Por Sabela Castro /

Recentemente vinha de conhecer-se que a Audiência Nacional espanhola abriu via penal contra a multinacional alemá como consequência de múltiplas denúncias de usuárias da marca de anticoncetivos Essure. Este medicamento, retirado já do mercado no estado espanhol no ano 2017, vém de somar-se à enorme listagem de velenos que a empresa comercializa. Na sua nómina destacam medicamentos anticoncetivos consumidos principalmente por mulheres, embora também se tenha marcado ao longo da sua história por implicar-se no comércio e saqueio de guerras imperialistas.

Desde o ano 2010 o SERGAS nas suas consultas ginecológicas recomendava o uso do método anticoncetivo Essure. Trata-se de um anticonceitivo permanente que funciona provocando umha pequena inflamaçom nas trompas de falópio, impedindo o passo de espermatozoides. Vém a ser umha barreira em forma de mola que se funde com o corpo. A sua introducçom na sanidade explica-se pola sua fácil inserçom ( sem necessidade de anestésia) e pola ausência de hormonas no dispositivo. O problema, que afeta por volta de 80 mulheres em Galiza, é que a empresa lançou e comercializou o produto sem evidências científicas da sua eficácia e muito menos advertindo dos seus riscos.

Os efeitos som variados e todos eles de gravidade patente: perforaçons uterinas, hemorrágias, endometrioses, reacçons alérgicas e um longo leque de problemas dependendo de cada corpo. Na maioria dos casos exige umha cirurgia de extracçom posterior, que o próprio SERGAS responsável da sua implantaçom em muitos casos se nega a realizar. Foi o caso de umha paciente do HULA de Lugo que, umha vez no quirófano, lhe suspendérom a extracçom sem dar explicaçons pertinentes. A paciente denúncia que esse serviço ambulatório, ao demandar umha ligadura de trompas, lhe recomendou através de umha palestra com outras pacientes o Essure, vendido como um bom método anticoncetivo. Nestes momentos a mulher denúncia que tem que extraer o útero e realizar umha operaçom como consequência do mal uso e nula informaçom que a instituiçom sanitária lhes ofereceu.

Mais anticoncetivos Bayer no ponto de mira

Para além de Essure a Bayer comercializa um DIU hormonal (Mirena), denunciado nos USA no ano 2016 por causar pseudotumores cerebrais a umha paciente. Ao parecer a empresa nom adverte que este dispositivo pode provocar acumulaçom de pressom no cérebro. Polos vistos hai um número crecente de pacientes neste país que padecem esta enfermidade, a raíz do conhecimento da primeira denúncia do ano 2016. Tem também acumuladas 4000 denúncias em Nova Iorque por possíveis perforaçons uterinas.

A drosperidona, o activo das pilulas hormonais que acumula denúncias

Este princípio activo está presente em pílulas hormonais anticonceitivas tais como Yaz, Yazmine,Giamvi, Ocella, Bellaz… Ao parecer, as primeiras queixas contra os mesmos por provocar sobretodo embólias pulmonares tivérom lugar no ano 2006 e ainda há hoje miles pendentes de resolver. Só nos USA Bayer tem pendentes mais de 4000 denúncias deste tipo. Na Europa o governo francês nega-se a correr com os gastos deste tipo de pílulas e a trombose em mulheres jovens parez ter-se reduzido sensivelmente.

Este princípio activo também era abertamente recomendado para combater o acné juvenil, caso de Diane. A agência do medicamento francês, por outro lado, anunciou no 2013 a retirada de Diane 35, também de Bayer, por motivos se segurança. O fármaco estava implicado em centos de casos de efeitos nom desejados.

Cumplicidade da sanidade com o dinheiro

Ao parecer a anticonceiçom hormonal é a terceira usada no mundo. Calcula-se que por volta de um 13, 5 % de mulheres utilizam as pílulas hormonais a nível mundial, segundo dados das Naçons Unidas.

Apesar de que os métodos de barreira e nom hormonais como o preservativo têm umha alta tasa de eficácia e som recomendados pola OMS, o sistema sanitário sempre prioriza o uso de anticoncetivos hormonais, monstrando umha clara cumplicidade com estas multinacionais que experimentam e atacam os corpos das mulheres.

Bayer, pequena resenha de um titám

Soubo-se recentemente que a Bayer comprou mais umha empresa bem conhecida para o ambientalismo: a Monsanto. Mais um capítulo no leque de absorçons e compras do gigante alemám. Fundada no 1863 está sediada em Leverkusen, na Renánia do Norte. Por isso fundou no 1904 a equipa desportiva, destacada em futebol, que leva esse nome. O fármaco mais conhecido da empresa para o público foi a aspirina, produzido na sua totalidade desde o 2014 em La Felguera, em Astúrias. Até a actulidade a companhia adquiriu por volta de 20 empresas, rematando por comprar em umha operaçom milionária a Monsanto. O nome desta última gigante desaparecerá, possivelmente pola má fama adquirida pola comercializaçom do famoso glifosato, também denunciado e perseguido por ambientalistas de todo o mundo. Resta ver que fará de agora para diante com a comercializaçom de sementes e pesticidas a gigante alemá.

Mas nem só a Bayer tem negócios com a saúde e o meio ambiente. O jornalista austríaco Klaus Werner denunciou no seu livro Schwarzbuch Markenfirmen” (“Libro preto das empresas de marca“) que a gigante alemá financiou a segunda guerra do Congo por causa dos seus interesses no coltám. No 2014 também foi denunciada por causa da morte de 24 nenos em umha aldeia de Perú como consequência da ingesta de um sustituto de leite em pó. Um subcomité do congresso do Peru demonstrou a responsabilidade penal da Bayer e do Ministério de Agricultura daquele país.