O feminismo galego ateigou Lugo na manifestaçom convocada ontem pola Plataforma Galegas 8M. A mobilizaçom saiu da Porta Falsa, e caminhou por diversas ruas da cidade por dentro e por fora da muralha, até chegar à Praça da Horta do Seminário por volta das 14:00 horas, onde a escritora María Reimóndez e a expresa política galega, María Osorio, dérom leitura ao manifesto.


Um chisco de historia
Começou María Reimóndez falando daquele março de 1918 no que as mulheres de Neda, Xuvia e Narón protagonizaron o que popularmente se deu em conhecer como a “Revolta das pedradas”. Reclamabam pam, terra e vida digna baixo o lema “Temos fame! Abaixo os acaparadores!” e durante dous dias, com as mulheres sempre na cabeça, figérom diversas mobilizaçons durante as quais chegárom mesmo a assaltar trens ou guindar-lhes croios aos negocios de acaparadores ou especuladores.  “Hoje recolhemos o seu legado, a sua luita contra os tiranos que é também a nossa, e reivindicamos a nossa revolta coma filha daquela, com o empenho de manter acesa a revoluçom que as mulheres construímos contra o patriarcado, o capitalismo, o racismo e todas as formas de exploraçom. E neste 8 de março milheiros de mulheres em todo o mundo secundaremos a greve laboral, estudantil, de consumo e de cuidados”, dizia a escritora.


Sororidade feminista
Tomava a palavra Maria Osírio para dizer que “o racismo e o colonialismo seguem a impregnar todas as esferas sociais, subordinando os corpos e identidades nom brancas, explorando-nos e fazendo-nos cidadás de segunda classe. Porque as mulheres em situacom de empobrecimento e exclusom resistimos ao embate de umhas políticas sociais inexistentes ou nefastas, com instrumentos que afundam no controlo social, na estigmatizaçom da pobreza e em culpabilizar-nos por um problema estrutural: pôr as vidas e a satisfacçom de necessidades ao serviço dos interesses do mercado. ”


Especialmente emocionante foi o momento em que se dirigiu às mulheres ciganas “porque queremos visibilizar e legitimar a diversidade identitária, de género e sexual da cultura cigana; para isso é necessário um cambio estratégico que empodere as mulheres ciganas”.


Para fechar o ato atuárom Batuko Tabanka e o Grupo Teatro Feminista de Lugo.


Sobram os motivos
Este 8 de março milhons de mulheres em todo o mundo secundarám o paro internacional laboral, de estudos, de consumo e de cuidados. “Estamos na rua para denunciar as discriminaçons e o machismo que sofremos as mulheres, impulsando na Galiza um novo dia de luita para que o poder entenda que estamos fartas da desigualdade e das agressons que sofremos”, assinalava Margarida Corral responsável da secretaria das mulheres da CIG, durante a manifestaçom de Lugo para o meio Avantar. E agregava “para nós hoje é um dia de denuncia, de combate e de luita  revolucionaria. Que o poder tome nota das nossas reivindicaçons, porque somos mais da metade desta sociedade e nom vamos permitir nengum retrocesso quando ainda nos restam tantos direitos por conquistar”.


Os dados do arrepio
Desde 2010 até 2019 fôrom assassinadas no Estado Espanhol mais de 1000 mulheres a maos de homens, segundo recolhem no web feminicidio.net, em que levam desde esse ano registando todos os assassinatos de mulheres classificados por diferentes tipologias: íntimos, íntimos nom oficiais, feminicídios familiares…


Calcula-se que mais de 200 crianças ficárom horfas por violência machista desde o ano 2013 no estado Espanhol, segundo recolhe o informe realizado pola Fundación Mujeres e o Fondo de Becas Fiscal Soledad Cazorla em Maio do ano passado, posteriormente foi analisado polo Senado.


Entre outras cousas este informe punha de manifesto a situaçom em que quedavam estes menores de idade: ademais dos problemas psicológicos perante o trauma de perder a umha mae nessas circunstâncias ficavam em situaçom de desamparo. Ao fio disto, em fevereiro deste ano o Congresso d@ Deputad@s aprovou subir a pensom dos nenos e nenas orfas por violência machista a 600€ (até o de agora recebiam 140€ ao mês)