Por Sergio Rodríguez Nieto /

Apenas som pícaros por trás dum balom’ ; ‘já aprenderám a colocar-se quando forem maiores’ ; ‘os cativos som muito bons de adestrar, ponho-lhes jogo pola hora inteira e passam-no bem, que ao cabo é o que querem’. Este tipo de comportamento é bastante usual em adestradores de futebol base em pre-benxamins e ‘biberons’, jeiras que som essenciais nom só dum jogador de futebol, senom da formaçom da personalidade das crianças.

Eis o cerne, nom nos decatamos do importante que é para a cativada o primeiro adestrador que tivérom na sua vida. Nom apenas se lhe vam transmitir os conhecimentos básicos do futebol, mas vam enfrentar pola vez primeira situaçons da sua vida que se vam repetir atreu : o desacougo antes do jogo, a necessidade de constáncia numha actividade, tendo que ir adestrar cada dia marcado, à mesma hora, o convívio em grupo com outros companheiros ou companheiras, a emoçom de ganhar e a decepçom de perder. Situaçons que vam experimentar pola vez primeira, e que vam ser equiparáveis (em certa medida) com o nervosismo dum exame, os horários dum trabalho, a implicaçom num colectivo por umha causa geral, a emoçom de ser seleccionados num trabalho, e a desilussom de nom ser contratado.

Isto é algo que poucos formadores de futuros adestradores sabem, e nos cursos formativos, estas fasquias da formaçom nom som atendidas ; de facto, os cursos formativos para a adestrar crianças fixérom-se obrigatórios há dous anos

O desporto é fantástico, a competiçom essencial. Precisamos dumha maior consciência na educaçom da que vai ser umha grande maioria de nenos e nenas, aproveitando a grande ferramenta social do desporto, neste caso o futebol. E aproveitando que se trata dum desporto maioritário, reforçarmos umha grande cantidade de valores essenciais numha sociedade.

Alguns treinadores excusam-se a dizer que eles nom som os verdadeiros educadores de jogadores e jogadoras ; dim que a educaçom vem da casa, de maes e pais. Em parte tenhem razom, mas cumpre assumir aliás essa responsabilidade, pois ao cabo somos formadores. Nalguns casos os cativos e cativas fam mais caso aos seus adestradores do que a pais e maes, por isso devemos de aproveitar a grande estima que nos tenhem para tentar incultar-lhes valores desportivos certos (um falar com jeito sem palavras malsoantes, evitar os protestos ao árbitro, bom trato com os companheiros…) ; trata-se de valores que também vam aproveitar na sua vida normal.

Ora, como pai ou mae, devo demonstrar-lhe a importáncia dos adestramentos, inculcar-lhe umha rotina de trabalho ao neno e nena. Umha ajuda consistiria em empresar-lhe a atençom que se deve, levando-o a adestrar e a ver os seus adestramentos, levando-o aos jogos e ficando a vê-los. Assim, o neno e e a nena verá isto como umha forma de chamar a atençom ao seu pai, e porá mais atençom em fazê-lo bem : sempre dando-lhe aços e motivando-o para melhorar. Trata-se dumha árdua tarefa, e por vezes nom nos decatamos da sua importáncia.

*Sergio Rodríguez Nieto foi jogador do S.D. Negreira e hoje adestra categorias inferiores do Victoria C.F. da Corunha.