Por galizalivre /

Há justo um ano que este veterano projecto sócio-político, alicerçado na contra-informaçom, a denúncia e o pensamento crítico, voltava à cena do país. Trás um pequeno silêncio dedicado a retomar alento, o galizalivre comparecia de novo diante de todas e todos vós para cumprir o papel que tomara a primeiros deste século: rachar o monopólio do discurso da mídia empresarial e do espanholismo, dando voz a toda a Galiza que se move, e particularmente ao arredismo organizado.

Desde o primeiro outono de 2017, este portal centrou-se em cimentar umha equipa humana baseada no trabalho voluntário, na irmandade, e na pluralidade de perspectivas dentro dumha visom intransigentemente independentista e socialista: ao longo de doze meses de labor, pretendemos conjugar o esforço de militantes e activistas de distintas estruturas do movimento galego: da política partidária à comunicaçom alternativa, do sindicalismo ao feminismo e ao ensino, da defesa da Terra à intelectualidade dissidente.

Cremos, modestamente, que acertamos na constituiçom dumha equipa solvente, tarefa que nom resulta doada nestes tempos de individualismo extremo, exibiçom narcisista nas redes sociais, e alérgia às velhas boas práticas da disciplina, a palavra e o compromisso. O poder estatal que nos esmaga, ao igual que todo o entramado empresarial da ocupaçom, leva anos fazendo denodados esforços, através das suas agências ideológicas e formas de vida decadentes, para desmontar todo o código de conduta firme e clara que fixera da esquerda revolucionária umha alternativa cativadora na ética e política, para desarmar-nos espiritualmente, para fazer das opçons contestatárias meras vozes baleiras, sombras do que fôrom. Na linha de recuperar o melhor de nós mantemo-nos firmes na ideia de conjugar um discurso avançado com umha prática avançada, de executarmos fielmente o mandato das nossas próprias palavras. Quiçá é por isso, por fóbia à verdade, que a audiência nacional já pujo a lupa sobre um dos nossos jornalistas, na mesma causa que visa a limitaçom de actividades ou ilegalizaçom de organismos como Causa Galiza ou Ceivar.

De partida, cumprimos a primeira das nossas proposiçons, a de manter constantemente o pulso na rede da Galiza que se move, e assim fomos quem de cobrir 365 dias consecutivos, nem um menos, sem salário nem subvençons, informando à nossa comunidade leitora. Figemo-lo, no possível, apostando por umha redacçom lenta e reflexiva, o chamado ‘jornalismo lento’, e deixando a circulaçom de convocatórias e comentários agudos para o seu espaço natural, as redes sociais.

Nom se nos escapam as carências, e escuitamos as merecidas críticas: leitores e leitoras cúmplices apontárom que o portal nom dedicava espaço abondo ao audiovisual ; que a focagem de género merecia mais espaço; que devíamos manter maior ênfase nas redes sociais; que abussávamos da traduçom de textos de formaçom internacionais no canto de recorrer à fonte histórica da tradiçom galega. Além do mais, somos cientes de que a conjugaçom da militáncia com o trabalho (exploraçom e precariedade) assalariado nom sempre é doada, polo que o tratamento de muitas notícias exigiria mais tempo e meios. Como é de recibo, escuitamos todas as sugestons e tomamos nota para a melhora sabendo que, como o velho dito afirma, ‘a crítica melhora, a louvança amolece.’

Esperamos que o curso que se inicia seja de expansom e fortalecimento deste portal, porque isso significaria, aliás da ampliaçom do seu espaço leitor e de sustento, que o movimento independentista e o movimento popular do que fai parte alarga também a sua influência e o seu potencial de intervençom. Na rua e nas redes, toparemo-nos com a Galiza que luita.