Desvergonhas imperialistas: que os responsáveis de impor sançons económicas de centos de minlhons a um povo por anos, e os que lhas incrementam recentemente, sejam os mesmos que assemade queiram aparecer como heróis oferecendo, e querendo impor, “ajuda humanitária” a esse mesmo povo.


Se houver um prémio Nobel por lhe dar continuidade ao imperialismo e à colonialidade do “humanitarismo”, abofé que o havia ganhar esta gente.
E que nem a Rússia nem a China representem umha alternativa real a esse comportamento e que mereçam ser criticados polas sua próprias formas de neocolonialismo e colonialidade, nom lhe pode roubar um intre de atençom nem fai menos admirável a desvergonha dos Estados Unidos. Cumpre acreditarmos em quem o merece e nom lhe fagamos o favor de retirar-lhe ou de condicionar e debilitar a nossa cumprida atençom. Seica nom se esforçárom? Seica som pouca cousa as condiçons de pobreza e a crise de saúde em reservas indígenas, um bloqueio tam longo de Cuba, e que estejam a manter Porto Rico tanto tempo como botim colonial? Porto Rico, a sua própria colónia à que ainda nom lhe chegou a ajuda humanitária precisa após mais dum ano do furacám Maria. Nom por acaso se elegeu a Trump em tempos de #blacklivesmatters.


Mas nom descobrimos nada novo. Já Fanon (por nom mencionar Martí e tantas outras antes) os tinnha marcados: “E esse monstro supereuropeu, a América do Norte? Palavras: liberdade, igualdade, fraternidade, amor, honor, pátria. Eu que sei? Isto nom lhes empecia pronunciar ao mesmo tempo frases racista, porco negro, porco judeu, porco rato. Os bons espíritos, liberais e tenros -os neocolonialistas numha palavra- pretendiam sentir nojo dessa inconsequência; erro ou má fé: nada mais consequente, entre nós, que um humanismo racista, já que o europeu nom se deu feito homem mais que fabricando escravos e monstros.


E segue o mestre: “Há dous séculos, umha antiga colónia europeia acordou imitar a Europa. Atingiu-no até tal ponto que os Estados Unidos se virárom um monstro em que as taras, as doenças e a inumanidade da Europa abrangérom terríveis dimensons.”