Galiza rematou o ano 2018 com umha populaçom total de 2.701.743 habitantes, dos quais 387.211 ainda som menores de idade, e com um parque móvel de 2.031.072 veículos. Com estes dados temos um índice de 88 veículos por cada 100 pessoas maiores de idade. Um dado completamente desorbitado: quase um por pessoa!
No entanto, o setor automobilístico considera que está cifra nom é suficientemente delirante e está alertando da caída nas vendas e alimentando um sentimento de preocupaçom entre os dirigentes políticos com o fim de conseguir novas ajudas públicas.
Os novos dados publicados esta semana polas associaçons do automóvel, entre as que destacam Fanconauto e Anfac, associaçons de fabricantes e concessionários respectivamente, revelam que a venda de veículos leva 10 meses consecutivos em caída. Desde o mês de agosto do passado ano as vendas nom deixárom de descer, e no primeiro semestre deste ano o número de veículos matriculados no País foi de 19.864, um 14,7 % inferior ao registrado no mesmo período do passado ano.
Um negócio alimentado com fondos públicos
O mercado de automóveis está sustentado por umha ingente quantidade de fondos públicos, e agora nem as subvençons som suficientes para evitar que o negocio se afunda. Apesar das ajudas públicas, tanto para a compra de veículos (plano Renove, plano VEA ou plano Movalt), como para a sua produçom, o setor está em recessom. A respeito das ajudas públicas para a produçom, hoje mesmo era noticia que PSA está sendo investigada pola Comissom Europeia por ter recebido umha ajuda económica de mais de 20 milhons de euros para realizar novos investimentos na planta que a empresa francesa tem em Vigo. O organismo comunitário procura indícios de se os 20 milhons fôrom adjudicados de jeito fraudulento e vulneram a normativa europeia sobre a competência.
Obrigados a renunciar à liberdade
“Se tens um carro nom dependes de ninguém, podes ir a onde quiseres”. Este é um razoamento que ainda hoje se ouve entre a mocidade, mas as condiçons materiais impedem levá-lo a cabo.
Trás décadas de promoçom, o automóvel chegou a ser umha marca de prestigio, além de insígnia de autonomia e independência. Mesmo a literatura serviu de apologista do automóvel: o livro On the road, de Kerouac foi umha clara defesa do carro como sinônimo de liberdade do par carro-juventude. Mas a precariedade laboral, nomeadamente entre a gente mais nova, está obrigando a que a mocidade renuncie a ter carro próprio, um bem de consumo excessivamente caro para umha geraçom que nom consegue ter um contrato de trabalho indefinido.
A venda de automóveis é um bom indicador do estado de saúde de umha economia capitalista e no caso galego, a venda de veículos está em caída livre. Este dado, entre muitos outros, faz entrever que está a cair umha nova crise económica, quando ainda estamos a padecer os efeitos da começada há umha década.