Amanhá cumprem-se 47 anos do assassinato de Amador Rey e Daniel Niebla em Ferrol, baixo as balas da polícia franquista. Como eles dous, milhares de trabalhadores do naval padeciam a violência dum Regime em agonia, que nom podia permitir o engarce das reivindicaçons laborais com as exigências de ruptura política ; poucos meses depois, em Setembro de 1972, Vigo seguia com umha greve maciça o ronsel traçado por Ferrol. Som as datas basilares que marcam a conformaçom da classe obreira galega como classe nacional, doravante organizada em centrais próprias. Quase meio século depois, com a temporalidade e a precariedade instaladas como norma na Europa neoliberal, o proletariado galego nom perdeu o pulo nascido naqueles tempos.
As cifras que a própria oficialidade maneja nom autorizam diagnoses compracentes. Desde o começo da revoluçom neoliberal na década de 70, a Galiza, como todo o seu contorno, leva a sofrer um retrocesso massivo das condiçons laborais, tam só mitigada (mais na forma que no fundo) pola extensom do consumo através da economia do crédito. A classe obreira atravessou esta fase com sérios quebrantos na sua consciência de classe e capacidade de organizaçom mas, com isso e contodo, o sindicalismo nacionalista resistiu o embate.
Dados que falam
Remata-se o Inverno com reivindicaçom obreira e com dados muito ilustrativos. A destruçom do emprego continua a ser umha das constantes na nossa economia, também na jeira da chamada pos-crise. No que vai de 2019, fôrom 13700 os empregos destruídos no país ; a queda sofrida pola segurança social durante dez meses consecutivos é a mais grande desde 2013. O incremento do paro dá-se, como todos os anos, muito ligado às férias de Natal e ao trabalho temporário. De facto, apenas o 10 % dos contratos assinados em Fevereiro foram indefinidos, dum total de 69000 que fôrom assinados.
Conflitividade mantém-se
Apesar de nom ocupar os grandes cabeçalhos, inventores dumha suposta ‘paz social’, e fabricantes da imagem da Galiza sempre lúdica e submissa, o nosso país segue a encabeçar nos últimos anos os índices de conflitividade laboral. O ano 2017, por exemplo, registou a maior convocatória de paros desde 2009 : segundo a imprensa do Regime, fôrom mais de 159000 as jornadas ‘perdidas’ por conflito laboral, no que supom um incremento de 819 % respeito o passado 2016. A Galiza foi superada neste ano só pola Catalunha, figurando no ranking por cima de Madrid ou do País Basco.
Se bem ainda é cedo para prognosticarmos como correrá este ano que andamos, a situaçom sócio-laboral vem muito marcada por dous conflitos : o relacionado com a ameaça de fecho Alcoa, e o que mantém as trabalhadoras do 061 no sector da sanidade. Onte mesmo, dia 9 de Março, a patronal rachou a mesa de negociaçons com o pretexto das sabotagens contra ambuláncias, intensificadas nas últimas semanas. Por outra banda, os representantes da empresa negam-se a contemplar umha actualizaçom do convénio que inclua melhoras na flota, na segurança, e nas condiçons salariais, entre outras reivindicaçons.
Amador e Daniel, na memória
Fazendo-se eco destas e outras reivindicaçons, e com a presença de Amador e Daniel na memória, a CIG convoca as e os trabalhadores em manifestaçons nas principais cidades galegas, aliás de Vila Garcia. Na linha de ‘recuperar direitos e defender as pensons’, o sindicato continua a linha discursiva do último ano, sem concretar porém a proposta de greve geral que dixera ‘temporalmente congelada’ pola mudança do governo do Estado.