Por Ana Macinheira /
Na passada semana, umha delegaçom de Que voltem a casa ! recabava apoios de várias forças dos nacionalismos institucionais em Espanha em favor do fim da dispersom. Organizaçons políticas galegas, como Em Marea ou o BNG, reconhecem a legitimidade da exigência de volta a cárceres galegos dos prisioneiros independentistas, ao igual que demandas tais como o fim dos primeiros graus penitenciários e da vulneraçom de direitos.
Históricas reivindicaçons do arredismo alcançavam agora umha nova dimensom. Ao longo dos últimos 43 anos, militantes galegos e galegas levam padecendo as prisons do Reino de Espanha e, desde a década de 80, pagando as suas condenas -em ocasions de mais dumha década- em lugares tam afastados como Andaluzia, País Valenciano ou Castela a Mancha. Sempre num contorno idiomático e cultural alheio, e baixo a permanente excepcionalidade do regime FIES-3, que implica um seguimento pormenorizado da vida do preso ou presa : amizades e relaçons sociais, correspondência e visitas.
A denúncia dos espaços sem direito dentro do quadro jurídico-político espanhol foi historicamente abandeirada na nossa Terra polo independentismo, e por organizaçons comunistas, antifascistas e anarquistas. Décadas depois, e num contexto de fascistizaçom crescente, parte do abano político institucional adere à demanda de direitos humanos e respeito, também para os considerados ‘terroristas’ pola doutrina propagandística da mídia espanhola e dos partidos do regime.
Da Galiza ao País Basco
Isto aconteceu na mesma semana em que umha parte importante do povo basco ocupou as ruas de Donostia num clamor polo fim das políticas de excepçom e pola imediata libertaçom dos presos e presas doentes.
Umha hora antes da manifestaçom um ato no Palacio de Miramar dava início à jornada reivindicativa. Lá citárom-se representantes de partidos, sindicatos, ex-pres@s, familiares e pessoas da cultura e o ámbito social de profissons e ideologias muito diversas. É a primeira convocatória que une a tantas organizaçons sob umha mesma mensagem em Euskal Herria: “une-nos a convivência”.
Um comunicado lido em euskera, castelhano e francês enviava à sociedade a mensagem: “sulinhamos a importância de rematar com todo o sofrimento. É necessário rematar com todo e é necessário fazê-lo agora (…)Temos muito que fazer no caminho da convivência. Devemos seguir trabalhando nessa direcçom, com respeito e comprensom. Temos muito que fazer, devemos fazê-lo por nós e polas nossas filhas. Sigamos construindo o caminho.”
“Todas somos importantes para exigir que se remate com a dispersom”
Entre as 37000 pessoas que se unírom aos berros de “Euskal Presoak etxera” estava Oier Maiz, que asistiu à manifestaçom com os seus amigos. Tem 16 anos e é filho do preso político basco Agustín Almaraz .”Sinto-me bem ao ver tanta gente acompanhando-nos nas nossas reivindicaçons”. O seu pai leva 23 anos na cadeia, e ele viajando centos de kilómetros todos os meses desde que nasceu para estar com ele tam só duas horas. “Estou participando da manifestaçom porque creio que todas somos importantes para exigir que se remate com a dispersom. Eu fago 2100 kilómetros cada fim de semana que vou ver ao meu pai a Puerto de Santa María. Os Estados Espanhol e Francês deveriam deixar de castigar-nos aos familiares dos presos”.
Entre as pessoas assistentes estava também Aitor Gartzia, ex-preso político e irmao do aínda preso Asier Gartzia. “É muito emocionante ver a tanta gente expresar o seu carinho as presas e presos, sobretodo para as companheiras que se atopam encarceradas. Aínda que hoje estám sós,
sem visitas, já que as suspendérom para unir-se a esta convocatória. Paradoxalmente estám mais acompanhad@s do que nunca, estamos enchendo as ruas de Donostia ; como familiar é um dia especial e sinto-me muito arroupado”.
« Temos a oportunidade de construir umha sociedade melhor «
Para rematar a jornada, Arantza Aldezabal e Laura Gómez falárom em nome da dinámica Orain Presoak .«Temos a oportunidade de construir umha sociedade melhor. Para isso nom nos queda outra que tezer redes, criar pontes e trabalhar junt@s para rematar com o sofrimento”. O discurso virou por volta da dispersom penitenciária, a excarcelaçom dos presos e presas
gravemente doentes, a progressom de grao e o cómputo de penas. “Temos muito que fazer, mas o mais importante é que já temos a força, o convencimento e a responsabilidade para levar adiante essas tarefas. Assim o demonstramos nos últimos meses e também hoje” .