Por Joám Garcia Costa e Jorge Paços /
Quando se cumprem 50 anos da recuperaçom do Dia da Pátria na clandestinidade, e 99 desde que as Irmandades da Fala decidissem a celebraçom da jornada nacional, os sectores mais conscienciados do nosso povo volvêrom ocupar as ruas da nossa capital para situar na sua centralidade as históricas demandas de soberania. Embora a palavra de orde ‘independência’ sona com força em espaços sociais e políticos cada vez mais diversos, foi a convocatória de Causa Galiza a que pujo com maior nitidez a ideia de ruptura sem ambages com Espanha para umha mudança substancial.
Como cada ano os actos arredor do Dia da Pátria começarom na véspera com as mobilizaçons protagonizadas pola mocidade e a já tradicional cadeia humana pelas presas. Porém os actos políticos centrais concentravam-se hoje, dia 25, e decorrêrom baixo umha discreta pressom das forças policiais, com dúzias de unidades de intervençom desdobradas, polícia à paisana pouco ostentosa, e um helicóptero vigilando a zona velha da cidade.
A jornada de Causa Galiza
A Alameda foi o clássico ponto de arranque das duas principais citas nacionalistas do dia. No campo independentista, apesar dos reiterados chamamentos de Causa Galiza para tentar dar umha resposta colectiva e de país ante a grave crise na que nos encontramos, a falta de adessom por parte doutras organizaçons obrigou a umha convocatória em solitário para o Dia da Pátria, seguindo o modelo de passados anos.
Convocada para as 12:30 a manifestaçom saiu com o habitual retrasso da Alameda secundada por vários centos de pessoas que decidírom sair à rua para reivindicarem os direitos nacionais da Galiza. Com o encabeçamento dumha bandeira nacional de grandes dimensons, e com o lema escolhido de « A independência é o único caminho », perto de 300 pessoas adentrárom-se na zona velha compostelana ; durante o seu percurso escoitarom-se diferentes lemas a favor da independência do país e reivindicando o dereito a decidir. Também se escoitárom consignas a favor da posta em liberdade das presas independentistas galegas.
Processo Trevinca no horizonte
O acto rematou na Praça do Toral onde se deu leitura a um manifesto político a cargo de Diego Santim, militante galego recém saído da prisom ; nele exprimiu-se a situaçom de disjuntiva na que se encontra o país, entre continuar com o « contrato lixo » que supom o actual Estatuto de Autonomia dentro do Estado Espanhol, ou a opçom da ruptura democrática com o pleno exercício do direito de autodeterminaçom.
Finalizava o manifesto com três ideias muito claras: a necessidade de dar umha resposta colectiva como povo e além de siglas ante a crise actual, para o qual Causa Galiza se pom a disposiçom do país com um ciclo de conversas com agentes sociais e políticos desde o mês de Setembro; o impulso a partir de Outubro do processo Trevinca, baseado em assembleias abertas para a reflexom e a actualizaçom de diagnósticos nacionais, visando um processo para a acumulaçom de forças independentistas; e também a reclamaçom do fim da dispersom e a posta em liberdade das presas políticas galegas, num contexto de crescente legitimidade das teses em favor do reagrupamento, relacionado com a conjuntura política catalá e basca e um possível abrandamento penitenciário.
Outras citas do dia. É Espanha reformável ?
A conviçom ou suposiçom de o Estado espanhol ser reformável, se se der no ámbito legislativo umha correlaçom de forças favorável ao ‘progressismo’, move historicamente a folha de rota do BNG e do nacionalismo institucional do seu conjunto, confiante em avanços cara a Galiza soberana cifrados em citas eleitorais.
O nacionalismo institucional, representado polo BNG organizou o seu acto central do día da Pátria em torno à umha manifestaçom que partiu da Alameda às 12:00 e que finalizou na Praça da Quintana, ateigada como é costumeiro por milhares de nacionalistas. O lema da manifestaçom foi o de « Umha ideia clara, somar pola Galiza ». A vozeira do BNG, Ana Pontom, fijo um exercício de memória sobre a celebraçom do dia quando este cumpriu 50 anos, reivindicou o direito de autodeterminaçom em chaves feministas, e pujo o acento das eleiçons municipais que se alviscam no começo do vindouro ano. A ideia dumha indefinida mudança institucional, consumada em triunfos eleitorais, que puidesse remover os obstáculos jurídico-políticos que aferrolham a Galiza segue a ser o fio condutor da proposta do BNG, geraçom trás geraçom.