Por Antia Seoane /

Umha escultura do século XII da fachada de Praterias da catedral de Santiago apareceu no dia de ontem com umha pintada que faz referencia a um grupo de música norte-americano. A figura danada, que representa a um dos doze apóstolos, aparecia com a face pintada e com o caderno que porta nas maos com a inscriçom KISS em alusom ao grupo de rock.

Umha joia de valor único

A fachada de Praterias tem um gram valor histórico e cultural pois forma parte do programa iconográfico medieval da catedral, além de ser a única fachada original que ainda se conserva. Rematada em 1117 sofreu diferentes modificaçons ao largo do tempo, umha delas motivada por um incêndio produzido durante as revoltas contra Gelmirez.

A escultura afetada pola pintada, trata-se de umha peça de valor incalculável devido a que é umha manifestaçom única da escultura românica galega feita no momento de mais esplendor do românico europeu. A jamba de mármore que adorna a porta de Praterias forma parte da decoraçom original da fachada sendo, portanto umha obra única do talher compostelám.

Segundo os técnicos que analizarom os danos, a pintada foi feita com umha caneta e consequentemente os danos poderiam nom ser tam graves. Deste jeito a pintada poderia ser tratada com laser nos vindouros dias para evitar que a peça esteja exposta muito tempo à tinta.

Umha desfeita ao Patrimônio condenável

O ato vandálico produziu a indignaçom nas redes e já foi condenado por todos os setores políticos, mas isto foi apenas porque esta desfeita nom é umha consequência planificada da atividade económica. É obvio que o turismo massivo que recebe o casco histórico compostelám produze danos ao patrimônio da cidade, mas o ato concreto da pintada é vontade de umha pessoa. Se os estragos em castros, dolmens, torres medievais e outros tesouros do nosso patrimônio é habitual e nom despertam esta indignaçom nos médios deve-se a que nestes casos os danos som produto da atividade económica planificada.

A listagem de agressons contra o património galego nos últimos tempos é tam abundante que apenas umha rápida olhada à página web de Historia de Galicia mostra umha inumerável quantidade de exemplos. Umha vez por desleixo das administraçons, outras por desconhecimento da populaçom, mas a gram maioria dos estragos produzidos é por causa de umha atividade económica que nom repara nos danos que produze contra o médio ambiente e contra a riqueza cultural e histórica do País.

Muitos dos que hoje condenam este ato vandálico som os mesmos que despreza a riqueza cultural de Galiza quando esta supom umha limitaçom para a obtençom de lucros. A instalaçom de infraestruturas energéticas (parques eólicos e barragens hidroelétricas), infraestruturas de transporte (autoestradas, linhas de comboio de alta velocidade,) minas a céu aberto, a construçom desaforada em determinadas zonas da costa, som apenas uns exemplos do desprezo da classe dirigente e do Capital pola cultura galega.

* Dados tirados de historialdegalicia.gal