque plurifuncional, acrescentam, é ‘incompatível com os aproveitamentos energéticos do bosque’. A aposta diversificadora centra-se na produçom de madeiras de qualidade, a combinaçom do sector florestal com o agro-gadeiro, e com o feche do ciclo da madeira na nossa Terra.
A mobilizaçom está agendada para a segunda semana de outubro.