Por Jorge Paços /
A luita polo livre uso das ruas e o exercício dos direitos continua a irritar a casta política no concelho da cidade das muralhas. A Plataforma Lugo sem mordaças, que há apenas duas semanas denunciava a multa de 300 euros a um dos seus membros por pedir assinaturas na rua contra a ordenança cívica, volveu erguer o seu protesto. A pretensom de fusionar arte e reivindicaçom em muros deteriorados de Lugo volveu trazer à tona a hostilidade do governo municipal, em maos do PSOE, ante a auto-organizaçom popular.
Lugo sem Mordaças, constituída por mais de 30 colectivos e pessoas a título individual, leva vários meses a chamar a atençom contra a possível aprovaçom dumha ordenança cívica seriamente restritiva. Na linha de outros textos semelhantes que, ao longo do Reino de Espanha, pretendem regulamentar o uso das ruas para único benefício da turistizaçom e dos interesses privados, o rascunho contempla a perseguiçom policial e económica da mendicidade, a prostituiçom, os jogos, a música e, obviamente, a reivindicaçom social e política. Compostela, buque insígnia da turistizaçom nas últimas duas décadas, já aplicou ordenanças semelhantes, com relativo sucesso na hora de banir das ruas a propaganda social e política.
Hostilidade municipal
Até agora, o único pronunciamento municipal sobre a reivindicaçom da plataforma foi a injúria : há duas semanas, a Concelheira Carme Basadre acusava nos meios empresariais de ‘mentireiros’ os seus membros, e aprovava a multa de 300 euros a um membro da entidade, que solicitava assinaturas na rua contra a medida planejada polo concelho.
Por se houver algum tipo de dúvidas sobre a atitude que os opositores à ordenança vam enfrentar, o Concelho despejou qualquer incógnita : apenas dous dias durou um mural artístico e reivindicativo que a Plataforma realizou na Rua de Sam Roque, aproveitando aliás para restaurar umha superfície ruinosa que cerca um solar abandonado.
A medida municipal generou certa controvérsia nas redes sociais, ao patentear-se que o concelho apagou um mural com conteúdo reivindicativo enquanto deixava impolutos vários garabatos sem conotaçons políticas a escassos centímetros do trabalho da plataforma.
Falácias
A linha argumental da direita governante está a ser a típica nos casos da perseguiçom à dissidência política : a ‘aplicaçom da lei’. Porém, até o observador mais ingénuo se decata de que é umha aplicaçom selectiva, absolutamente tolerante com a difusom de publicidade e actividades empresariais, e severa com o protesto político de colectivos críticos e revolucionários.