O encoro do Úmia volta a estar de actualidade ao saltarem outra vez todos os alarmes pola alga tóxica que contamina as suas águas. Um problema redundante com umha soluçom clara para expertos e movimento popular, a demoliçom. Porém, desde o feche em 2001, a barragem da Baxe beneficiou e beneficia aos dententores do poder no nosso país mesmo através dos danos que lhe causa à populaçom da comarca.
A oposiçom ao encoro, convertida numha das luitas anticoloniais e ecologistas mais exemplares da mudança de século foi atraiçoada polas instituiçons municipais em troca de concessons que venderem eleitoralmente os alcaides. A mesma legalizaçom do polígono industrial de Moranha obedece a este alegal comércio de favores entre concelhos e Xunta. Umha vizinhança em pé e coordenada comarcalmente resistiu cargas, detençons, mentiras e acosos mediáticos. Em frente, Xosé Cuíña e Manuel Fraga, justificando como necessidade pública a expropriaçom de terras para construirem com dinheiro de todas a central hidroeléctrica de Cortizo S.L. Empresa que aparece nos papéis de Bárcenas como umha das financiadoras ilegais do Partido Popular. Mas nom só é exemplar a luita anti-encoro do Úmia pola atitude do povo da bisbarra, também pola demonstraçom empírica do funcionamento do regime colonial diante de tal oposiçom. Ainda que o movimento popular ganhasse a batalha nos julgados, mesmo o Tribunal Superior de Xustiza de Galicia ordenou a paralisaçom das obras e o cessamento das expropriaçons forçosas, estas continuárom igualmente. Nom só, a Guardia Civil carregou contra aqueles que pulavam por cumprir o mandado judiciário e deter a entrada das escavadoras nas suas próprias terras.
A argumentaçom da Xunta para a construçom alicerçava-se no fornecimento de água para O Salnês e numha soluçom efectiva contra as enchentes de Caldas de Reis. Porém, a barragem construída nom era do tipo requerido para essas funçons senom para a produçom hidroeléctrica. De facto, Caldas seguiu-se anegando ano a ano e o subministro de água ao Salnês nunca tivo tanta perigosidade como hoje em dia.
A chafalhada e o despreço pola populaçom e o ambiente marcam todo o processo. Já em 1999 um estudo da Universidade de Vigo alertava sobre o risco altíssimo de derrubamento da estrutura por falha de informes geológicos e geotécnicos. Mas quiçá a mais esperpéntica das irregularidades na justificaçom da edificaçom fosse o estudo para a declaraçom de impacto ambiental, copiado literalmente dum realizado para o rio Guadiana, em Huelva, e no que mesmo apareciam linces como fauna afectada. Só na “fé de erratas” emitida por Agustín Hernández, ex-alcaide de Compostela e ex-conselleiro de Medio Ambiente, se corrigia a toponímia: “Donde dice Puebla de Guzmán debe decir Caldas de Reis”, “Donde dice Presa de Sanlúcar debe decir Presa de Caldas”.
O feche das comportas tivo lugar por surpresa, numha visita mediática de Cuíña o 24 de Março de 2001, coa escusa das inundaçons de Caldas e respaldado polo alcaide da vila, J.M. Tobío do PSOE. Retranqueiros, um mês depois de que o TSXG emitisse a ordem de paralisaçom das obras. A água alagou-no todo e mergulhou microtoponímias, lendas, memórias, património histórico e terras que nom foram legalmente vendidas nem expropriadas.
Em 2006, apenas cinco anos depois de pôr-se em funcionamento o encoro, um incêndio na planta industrial de Brenntag de Caldas obrigou a analisar a água do rio. Foi daquela quando se detectou a contaminaçom pola cianobactéria Microcystis que acompanhava a proliferaçom de algas responsáveis da cor profundamente verde do Úmia. Esta bactéria aparece nos encoros e é a mais implicada no envenenamento de animais e humanos, mesmo pode produzir a morte em consumos crónicos. A origem do fenómeno deveu-se à enorme quantidade de fósforo e nitrôgeno que existia no encoro quando se fechou bruscamente pola própria mao de Xosé Cuíña. Associaçons e corporaçons municipais clamárom daquela polo derrubamento imediato dada a perigosidade que supunha para os consumidores de água de Caldas e O Salnês. De facto, os cortes e os problemas de abastecimento já som tradicionais nos veraos da zona. Em 2010 a alga até colapsou a ETAP de Caldas e a populaçom tivo que abastecer-se com cisternas. Contodo, em 2011, a Xunta encetou como soluçom o investimento de 382.593 euros num tratamento totalmente experimental a partir de bóias com 60 toneladas anuais de cortiça de eucalipto. Sim, cortiça de eucalipto, como quem quiger fechar o ciclo de benefícios. A reposiçom da casca supom um gasto de 20.000 euros ao ano para a administraçom.
Este verao, mália um lustro e meio de códia de eucalipto e como vem sendo habitual desde há mais dumha década, o Úmia voltou-se tingir de verde. Desde o 6 de Julho foi declarado o estado de alerta na zona pola mediçom estratosférica de cianobactéria que apresentava a barragem. A dia de hoje nom há nengum informe oficial sobre a efectividade do tratamento com tona de eucalipto e a concessom a Cortiço S.L, após a sentença que recolhe a sua participaçom no financiamento irregular do PP, continua vigente até 2051. Ironicamente, a nova do estado de alerta por mor do encoro de Caldas coincide no tempo coa de que as galegas e galegos imos padecer a maior subida da luz de todo o reino borbónico. Nós, que lhes exportamos o 33% da energia eléctrica que produzimos, que com apenas o 6% do território do Estado espanhol lhe fornecemos o 20% da electricidade renovável.