Por Sabela Castro /

O elevado custe da electricidade é o principal argumento que está a empregar a empresa estadounidense para anunciar o encerramento da factoria da Corunha e da de Avilês, projectando concentrar a producçom na de Sam Cibrao. Apesar disto a corporaçom nom só fechou o terceiro trimestre do ano com um incremento de benefícios do 15% a respeito do ano anterior. Também mente a respeito do custe de umha electricidade que lhe pagamos entre todas as galegas.

O cinismo em cifras eléctricas de Alcoa

Cifra-se que a corporaçom recebeu ao longo dos últimos anos mais de 1000 milhons de ajudas derivadas da possibilidade, nunca acontecida, de podermos sofrer desabastecimento de electricidade. É o que se chama o serviço de “interrumpibilidad”, que regula Red Eléctrica Española. As grandes empresas que se acolhem a este “protocolo” cobram ajudas por adiantado em forma de subvençons que pagamos todas as pessoas na nossa factura da luz. Som o que se denominam portagens. Estima-se que até um 25% da nossa factura está composta de portagens, das quais Alcoa teria recebido mensalmente umha quantidade. Apesar disto e de que a corporaçom regista umha poupança de energia palpável, asseveram que o gasto eléctrico que tenhem neste momento supom o 50% dos seus custos de producçom. Para além disto a injustiça é maior se temos em conta que só a factoria de Alcoa do Cervo consome tanta energia como as principais cidades galegas juntas.

Na asignaçom deste serviço de “interrumpibilidad” subastam-se dous tipos de reducçom de potência: umha de 5 MW e outra de 90 MW. Acontece que mui poucas empresas poderiam oferecer umha reduçom de 90MW, polo que na prática estas ajudas venhem a ser umha adjudicaçom de dinheiro público e a dedo para as grandes corporaçons. A consequência óbvia e final é que ao longo do ano viriamos a pagar quase um total de 20 euros na nossa factura de luz em referência a este conceito e as grandes empresas conseguem umha poupança enorme. Só no ano 2014 e depois de imposturas e ameaças por parte de Alcoa, tivo lugar umha subasta onde se lhe concedérom 130 milhons de euros polo conceito de “interrumpibilidad”.

Umha empresa que ameaça e “mangoneia”

Este mercadeio das grandes corporaçons com o Estado obedece a interesses, corruptelas e negociaçons nas esferas do poder. As consequências do mesmo, como estamos a ver, pagámo-las directa e indiretamente todas as cidadás e as trabalhadoras mesmas da empresa, na corda bamba polas exigências de umha Alcoa mantida e bem untada com o dinheiro de todas. Neste sentido, o desembarco da corporaçom no Estado espanhol tivo lugar no ano 1998, governando José María Aznar e em pleno apogeu de privatizaçons de diferentes empresas públicas. Um acordo entre ambas partes selou a compra de Inespal à SEPI ( Sociedade Estatal de Participaciones Industriales), sendo assi como se fizérom com o controlo absoluto das dezenas de factorias dedicadas ao alumínio. Umha operaçom económica cifrada em 383 milhons de euros. Para especular e agrandar sempre aparecem quartos.

No ano 2013 a empresa ameaça com fechar as factorias, pois UE adverte de possíveis irregularidades no sistema de “interrumpibilidad” que o Estado espanhol desenvolve, por poder chegar a estabelecer-se como algo definitivo e nom apenas como umha correcçom. Foi assi como conseguírom mais umha outra negociaçom de dinheiro ( a já mencionada do 2014) e dérom por fechada a crise. Estaremos perante mais um novo episódio de exigências de dinheiro público?

Em umha reportagem realizada polo projecto audiovisual O Quinteiro do Úmia dá-se conta detalhadamente desta realidade de especulaçom e mercadeio com a nossa energia. Realidade especialmente dramática em Galiza, ao mantermos a nossa condiçom colonial de “ exportadores forçosos” de todo tipo de fontes primárias de energia. Anexamo-lo à notícia por ser de grande interesse à colaçom dos acontecimentos.

Os outros dados da mentira

Outra pata do argumentário que manexa a empresa é a suposta perda de ganho e pouca produtividade das factorias de Avilês e A Corunha. Os dados, porém, amossam umha realidade afastada desta asseveraçom. Tanto é assi que as trabalhadoras das factorias que se querem fechar lembram que no ano 2011 lográrom um benefício de 406 milhons de euros e ao ano seguinte a empresa apresentou um expediente de regulaçom de emprego temporal (ERE). Polos vistos trata-se de um funcionamento regular da empresa: chantagem ao Estado, chantagem às trabalhadoras e chantagem à cidadania.

Apenas cabe engadir que no ano 2017, as últimas contas conhecidas da empresa, a mesma informou de um aumento do ganho de um duplo a respeito do ano anterior.

Mobilizaçom sindical e análise independentista

Na segunda feira as negociaçons pareciam totalmente fracturadas, assi que os sindicatos optárom por deixar a mesa de negociaçons. Pola sua parte as mobilizaçons continuam na rua. Segundo informaçons da CIG mantém-se de maneira permanente um piquete diante da empresa para evitar que os camions carregados de alumínio saiam da mesma.

O representante do comité de empresa do sindicato pola CIG, Julio Moskowich , insiste na necessidade de mudar o actual marco regulador da electricidade e que se ponha fim à constante incerteza que se vive nas indústrias electrointensivas que referiamos antes, “porque apesar do que argumenta a empresa, o preço da energia é o verdadeiro problema”.

Neste sentido a CIG vem de propor a criaçom de umha tarifa industrial estável para tentar evitar a incertidume que gera a subasta actual.

Além da controvérsia pontual sobre as cifras e o grau de flexibilidade que a empresa poderia mostrar face as exigências do Estado, organizaçons independentistas como Causa Galiza analisárom o caso em curso de ‘fuga empresarial’ nas coordenadas de submetimento colonial da nossa Terra. Se Alcoa lisca apesar de “ter os custos eléctricos mais reduzidos do Estado, e dumha política de infraestruturas desenhada à sua medida (exemplificada no porto exterior da Corunha)”, o que acontece porque nos grandes planos estratégicos espanhóis se acha a desindustrializaçom da Galiza. Isto, somado ao feito de a burguesia galego-espanhola ter vocaçom regional, e nom atrever-se a pôr em causa as grandes medidas de Madrid, explica o processo que vivemos. Num fio na rede social twitter, a organizaçom desenvolve as suas teses sobre a questom energética.