Debater sobre política em determinados círculos militantes implica a aceitaçom de determinados lugares comuns, assumir certos valores compartidos e as palavras tenhem um significado que todas as partes compartem. Mas quando temos que debater fora destes pequenos círculos, os marcos conceituais desde os que partem os interlocutores habitualmente nom coincidem, muitas vezes diferem tanto que compre esclarecer previamente o próprio significado das palavras. Um simples exemplo: quando se dize que o PSOE é um partido de direitas, o interlocutor acostuma a surpreender-se. O espetro político no Estado espanhol está tam escorado à direita que qualquer pequeno gesto é suficiente para que umha organizaçom política seja considerada de esquerdas. De aí que antes deveríamos aclarar, neste caso, o que significa ser de esquerdas.
Mas a que se deve esta diferença de critério, por que pessoas que vivem no mesmo lugar e no mesmo momento histórico interpretam a realidade que os rodeia de jeito tam diferente? O critério nom deixa de ser a capacidade para compreendermos a realidade, mas para compreendê-la, para entender um problema concreto é preciso ter dados e informaçom veraz sobre dito problema. E já se assegura o próprio sistema de que tenhamos pouco tempo para informar-nos, de que acceder à informaçom veraz seja um processo dificultoso e que estar informado exija um trabalho árduo. Muita gente considera-se informada logo de ver passivamente umhas horas a televisom ou acudindo diariamente às páginas dos grandes jornais, mas isso apenas agrava o problema. Os grandes médios mentem deliberadamente polo que é necessário informar-se através de médios alternativos.
Manter-se informado é umha odisseia diária. Ter critério requer um esforço continuo. Umha pessoa anticapitalista que vive em um país capitalista deve ademais, nadar contra a corrente, deve identificar a informaçom falsa que os médios distribuem e deve luitar contra a intoxicaçom constante do sistema o que supom um esforço intelectual ininterrompido. Somos criados e educados baixo a lógica burguesa, com um sistema de valores inumano, polo que umha pessoa de esquerdas também tem interiorizado umha perversa lógica que o leva a ter umha serie de prejuízos contra os que deve estar sempre alerta. Como já nos advertira Malcolm X “se nom tens cuidado, os jornais farám que odieis os oprimidos e ames aos opressores”.
O controlo social é tam implacável e o discurso dominante é tam poderoso que nom é estranho que praticamente todos os grupos sociais, incluso os mais comprometidos, reproduzam as suas mentiras, falácias e manipulaçons. Esta dinâmica já arrastrou a grandes capas da populaçom galega cara a atitudes burguesas e tremendamente reacionarias, e quando nom, cara a mais absoluta passividade. Para evitar que este processo continue é urgente criar e consolidar médios de informaçom alternativos que fagam de contraponto ao discurso dominante e que sirvam para dar voz à causa socialista e independentista.