A sexta-feira 8 de setembro de 1893, o jornal Diario de Santiago publicava, intitulando-a “PAZ”, umha afervoada crítica espanholista à visita do presidente da Liga Catalanista e umha felicitaçom para a mansedume da cidade herculina após o Decreto de reformas militares. Porém, no seu alegato reacionário fam-se referências à revoluçom de 1846 e à narrativa anticatalá espanhola que resultam de sumo interesse pola sua atualidade.
(…)Muito nos presta ver como volve às suas tradiçons a cidade menos regional da Galiza. Nunca predominaram nela, salvo como conceito literário e arqueológico (em que quadramos quase todos), essas tendências “particularistas” de certos elementos que tentam em vam assumir a representaçom de Catalunha. Aberraçons tais conduzem perpetuamente ao mesmo fim e deixam descobrir em todos os casos o perfil do demagogo cantonal ou do partidário, mais ou menos secular, de Carlos VII. E o espírito da Corunha sempre foi refratário para um e para outro.
Em nengumha ocasiom se deixou de distinguir a cidade da Corunha polo seu amor à Espanha. Desde as suas muralhas disparou-se em 1823 o último canhom na defesa das liberdades públicas.
Houvo um dia em que com motivo da aplicaçom do sistema tributário, origem de luitas, catástrofes e perturbaçons das que hoje se esquecem os que hoje apreciam com sistemático pesimismo o alcance e os efeitos das atuais reformas económicas, ergueu-se em som de rebeldia meia Espanha e a Galiza toda. Sublevárom-se as mais das cidades do Noroeste: Compostela, Lugo, Betanços, Ponte-Vedra, Vigo…
Um exército de perto de 8000 homens dispujo-se à resistência e por primeira vez ao berro de “Galiza independente!”, borborinhado por Romero Ortiz e proclamado a vozes em vibrantes programas polo ilustre escritor Antolim Faraldo, secretário da Junta Central de Compostela.
O marquês da Havana (de la Concha, general encarregado de sufocar a Revoluçom Galega e depois a independentista cubana) sabe quanto sangue custou dominar aquela insurreiçom de quatro províncias. Pois bem: no meio do movimento que arrastava a Galiza toda, foi a Corunha a única cidade que se mantivo alheia à universal comoçom e que se negou a fazer causa comum com aquele prematuro e inominado regionalismo.
Entendemos, mália às recentes barafundas, que em todo momento ocorreu o mesmo.
Nom extreme, daquela, o governo a suspicácia nem se guindem os seus delegados ao ensaio de enérgicas póstumas, por mor da estadia na cidade herculina do presidente da Liga de Catalunya.
Aginha os ham calar os avisados corunheses, mesmo pode que os alojem por conta da cidade e o festejem com banquetes, veladas, serenatas e vítores.
Ainda nom se pudérom resignar os galegos à invasom catalá, que desde mediados de século se instalou nas suas costas e absorveu a indústria do salgado, para que agora, mercê a uns quantos discursos tomem a sério os projetos de “inter-regionalismo”.
Som todos eles partidários por conviçom e por interesse da liberdade de comércio, e sem que ninguém os provoque, já ham saber dar conta de todas essa “inter-regionalidades”.