Por Chema Naia /

O grão do Índice de Risco Diário de Incêndios (IRDI) que cada jornada elabora ao Conselharia de Médio Rural estabelece nesta sexta-feira o risco extremo de incêndio para mais do 60% dos municípios da Galiza. Esta área de perigo iminente atinge as zonas queimadas nos lumes do passado outono, incluindo comarcas cumha alta densidade populacional como o Salnês e grandes cidades galegas coma Ourense, Pontevedra e Vigo. Este índice tem em conta diversos fatores, como o estado da biomassa vegetal, o das infraestruturas preventivas das massas arvóreas e o chão; situa mais do 80% da superfície do País em risco alto, mui alto ou extremo.

Na mesma semana que a Junta adverte do altíssimo risco de incêndios florestais, quem os combatem marchárom na cidade olívica denunciando a escassez de meios para exercer o seu trabalho e o precário das condiçons laborais que padecem.

Greve e protestos

Os responsáveis pola vigilância e cuidado do nosso monte e médio natural, da coordenaçom dos médios e efetivos e da investigaçom das causas dos lumes, estám em greve indefinida desde o passado 1 de agosto. As e os trabalhadores levam 11 anos com o acordo das condiçons de trabalho caducado, devido a que foi firmado no 2004 e a sua vigência nom excedia o 2007. Entre as demandas que o coletivo formula topam-se o aumento do complemento por especificidade adaptada aos serviços que realizam com o estabelecido a outros trabalhadores da Junta. Um calendário de turmas que lhes permita conciliar a vida laboral com a pessoal e familiar – marcando um horário de 10 horas máximas polas manhas e oito polas noites – assim coma um plano formativo adequado para o risco ao que se exponhem e umha subida de nível acaída a responsabilidade que desempenham. Mais também denunciam a falta de meios na luita contra o lume, e advertem o abandono premeditado do rural galego.

Abandono do rural, expólio e risco crónico de incêndios.

A passada vaga de incêndios de 2017 pujo a nu a realidade na gestom do nosso monte, desde o pirofito monocultivo de eucalipto, a exprotaçom colonial dos nossos recursos ou vazio político impregnado de desídia na organizaçom da segurança, prevençom e extençom dos lumes. O corpo de agentes florestais, nestes meses sem chuva, ventos cálidos e altas temperaturas volta a ponher no ponto de mira que à frente da Junta nom há ninguém, simplesmente um títere que serve a interesses alheios aos das galegas mantendo o status quo propício para que continue o espólio, colocando sem ápice de vergonha o País ao limite de jeito constante.

A crise do rural como pano de fundo

Na passada semana, fôrom centenas as pessoas que acompanhárom nas ruas de Vigo as demandas dos agentes. Umha mobilizaçom que refresca a ideia de que a praga endêmica dos incêndios só se pode solucionar com umha nova política de país. O nosso território é enormemente complexo desde niveis orográficos a povoacionais apresentando umha sangria demográfica além dum processo continuado de despovoamento do rural cara a cidade. Se quigermos ter umha sociedade equilibrada e manter um horizonte coletivo viável precisamos um plano de organizaçom do território, de integraçom comarcal e de recuperaçom da agricultura e gadaria no rural já que além da sua importância como setores estratégicos fundamentais som formas de vida precisas na nossa configuraçom coma povo, ofertando jeitos de ocupaçom e revitalizaçom coletiva da terra de inegável validez.

A Junta abandonou a sua sorte o nosso rural, situando as pequenas empresas do setor primário na competência aberta condenando a supervivência as famílias que orientam a sua ocupaçom laboral nisto ou mantendo as agentes em condiçons penosas vulnerando o mesmo Governo autonômico as normas básicas da segurança laboral, as quais, lembremos, deve velar pola sua aplicaçom. O baleiro de propostas para o rural e o desamparo das suas trabalhadoras situa outra vez hoje a Galiza no borde das lapas.