O coordenador geral de EH Bildu, Arnaldo Otegi, proporá que uma “grande aliança” seja formada para as próximas eleiçons gerais para “enfrentar o autoritarismo” de PP, Cs e Vox, e o “retorno do aznarismo desenfreado”.

Além disso, acusou o presidente do Governo do PSOE, Pedro Sanchez, de “racanerismo político” e o advertiu de que nom lhe dará “um cheque em branco para o Orçamento Geral do Estado (PGE), em troca de nada”.

Em entrevista à Europa Press, Otegi lembrou que a coalizom independentista basca vai participar das eleiçons européias junto com ERC e BNG, o que é “um grande passo” para “levar a Europa uma voz” em defesa do “direito à autodeterminaçom” dos povos, mas considerou que, “no quadro atual de involuçom no Estado espanhol”, “esta aliança eleitoral” deve ser estendida a outras formaçons das “naçons históricas e forças progressistas”.

Por esta razom, ele propom também que se faça essa “reflexom sobre as eleiçons espanholas” para ir ao Senado e Congresso de Espanha “com uma única voz que defenda o direito a decidir, a consulta acordada, a liberdade dos presos e os direitos sociais, contra o autoritarismo e o neoliberalismo”. “Este é o trabalho que temos que desenvolver nos próximos meses e, nesta aliança, nom descartamos ninguém de quem estamos cientes do que nos vem em cima, do PNB às CUP”, acrescentou.

O líder do partido abertzale reconheceu que esta “grande aliança” tem mais dificuldades para se materializar em umas eleiçons gerais, porque a Uniom Européia é um distrito único, mas acredita que “há maneiras diferentes de fazê-lo”. “Propomos como filosofia política que existam acordos importantes sobre programas mínimos”, di ele.

Otegui considerou que nos últimos anos “há uma grande tendência estrutural para que o autoritarismo seja imposto em todo o mundo”, e agora “está prevalecendo no estado espanhol”. Em sua opiniom, o caso da Andaluzia testemunha a tese defendida pola coalizom soberanista quando assegurou que ocorria uma “involuçom antidemocrática no Estado”. Nesse sentido, ele acredita que é um projeto que “resume perfeitamente Pablo Casado quando expom seu programa de corte de liberdades, negando os direitos das mulheres e dos imigrantes, renunciando a qualquer tentativa de resolver o problema nacional democrático e, até mesmo, a ilegalizaçom de partidos independentistas”.

A SOMBRA DE AZNAR                               

Otegi indicou que é um “projeto autoritário que fai parte da sombra de José María Aznar”. “Nós enfrentamos isso. Vai demorar mais ou menos, mas é o que vem a seguir, e temos que enfrentá-lo com responsabilidade e serenidade”, acrescentou. Depois de salientar que os discursos de Casado e os de Vox nom se distinguem “demasiado”, apesar do fato de que a formaçom de Santiago Abascal é a “extrema direita”, ele indicou que ambos os partidos e Ciudadanos concordam, entre outras cousas, em “aplicar um 155 duro e nom reconhecer a plurinacionalidade do Estado”.

“Eles fam parte de uma conjunçom que projeta a contrarreforma do Estado, estaríamos errados se pensássemos que o problema é Vox, porque os três compartilham o substancial, e o substancial reflete um Estado fraco que responderá de forma autoritária à sua falta de projeto. político”, acrescentou.

Para o líder de EH Bildu, “por trás dessa involuçom está alguém como Aznar, que tem um projeto para o Estado espanhol, o de recentralizaçom”. Nesta linha, acredita que se pode considerar o ex-presidente do governo do PP “o autor intelectual do que está a acontecer na direita espanhola”.

Em sua opiniom, a atual situaçom política do estado “reflete o retorno de um Aznarismo já desenfreado, sem complexos, que usará os problemas nacionais catalaes e bascos para impor seu modelo autoritário de Estado”.

ELEIÇONS ANTECIPADAS

Arnaldo Otegi nom se atreveu a antecipar um avanço das eleiçons gerais porque “dependerá fundamentalmente de como se desenvolve o processo dos Orçamentos”. Em qualquer caso, ele di que “há uma tentaçom do PSOE de pensar que todos vam querer sustentar o governo, perante a ameaça das três direitas”, referindo-se ao PP, Cs e Vox, que qualificou como “o triplo A”.

No entanto, ele alertou que isso “é um erro”, porque o fato de que “todos achem que um governo é melhor em que nom esteja à direita, nom significa que todos estejam dispostos a dar cheques em branco” a um executivo “que nom fai nada, que nom propom soluçons para os grandes problemas que existem”.

Otegi lembrou que EH Bildu sempre optou por “sustentar possíveis alternativas à direita”. “Nós, à direita autoritária, expulsamo-la das instituiçons de balde”. “Esta é a nossa posiçom, mas sem isso implicar um cheque em branco ou colocar em cima da mesa nossa confiança nas políticas que Sánchez vai fazer, que estam sendo de racanerismo político”, di ele.

Além disso, nom há “dúvida” de que, se populares, a formaçom de Cs e Abascal puderem somar, arrebataram o governo a Pedro Sánchez “para levar o país a um estado absolutamente autoritário”, a menos que “alguém puger uma soluçom para a grande coalizom à alemá entre o PSOE e Cs”, embora ele considere “difícil”.

SOMA DAS FORÇAS NO PAÍS BASCO

Em vista de tudo isso, ele também pediu o estabelecimento de “grandes acordos sólidos e estáveis de país” em Euskadi, porque “a contrarreforma do Estado vai tirar muitas das conquistas dos últimos anos na questom nacional e social”. “As forças progressistas teríamos de nos unir para construirmos um país e os bascos nom podemos permitir-nos o luxo asiático de estar desunidos, com o que vem”, di ele.

O coordenador geral da EH Bildu propom a soma, tanto na Comunidade Autônoma Basca quanto em Navarra, do movimento sindical, reformados, mulheres, PNV, Podemos e da coalizom soberanista. “O PSOE tem que escolher em qual dos blocos quer estar”, di ele. No entanto, ele afirmou que o PSOE está agora “em terra de ninguém” e avisou-o que “ele tem que decidir neste contexto histórico mundial, europeu e estatal”.

Além disso, considerou uma “irresponsabilidade” que o PNV “desmobilize e desarme as pessoas”, projetando uma imagem de que Euskadi é “um oásis, recriando uma ilusom”. “No processo de independência da Catalunha, o Estado recuperou algumas armas legais e políticas às que nom vai renunciar. Iniciou a repressom, a chantagem política e retirou do baralho uma carta que até agora nom usara, que é o 155. Quando o lehendakari fala de oásis, ele acredita que o Estado retirou o 155 do baralho para aplicá-lo apenas na Catalunha real?”, perguntou.

Otegi indicou que Iñigo Urkullu e a presidenta de Navarra, Uxue Barkos, “tenhem-lhe que fazer face, porque vivem em um contexto histórico em que isso pode acontecer, e nom fazer barulho e olhar para o outro lado nom impedirá que o Estado inicie esse caminho”.