Para aqueles que dizem aliviados, que no Estado espanhol nom existe um partido de extrema direita forte e com representaçom parlamentar como pode ser o Frente Nacional de Marie Le Pen na França, a AfD na Alemanha ou Aurora Dourada em Grécia, compre lembrar-lhes as recentes declaraçons do novo presidente do Partido Popular, Pablo Casado. “Nom é possível que haja papeis para todos, nem é sustentável um estado de bem-estar que pudera absorver aos milhons de africanos que querem vir a Europa e temos que dizê-lo ainda que seja politicamente incorreto”. E para isso forom construídos os Campos de Internamento de Estrangeiros (CIE).

Pablo Casado também foi quem propôs ilegalizar diretamente os partidos independentistas, e quem meses atrás ameaçara a Carles Puigdemont com correr a mesma sorte que Lluis Companys, em clara referência ao seu assassinato polo franquismo depois de declarar a independência de Catalunha em 1934.

Esta personagem é o líder do partido mais votado do estado. Nom há que levar-se a engano: a extrema direita nunca deixou de ser um ator político de primeira ordem no Estado espanhol. O fascismo é parte central do regime do 78, forma parte do seu miolo, e forom reconhecidos fascistas os que redigiriam a Constituçom Espanhola.

O que é um fascista

Podemos acudir às palavras de Bertolt Brecht, quem escreveu que nom existia nada mais parecido a um fascista que um burguês assustado. “Burguês assustado” é a definição mais breve possível, apenas duas palavras, pois umha única palavra é um sinônimo. Semelha umha definiçom demasiado ampla, que abrangeria a demasiada gente, mas em essência é ajeitada.

É certo que a burguesia é bastante mais limitada em número que a classe trabalhadora, mas esta última, por ser educada no seio do capitalismo assumiu a sua lógica perversa e adotou como próprios os interesses da pequena-burguesia. Umha vez que compartes a ideologia –a ideologia dominante é a da classe dominante-, compartes os mesmos gostos, desejos e apetitos, mas também compartes os mesmos prejuízos e os mesmos medos.

Os pequeno-burgueses som pessoas assustadiças. Mas que é o que os assusta? A que lhe tenhem medo? Tenhem medo a perder os seus privilégios, sejam estes privilégios os que foram, os que eles considerem: bem seja um iate, umha casa de 600 metros quadrados, um apartamento de 50, ou ter um emprego que nom chega ao salário mínimo. Tenhem medo a perder o seu bem-estar, as suas vantagens em favor de outra classe, quem passa a ser automaticamente o inimigo.

O fascismo, tem como característica criar um gram inimigo contra o que personalizar todos os males da sociedade e contra o que há que luitar com todos os médios. No caso do Regime do 78 este inimigo foi a resistência armada de ETA, e umha vez que esta abandonou a luita armada, o secessionismo catalám assumiu o seu papel. Este gram inimigo é utilizado para dar forma a toda classe de leis e medidas repressivas que restringem as liberdades da populaçom com a escusa de garantir a seguridade, mas os pequeno-burgueses aceitaram pois tenhem medo também à sua própria liberdade.

Mas além deste gram inimigo, o fascismo cria muitos outros inimigos, pois o fascista vê ameaças por todas as partes. Qualquer cousa que questione o sistema de valores no que se sustenta a sua seguridade é considerado umha ameaça: as estrangeiras, os muçulmanos, as feministas, os homossexuais, os comunistas, as independentistas,… É por isso os fascistas som racistas, xenófobos, homófobos e machistas. O medo irracional que padecem provoca que também sejam violentos e autoritários.

Este tipo de fascismo está arraigado na populaçom e afeta em diferentes níveis a todas as capas da sociedade galega, o que faz que abrolhem todo tipo de atitudes reacionárias. Como também dizia Brecht, de que serve dizer a verdade sobre o fascismo que se condena se nom se dize nada contra o capitalismo que o origina?

Aceitando, portanto, que o capitalismo é a origem do fascismo, o socialismo é a única alternativa.