No país dos mil rios este outono tingiu as árvores de até três cores, deixando um formoso manto que esboça nos nossos milenários montes, veigas e prados a necessidade da trovoada. Neste contexto, onde acouga a paz social e milheiros laiamos a falta da liberdade da nossa Terra, acontecem em paralelo dous processos no seio da mocidade.
Por umha banda baixo a legenda “30 anos de luitas. Passado, presente e futuro” decorrerá o vindouro 24 de novembro em Compostela a XV Assembleia Nacional de Galiza Nova, sendo o objetivo da mesma fortalecer o nacionalismo entre a juventude e por em valor o feito por mor de tres décadas.
Em paralelo e abrindo-se caminho aos poucos por volta do assemblearismo agroma Mocidade pola Independência, um processo nado com vontade de consenso entre correntes e espaços do soberanismo e do independentismo galego, um processo feito para desenhar as formulas precisas para umha atuaçom comum que remate com o descenso do peso social do movimento juvenil independentista, e com as guerras de logos e egos que o situam entre o gregarismo e a irrelevância em termos políticos.
Desde a tribuna do Galiza Livre, lanço breves breves análises de conjuntura na procura de reforçar os laços de unidade no seio da mocidade.
Contexto
-O panorama europeu define-se polo triunfo do neoliberalismo impulsado pola EU, o desmantelamento do estado de bem-estar e o desregulamento total do mercado do trabalho numha funda crise civilizatória em que vemos ascender perigosamente o fascismo em diferentes povos da nossa contorna. No entanto no Estado espanhol os capitais monopolistas procuram por todos os meios o feche autoritário da crise de regime que supom o processo republicano em Catalunha, produzindo-se um câmbio do governo do Estado que continua negando o direito de autodeterminaçom e subordinado o poder político aos interesses da EU e da NATO.
-Galiza conta com um marco de autogoverno inexistente nom aproveitando sequer os limites competenciais ridículos que deixa o Estado das Autonomias. Entrementes o nosso povo fita como ardem os nossos montes e o eucalipto inça a nossa terra, terra na qual nom podemos gerir as nossas infraestruturas, ter mecanismos para pormos a nossa capacidade produtiva ao serviço dos interesses gerais da naçom, blindar os nossos serviços públicos ou paralisar o etnocídio contra a nossa identidade, idioma e cultura.
Qual é o cenário político galego?
Por umha banda encontramos os erros propositivos dumha parte do nacionalismo organizado arredor do BNG, incapaz de sair do discurso dumha transferência competencial impossível e de proclamas soberanistas concebidas em abstrato nom formulando a necessidade de rutura com o Estado.
Por outro lado, estám os déficits ideológicos e organizativos do soberanismo nom organizado independentemente dos projetos políticos social-democratas espanhóis (organizaçons estatais que de facto nom defendem o direito de autodeterminaçom como amossam os seus posicionamentos em torno a questom catalá) e nos que nom está na ordem do dia um projeto político de rutura na Galiza e que na hora de gerir o poder municipal nom centrárom os seus folgos no reforço e impulso do tecido social e o movimento popular, senom mais bem na gestom da normalidade democrática e num baile de máscaras onde prima a liberaçom, o posicionamento e a pasta.
Em terceiro lugar podemos sinalar o esfarelamento na prática do espaço organizativo que noutra altura podíamos denominar como Movimento de Liberaçom Nacional Galego. Existem, pola contra, multitude de expressons e sensibilidades comprometidas com a liberaçom nacional da Galiza num estado de atomizaçom tam exacerbado que conduz o movimento ao puro simbolismo, carecendo de linha de massas e da capacidade de agregar, ativar e organizar ao nosso povo desde a vertente política independentista desde o eixo adulto.
É necessário abandonar a resignaçom e assumir o papel que nos toca sendo conscientes de que a configuraçom dum campo político juvenil renovado na nossa terra é umha das principais tarefas a afrontar na atualidade
É o momento da unidade juvenil?
Os laços e sinergias geradas no eixo estudantil, ou na Liga Gallaecia, no trabalho sindical, associativo, em defesa da terra e ou dos espaços liberados nas cidades situam em termos ótimos o desenvolvimento deste processo. Conhecemos como as disputas fratricidas de linhas e o descenso da presença independentista nas ruas pode diminuir a moral do conjunto da base social deste processo, mas também olhamos com otimismo o estado de saúde do tecido associativo, comunicativo, sindical, feminista, cultural ou juvenil e estudantil baixo um clima de pressom social, comunicativa e mesmo policial que quer a nossa total desmobilizaçom. É necessário abandonar a resignaçom e assumir o papel que nos toca sendo conscientes de que a configuraçom dum campo político juvenil renovado na nossa terra é umha das principais tarefas a afrontar na atualidade.
Como fazê-lo?
Como se está a fazer. Impulsando este processo assemblear desligado de qualquer partido ou expressom organizativa porque está pensado para interpelar a todo o conjunto do nosso movimento, organizado ou nom. Um movimento onde encontrar-se as que se fôrom, as que estám e as que virám em pé de igualdade.
Um processo e umha formulaçom organizativa no que além dos objetivos políticos estejam no centro os cuidados, a preocupaçom pola saúde e bem-estar das pessoas imersas no mesmo e que nasce com umha profunda vontade de acordo e de entendimento da pluralidade de atores e individualidades que podem chegar a participar, um processo fora da lógica de máximos, que leva a competência e ao confronto.
Um espaço de confluência entre as organizaçons e individualidades do movimento juvenil galego, dentro dum modelo assemblear enraizado a nível comarcal em perpétuo contacto e a serviço dos movimentos sociais e de base locais, pensado de forma pedagógica e ampla, onde a autonomia, vitalidade e peso do local e do território sejam peça principal dum movimento de âmbito nacional onde a mocidade contribua de jeito decisivo a termos um país independente, fora do capitalismo e das lógicas do benefício empresarial e de mercado, ecologicamente sustentável, territorialmente estruturado e feminista que incorpore de jeito natural a todas, ou as mais possíveis, tradiçons do soberanismo galego.
As perguntas
Aportaram de jeito decisivo os seus saberes, energias, capital político e humano as irmâs de Galiza Nova neste processo? Qual será o caminho que tomem as mocidades do BNG ante este histórica encruzilhada de caminhos?