Na terça-feira 19 de fevereiro o empresário Carlos Mouriño (atual presidente do Celta de Vigo) visitava os terrenos da paróquia de Pereiras, no concelho de Mos, onde pretende contruir umha cidade desportiva e um centro comecial. Junto com a alcaidesa de Mos (Nidia Arévalo, do PP) e um dos arquitectos deste macro-projecto (Jesús Irisarri) o empresário que preside o clube viguês visitou os terrenos municipais que ja lhe concedérom para a contruçom de dous campos de futebol (licença aprovada em pleno o passado 29 de novembro) e o resto das quase 100ha de terreno público (monte em mao comum) em que pretende edificar. Há que assinalar que estes 1.000.000m2 (1km2) suponhem ao redor do 35% da superfície florestal do concelho e que neles se encontram cinco mananciais de água.
O macro-projecto urbanístico que pretende levar a cabo Carlos Mouriño, conhecido empresário com negócios escuros no seu passado em México, nom deixa de ser mais umha agressom contra o monte galego, já que supom a re-qualificaçom de um terço da superfície florestal de um concelho rural coma o de Mos (15.240 habitantes), que já sofre desde há muito as consequências (tanto positivas coma negativas) da sua proximidade á cidade olívica: infraestruturas viárias (autovia A-55 e autoestrada AP-9), um aeroporto (Peinador), industrializaçom ao serviço do capital (ao serviço da urbe, desordem, tráfico pesado, invasom do monte…), perda de ofícios tradicionais do rural… E como é de costume neste país este macro-projeto urbanístico que vai destruir boa parte do monte mosense conta com o apoio da cacique local, neste caso a alcaidesa de Mos, Nidia Arévalo, que aproveitou a luita entre Mouriño e o alcaide de Vigo para lhe facilitar o negócio ao empresário viguês ao tempo que lhe fai “oposiçom” ao “todo-poderoso” alcalde de Vigo (do PSOE).
A relaçom do empresariado galego com os políticos que defendem os seus interesses de classe é bem conhecida e, neste caso, o empresário protagonizou um ato de lealdade ao Partido Popular o passado 14 de fevereiro, quando cedeu a sede que tem o clube de fútebol no centro da cidade (que também foi alvo de críticas quando lha mercou ao Círculo Mercantil a mui baixo preço) para um aato de exaltaçom dos seus líderes (ato contestado polo movimento antifascista galego (Rejeicom da torcida celeste, Resposta antifascista, Siareiros do Celta protesta). A alcaldesa de Mos somente fai o que lhe é próprio, beneficiar o empresariado (que financia e mantém o seu partido), beneficiar a burguesia (que possui o poder de facto no estado espanhol). Mais umha vez os interesses do capital arrasam com tudo, mais umha vez o capital destrói a nossa terra para fazer negócio. Já o dixo Karl Marx há tempo: “o capitalismo tende a destruir as suas duas fontes de riqueza: a natureza e o ser humano”.
Na sexta-feira 22 de fevereiro, poucos dias depois da visita de Mouriño e Arévalo às obras, os comuneiros de Mos mobilizárom-se, convocados pola Comunidade de Montes de Tameiga e por quatro das Traídas afectadas, concentrando-se ás portas do Concelho de Mos para amosar o seu rejeitamento a este macro-projecto urbanístico por segunda vez (já se concentraram em 23 de novembro). Baixo legendas como “non á construcción do centro comercial nos montes de Tameiga”, ”Arévalo, Mouriño, a nosa traída está en loita”, ”centro comercial en Tameiga, non”, “a auga e o monte son do pobo, nin se expropian nin se venden”, “non á morte dos nosos mananciais” ou ”o monte é ar e auga, o monte é vida” meio milhar de galegos e galegas percorrérom as ruas do centro de Mos até a Praça do Concelho, onde falou um dos comuneiros, o qual rematou a sua intervençom dizendo que “vale mais morrer defendendo o monte que viver sem o monte”.
Em declaraçons a GalizaContrainfo o presidente da Comunidade de Montes de Tameiga, Antonio Cajide, asegurou que nom vam parar, que “estamos ante um pelotaço urbanístico no que vam re-qualificar solo rural (protegido) para uso urbano e que as consequências já som conhecidas noutros sítios: fecho do pequeno comercio, aumento do tráfico…”. Há 18 meses aprovou-se o PXOM, no que se inclui o monte de Tameiga qualificado coma florestal (especial protecçom), polo que este macro-projecto urbanístico obriga á alcaldesa a modificar o PXOM ao gosto do empresário, nada novo, de cacicada em cacicada. Em declaraçons a esta redacçom Antonio Cajide aclarou que “o macro-projecto afeta ás parróquias de Pereiras e Tameiga, mas que a Comunidade de Montes de Pereiras ja cedeu 17ha ao Celta de Vigo e que das 80ha afetadas em Tameiga ao redor de 60ha som de monte em mao comum”, além de recordar que “a dívida do Concelho de Mos aumentou com a gestom do PP”, roldando entre 6-9 milhons de euros. Também nos informou de que na manhá do domingo 10 de março percorrerám os montes de Tameiga numha andaina na que explicarám qual é a zona afetada e quais som os recursos naturais que este macro-projecto pretende destruir.
O que nom se pode esquecer é que a ofensiva do capital contra os nossos recursos e, polo tanto contra o nosso povo, tem como principal garante o estado espanhol que ampara qualquer atuaçom da burguesia. Desde a imprensa lacaia e subordinada ao poder defendem estas agressons com os peregrinos argumentos da criaçom de postos de trabalho (precários) e de “benefícios” para vizinhança (inexistentes, já que qualquer possível benefício vai sempre para o empresário). Este ataque frontal aos nossos recursos e ao nosso povo está a ter a contestaçom social própria de um povo combativo coma o galego. O povo galego mantém hoje múltiplas luitas sociais, políticas e laborais (vivenda, sanidade, energia, indústria láctea, metal, naval, pesca…) que somente se poderám solucionar com a destruçom do Estado burgués. O povo galego somente poderá haver um país livre e justo quando os elementos mais avançados deste sejam quem de organizar o proletariado galego e de artelhar umha frente ampla e comum do povo trabalhador que luite direitamente contra o estado com o objetivo de criar um estado galego socialista que ultra-passe esta agonia constante á que nos condena o capitalismo.
A precariadade laboral (que já é a norma), a destruçom do território (que cada vez é mais agressiva), o retrocesso do “estado do benestar” (que nunca foi tal mas agora o é menos) e o evidente fracasso do reformismo social-democrata com fam que cada dia seja mais necessário (para a sobre-vivência do ser humano) rematar com o sistema capitalista para poder criar um novo jeito de nos relacionar (entre nós e com os nossos recursos). Cada dia fai-sei mais precisa a luita revolucionária do nosso povo contra o Estado espanhol e contra a burguesia (que mantém o poder de facto). Cada dia fai-se mais necessário que o proletariado galego tome consciência e se una para luitar por umha Galiza ceive e socialista rematando com o Estado burgués espanhol.