Os novos dados publicados polo INE confirmam a tendência dos últimos anos: a decadência populacional da Galiza. Segundo estes dados, Galiza (sem incluir as cifras das comarcas da Galiza Oriental) já está por debaixo dos 2,7 milhons de habitantes, em concreto 2.699.299, a cifra mais baixa desde o ano 1972. Isto é consequência de um saldo vegetativo negativo -cifras em relaçom às do primeiro semestre do ano- de 9.135 pessoas e um saldo migratório “interno” cara a outras regions do Estado também negativo de 138 pessoas.

Como já analisamos neste portal em diversas ocasions, este nom é um fenômeno acidental, mas um sintoma do que está planejado para as periferiasdo Império, empregando a palavras de Tiqqun, para convertê-las em simples fontes de recursos.

As estatísticas publicadas polo INE também confirmam que o declínio populacional centra-se especialmente nas zonas rurais, enquanto as cidades mantenhem ou mesmo aumentam a o número de habitantes.

 O devalar demográfico como justificaçom

 Com este cenário como pano de fondo, a Junta anuncia um conjunto de medidas urbanísticas que suavizarám, ainda mais, as restriçons atuais para construir em terrenos qualificados urbanisticamente como “Solo Rústico”.

O governo autonômico justifica estas medidas pois, dize, som para “dinamizar e fixar a populaçom no médio rural, ao facilitar o apoio à construçom e reabilitaçom de vivendas em solo rústico”. O trâmite administrativo para dar-lhe amparo legal a estas medidas já começou esta quinta feita no Conselho da Junta onde se aprovou umha modificaçom do regulamento que desenvolve a Lei do Solo de Galiza.

Entre as medidas que a Junta pretende instaurar,está a de permitir a construçom de vivendas para trabalhadores temporários, quando algum “ciclo produtivo demande periodicamente, o trabalho coordenado de pessoas que a oferta laboral local non pode atender”, e fora de temporada estas vivendas poderám destinar-se ao turismo rural. Também se permitirá construir mais vivendas vinculadas a explotaçons agropecuárias, e permitirá também a construçom de albergues turísticos em zonas de influencia do Caminho de Santiago.

O Caminho de Santiago, a galinha dos ovos de ouro para as empresas turísticas

Trás estas medidas está disfarçado o interesse de alargar o negocio turístico ao mundo rural, em particular àquele vinculado ao Caminho de Santiago.

Compostela já está a chegar a umha situaçom limite logo de sofrer durante a última década um processo extraordinário de turistificaçom. E é por isso que atualmente aos empresários do setor turístico já lhes resulta difícil incrementar os seus lucros na própria cidade. Este setor empresarial pretende agoralançar-sea explorar todo o trajeto do Caminho, para o que conta com a cumplicidade do governo do PP, quem modificará todas as leis que fizeram falta.

É assim como a partir de agora se poderám construir instalaçons turísticas onde até agora apenas se podiam construir exploraçons agropecuárias. É de aguardar que o processo de abandono das pequenas explotaçons se mantenha pois, tanto o governo espanhol como o da Junta mantenhem umha política que provoca a necessária desvinculaçom territorial das populaçons: pechar escolas, recortar recursos nos centros de saúde, reduzir médios de transporte público ou aumentar as exigências às pequenas exploraçons ganadeiras e agrícolas.