Em Espinheira, quando bota vários dias sem chover acumula-se umha capa de fuligem sobre os peitoris das janelas. O motivo é que desde esta aldeia podem ver-se as chaminés da planta de bioetanol de Teixeiro e quando há vento do Sul também se podem cheirar. Em poucos meses poderám ver-se umhas novas chaminés, mas destas sairá fume de eucalipto queimado.
Início das obras
Também no polígono Industrial de Curtis-Teixeiro, e a apenas 500 metros da planta de bioetanol, as empresas construtoras Acciona e Imasa já começarom com as obras da central eléctrica de biomassa por encomenda da empresa energética galega Greenalia.
Se meses atrás se advertia neste portal da possibilidade de que finalmente se instalasse a planta de geraçom de energia eléctrica a pesar das advertências de organizaçons ecologistas, no passado mês de Agosto confirmava-se despois de que o Concelho de Curtis lhe concedera a licença de obras. A dia de hoje as obras já estám em marcha e aguarda-se que no prazo dum ano a planta esteja em período de provas e a pleno rendimento para o início do ano 2020.
As cifras
A indústria terá umha capacidade de aproximadamente 50MW, e ocupará um prédio de 103.000 metros quadrados de superfície, o que lhe permitirá gerar 324 GWh anuais a partir da queima de “resíduos florestais” recolhidos, segundo a própria empresa, num rádio de cem quilómetros arredor da nova instalaçom. Para fazer-se umha ideia das cifras, a planta terá capacidade suficiente para abastecer umha vila de 50 mil habitantes e umha vez em funcionamento será a maior do Sul de Europa. O projeto chegou com a promessa da creaçom 40 postos de trabalho diretos e outros 100 indiretos, mas já advertem que a vida útil da instalaçom é de 25 anos.
A borbulha das energias renováveis
Tanto a energia elétrica procedente da queima de biomassa como a produzida polos centos de aerogeradores que inçam os montes do País apenas som economicamente viáveis graças ao dinheiro púbico que as administraçons dam a maos cheias às empresas energéticas. Greenalia venderá a energia produzida à rede elétrica a 100 euros cada MWh, um preço que quase duplica o preço de mercado e fontes da empresa admitem que sem estes incentivos o projeto seria inviável.
Temos assim um exemplo mais de como fundos públicos se destinam, através de subvençons e ajudas, ao enriquecimento da classe dominante.
As promessas do capitalismo verde
Capitalismo verde, energia sustentável ou fontes renováveis som apenas um jogo de palavras para continuarem a contaminar coma sempre. Embora anunciem que apenas se queimarám resíduos florestais, a experiência diz o contrário, pois neste tipo de indústrias queimasse a árvore inteira logo de ser triturada. Isto provocará que nos vindouros anos se acrescente o cultivo de espécies de crescimento rápido, nomeadamente eucalipto, e o conseguinte empobrecimento dos solos, desertizaçom do território e o aumento do risco de incêndios.