Por José Manuel Lopes Gomes /
Umhas semanas depois da polémica eliminaçom dum mural artístico e reivindicativo por parte do concelho, a plataforma ‘Lugo sem mordaças’ decidiu-se a continuar a sua aposta por visibilizar a presença na rua. Fijo-o com umha forte campanha propagandística e a realizaçom de mais murais, poucos dias antes da manifestaçom que tem convocada.
A controvérsia sobre a liberdade de expressom e os usos do espaço público continua a intensificar-se na cidade das muralhas. A polémica desatara-se há meses, com a circulaçom dum rascunho da que pretende ser a vindoura ‘ordenança cívica’ municipal. Promovem-na todas as forças da direita espanhola na cidade, e além de condenar à ilegalidade a prática propagandística habitual dos movimentos populares (coladas, murais, reparto de panfletos…), pretende banir das ruas os sectores mais vulneráveis : pessoas que pedem esmola, prostitutas, músicos ambulantes. A regulamentaçom estrita do espaço urbano pretende ceder o monopólio da propaganda e a expressom às empresas e à publicidade.
Eis as linhas argumentais que levárom à constituiçom e acçom da plataforma ‘Lugo sem mordaças’, que se reúne em assembleia aberta todas as segundas feiras no centro da cidade. Mas a resposta do poder -além do habitual silêncio ou deformaçom mediática- foi além do que se esperava na fase inicial do conflito : a começos do verao, o concelho multava com 600 euros um activista por pedir assinaturas na rua ‘sem o pertinente permisso’ ; e há três semanas, a cámara municipal apagava um mural artístico na rua de Sam Roque, feito que provocou umha ampla campanha com ‘Lugo sem mordaças’ nas redes sociais.
Murais e manifestaçom
A pressom do governo de Lara Méndez, secundada por jornalistas locais que já advertem contra a ‘ameaça do vandalismo em forma de graffitis’, nom disuadiu os e as activistas. Na vindoura quarta feira convocam o povo de Lugo a participar dumha manifestaçom pola derogaçom da ordenança que sairá às 20,30 da Praça de Santa Maria.
Será a culminaçom de semanas de actividade de rua e nas redes ; nestes dias, a Plataforma denunciou as dificuldades para espalhar com normalidade a sua propaganda, e realizou outro mural -baixo risco de multa- para demonstrar a sua persistência.