O setor primário galego vive em crise constante desde o ano 1986, momento da entrada do estado espanhol no mercado comum da Uniom Europeia. Esta crise, que nom é passageira, tem como consequência a diminuiçom constante da populaçom do setor, a qual superava no ano 1985 o 45 % do conjunto da populaçom ocupada na Galiza.

Novos dados

Na Galiza trabalham no setor primário menos de 73 mil pessoas, o que representa apenas um 6,35 % da totalidade dos postos de trabalho existentes no País. Estes dados som os relativos ao primeiro trimestre do ano em curso e que acabam de ser publicados polo IGE. Se botarmos umha olhada à progressom histórica deste dado, vê-se que nom deixou de descer desde os anos 90: se no ano 1995 esta percentagem ainda superava o 21%, com mais de 218 mil empregos, dez anos depois já descia do 10 % e durante o último lustro situou-se sempre por debaixo do 7 %.

Que significa o enfraquecimento do setor primário?

Antes de nada fagamos algumhas aclaraçons: o setor primário é aquele que engloba o conjunto de atividades econômicas encarregadas de obter as matérias-primas, o que implica geralmente a extraçom ou transformaçom de recursos naturais. Entre estas atividades destacam a agricultura, a atividade pecuária e cria de gado, a caça e a pesca, o extrativismo e a mineraçom em geral. Devido às características destas atividades, desenvolvem-se como norma geral em entornos rurais, longe dos grandes núcleos de populaçom, e acostuma ser a atividades que fixam a populaçom nas aldeias.

O setor primário, além de ser o que abastece de matérias-primas o resto de setores produtivos, poderia denominar-se “setor primário” porque também satisfai umha necessidade humana primária como é a alimentaçom. De tal jeito que entre as atividades do setor primário, aquelas que atingem a própria alimentaçom humana tehnem umha especial importância porque dela depende a soberania alimentaria dumha naçom.

Sem soberania alimentar, dificilmente pode haver qualquer outra classe de soberania. É por isso que qualquer naçom deve procurar ter um setor primário forte e bem desenvolvido para garantir a sua soberania alimentaria. Isto explica que as maiores potências económicas (EUA, China, Alemanha, França,…) tenham os setores primários mui protegidos com umha legislaçom extremadamente protecionista. Nenhuma destas potências, por mui liberal que seja o seu governo, vai permitir que o seu setor primário estivesse em maos de empresas estrangeiras.

Pola contra, geopoliticamente é mui útil que terceiros países nom tenham soberania alimentaria e dependam do teu setor primário. O caso europeu foi mui claro: a liberalizaçom do mercado comunitário favorecia os interesses alemáns e franceses fronte aos países do Sul da Europa.

O mercado comum

Logo da entrada no mercado comum prometiam-se ajudas económicas e subvençons para a “modernizaçom” do agro e da pesca, mas isso foi apenas umha isca pois a cambio havia que cumprir novas exigências. O peso de Galiza nas negociaçons que estabeleceriam as novas condiçons foi quase nulo, e o estado espanhol já deixava daquela ao nosso País à margem das decisons estratégicas.

Como consequência, os novos planos de reestruturaçom que regulariam o setor primário na EU nom tinham em conta realidades como a galega, marcada polo minifundismo, a dispersom gandeira e as exploraçons extensivas, o que impediu o desenvolvimento do agro galego com ritmos próprios e auto-reflexivos.

As consequências

Afinal Alemanha e França pugérom umha parte dos fundos para levar a cabo esta reestruturaçom, mas a câmbio conseguírom orientar toda a atividade económica da EU para posiçons que os favoreciam, como por exemplo o estabelecimento de quotas (de produçom de leite, de pesca,…). Deste modo foi como dérom enfraquecido o setor primário de muitos países, entre eles, o galego, que ocasionou também umha lenta mas continua sangria de emigraçons fora do pais. Assim é como se explica, por exemplo, que a Galiza chegasse a importa leite da França ou que os barcos galegos nom podam pescar as quantidades suficientes para abastecer a demanda interna.

Do exposto anteriormente há varias conclusons que se podem tirar. A primeira é que se o setor primário se esboroa por completo, a perda da soberania será total. A segunda é que nom existe modo algum de manter a populaçom no rural se nom existe um setor primário forte, um setor que além do já dito, conta com enormes capacidades de ser sustentável e socialmente distributivo.