Há meses que neste portal informávamos da volta de porca decidida pola extrema direita contra a raquítica legislaçom que ampara a nossa língua, confirmada com a suspensom da ordenança de normalizaçom da cidade de Lugo. Agora, notícias que chegam da mesma cidade confirmam umha tendência preocupante : a pretensom de eliminaçom da simbologia nacional do espaço público, for por meios legais ou ilegais. O PP local, por boca de Antonio Ameijide, chamou a apagar murais com estreleiras, qualificando-as de ‘inconstitucionais.’

A controvérsia saltou aos manchetes da imprensa por causa dum mural do CS Mádia leva nas redondezas da Rua Sam Roque da cidade das muralhas. O colectivo, como cada ano, quijo lembrar a Revoluçom galega, que se encetara um 2 de abril de há 173 anos ; fijo-o com um mural comemorativo, precisamente situado a apenas 500 metros do lugar onde os homens de Solis se pronunciaram contra a tirania de Narvaez. O Mádia leva escolheu uns versos de Manuel Maria que enxalçavam os feitos ; o rosto do poeta chairego, toda umha instituiçom lucense, apareciam a carom do poema ‘Abril de lume e ferro.’ Também umha bandeira galega de grandes dimensons.

Com o pretexto nom contrastado da ‘alarma vicinal’, o vozeiro do PP chamou ao concelho ao apagado do mural artístico, chamando aliás a ‘identificar e sancionar os responsáveis’. Demonstrando que a ignoráncia nom está renhida com a alta política, Meijide deixou claro que nom sabia que o mural tinha permisso da cámara municipal ; e com a mesma linha argumental, riscou de ‘inconstitucional’ a estreleira, quando nom há nenhuma sentença em firme que a declare -por enquanto- fora da lei do Reino.

Impunidade, também nos estádios

Por muito riso que nos puderem provocar, as palavras de Meijide patenteiam porém umha realidade a levar em conta: o espanholismo nom precisa, porque nunca precisou, determinado amparo legal para a perseguiçom das ideias emancipadoras. De facto, um amplo leque da sua panóplia anti-independentista exerce-se nas margens da lei e na escuridade da alegalidade : a difamaçom mediática sem possibilidade de réplica, as espionagens a activistas nem imputadas judicialmente, a pressom policial nos ámbitos laborais ou familiar da militáncia, as multas via administrativa sem possibilidade de defesa, ou a retirada de propaganda de rua por parte de fardados ou lacaios ocasionais da polícia.

Estes som os velhos elementos familiares ao independentismo desde há quatro décadas. A novidade, porém, é a dimensom pública que alcançam estas medidas contra o nosso movimento. Se há lustros decorriam fora dos focos da imprensa e da política oficial, agora vários burocratas da extrema direita apregoam na imprensa a sua vontade de invisibilizar a reivindicaçom galega.

Nesta linha se tenhem pronunciado responsáveis do PP pontevedrês para justificar a requisa de estreleiras, bandeiras da sereia e bandeiras polos presos no estádio de Pasarom. Com a conivência da direcçom do clube e da segurança privada, a censura aplica-se sistematicamente contra siareiras e siareiros que aproveitam a bancada como espaço de luita. Em 2018, um afeiçoado foi sancionado com 500 euros por levar a ensenha nacional, pois, segundo a chamada ironicamente ‘Comissom contra a Violência, Racismo e a Intoleráncia’, entende a nossa bandeira como um ‘símbolo do ódio’.

Neste caso, a polémica alcançou umha certa dimensom, e o deputado do BNG Luis Bará elevou o seu protesto ao parlamentinho galego.

E depois disto, que ?

Para quem seguir com certa atençom a evoluçom do panorama social e político galego, este fascismo sem carautas nom pode surprender. Já há umha década, e na sequência das pesquisas policiais contra a resistência galega, a guarda civil confessara tentar um controlo permanente de todos os carros que lozissem o ‘gz’ nas matrículas. Agora, com o fascismo à solta, enfrentamos ainda realidades mais cruas.No mês passado, um militante de Causa Galiza em Ferrol, Francisco Martins, era hospitalizado trás receber umha malheira a mao de extremistas espanhóis ; depois denunciar os feitos, salientou o nulo interesse policial em avançar nas diligências. E nesta mesma semana, a concelheira do BNG pontevedrês Carme da Silva volvia encontrar-se com pintagens ultras no exterior da sua morada. O feito nom mereceu grandes cabeçalhos na imprensa comercial.

Que pode vir depois disto? Sem cairmos em nenhum alarmismo, que é precisamente um dos traços mais acusados da imprensa amarelista e escrava do poder, si semelha que a concatenaçom de feitos leva a concluir que entramos num momento político marcado por umha maior agressividade dos que se sabem inseguros e faltos de razons.