A participaçom do nacionalismo galego nas instituiçons burguesas do Estado espanhol vem de longe (s. XIX). Na atualidade a aposta do nacionalismo galego pola via institucional ocupa umha grande percentagem dos esforços deste, pese a que em 1978 se posiciona-se em contra da Constituiçom que hoje nos segue a oprimir como naçom.
De facto, no referendo em que se aprovou a Constituiçom espanhola e em que o nacionalismo pediu o voto negativo, o nosso povo posicionou-se maioritariamente em contra, já que dos 2.107.613 de galegos com direito ao voto apenas o 50,2% participou, apoiando a Constituiçom um 89,04% destes, é dizer, apenas o 44,7% dos galegos (942.097) votou que sim a um texto que nos nega a existência como povo. É importante lembrar o clima que se vivia no estado espanhol naqueles tempos, com umha elite política franquista (que tivo continuidade e control sobre o proceso), com umha elite militar franquista (que tivo continuidade e controlo sobre o processo), com umha elite empresarial franquista (que tivo continuidade e controlo sobre o processo), com elementos para-militares franquistas (que tivérom continuidade e condicionárom o processo) e com a grande disjuntiva de escolher entre a “reforma” do franquismo ou o risco da continuidade (garantida polo exército) do franquismo. Pois naquele clima, em que os poderes fáticos do Estado somente deixárom duas opçons, o nacionalismo galego (ao igual que outras forças políticas do estado) apostou por umha ruptura real com os golpistas de 1936, por umha reforma em profundidade do estado que ainda era franquista.
Na atualidade a história da participaçom do nacionalismo galego nas instituiçons burguesas do Estado espanhol leva décadas de continuidade (desde 1981). Mas a participaçom nas instituiçons burguesas nom é má de por si, há que analisar que objetivos políticos se pudérom atingir e que objetivos se atingírom realmente.
Por exemplo: com a participaçom do PG nas instituiçons da II República espanhola podiam-se atingir objetivos como a reforma territorial (federaçom, confederaçom…) ou avanços sociais e fôrom quem de conseguir um estatuto de autonomia dentro de umha reforma federal do estado, mas os nacionalistas do PG ja estavam a pensar no seguinte passo (controlo ferroviário, sanidade, educaçom…).
Nestas quase quatro décadas de participaçom nas instituiçons burguesas do Estado espanhol, o nacionalismo galego pudo atingir objetivos como a reforma territorial, transferência de competências… e apenas se alcançou um estatuto de autonomia (limitado e incumprido) dentro do Estado das autonomias que serve de carouta de um estado centralizado (sobre tudo económica e industrialmente). Hoje Galiza é das autonomias que menos competências tem transferidas, a perda de galego-falantes é imparável, o nosso rural esmorece, sectores históricos coma o lácteo estám em risco de desaparecer…
Panorama actual
Na sexta-feira dia 15 de fevereiro o presidente do governo espanhol convocou eleiçons ao parlamento espanhol para o 28 de abril. Em aquele mesmo instante a todo nacionalista galego que segue a confiar na reforma do estado pseudo-democrático espanhol se lhe acelerou o coraçom, comezaba a carreira para pedir o voto. Ja tinham em mente as eleiçons municipais e europeias do 26 de maio (além das autonómicas de 2020), mas a “importáncia” de estar em Madrid e o desejo de recuperar “umha voz própia” em Madrid fam que a prioridade de todo nacionalista seja conseguir votinhos para o BNG.
A importância de ter umha representaçom do nacionalismo galego no parlamento burguês espanhol passa, em realidade, por atingir algum/ha que outr@ deputad@ e tentar sacar umhas migalhas quando se repartam. Podem ser mais decisivos para aprovar todo o que PSOE queira (resultados ajustados) do que para aprovar algo realmente beneficioso para a nossa naçom. Aspiram a ser decisiv@s para um governo do PSOE, o mesmo PSOE da des-industralizaçom, dos GAL, da corrupçom, do 155, do apoio ao golpe de estado na Venezuela… Também há que ter em conta que o BNG nunca governará Galiza, já que como muito aspira a governar a Xunta (instituiçom colonial do estado espanhol) e a dia de hoje somente poderia chegar a formar parte do governo aliando-se com os restos dumha força galega (En Marea) e com a esquerda nacionalista espanhola e companhia (PSOE, Podemos, EU, Anova). É “legitimo” votar mais umha vez nestas circunstâncias? Para quem queira umha/um galeg@ “falando” por “nós”, sim. Mas já deve ser repetitivo e canseiro para o nacionalismo. Dizia há uns dias um veterano militante nacionalista que já entendia outro modelo político, outra dinámica política no país, e outras formas para apresentar-se em Madrid com mais garantias imediatas e futuras. Em que se parece esta força política (BNG) a outras que si defendéram e conquistáram quotas de poder para as suas naçons? Em nada. De que quotas de poder lhe vam falar ao nosso povo e de quais vam falar em Madrid? De autogoverno.
O independentismo
Esta é a democracia do 155 e d@s equidistantes, dos fascistas reconhecidos e dos nom reconhecidos, é a melhor mostra do que é o Estado opressor na sua vertente político-institucional. Umha vez mais @s que acreditamos na independência e no socialismo já de longe (e agora na democracia mais que nunca), @s que temos bem claro o que é hoje em dia a pseudo-democracia espanhola, vamos votar? Nom, nom vamos arrufar o Estado opressor em trocade nada (ainda que as eleiçons e o parlamento podam ser umha ferramenta válida ás veces), nom vamos legitimar esta farsa democrática. O que deve fazer o independentismo sem referente é arrufar o nosso, trabalhar como o que somos, e criar a consciência necessária para rematar com este seguidismo que se lhe fai ao BNG. É revolucionário ir votar neste contexto de “involuçom democrática”?, ou é-o fazer frente democrática, ou é-o trabalhar essa consciência quanto que supom para nós a democracia, o fascismo a independência e o socialismo.