Por Antia Seoane /

Um ex-membro da Guarda Civil, Manuel Pastrana, participou no programa de TV3, Preguntes Freqüents, para ser entrevistado e as declaraçons que lá deixou nom deixam, ou nom deveriam deixar, indiferente a ninguém. O ex-agente da Guarda Civil declarou que os corpos repressivos do Estado tenhem como prática habitual os maus tratos e as torturas como método para conseguir as declaraçons das pessoas detidas.

Pastrana, quem assegura que foi um agente infiltrado em ETA durante a chamada Transiçom, responde orgulhoso às perguntas da jornalista. Ante a pregunta de se era habitual pegar aos detidos, contesta ironicamente que “nom se lhe vai convidar a um café a um detido, há que sacar-lha (a informaçom) como se poda. Fazia-o tanto a Guarda Civil, como a Policia, como todos os serviços”. Mas trata de relativizá-lo comparando-o com o que se faz nas democracias burguesas que nos rodeiam: “em Espanha tortura-se mas nom tanto como em outros países, como em França ou em Alemanha. Na França colhem a um delinquente e esse nom é pessoa”.

Mais adiante, quando a jornalista o questiona explicitamente sobre se o que lhe é feito às pessoas detidas se pode chamar torturas, o entrevistado responde com um contundente “evidentemente”. Pastrana vai mais longe na sua ignominia e entre risos declara que “os bascos, por norma geral, som brandos. Quando se lhes toca um pouquinho já cantam”.

Compre recordar, que nos casos de terrorismo, um gram número de sentenças som ditadas em base às declaraçons auto-inculpatórias das próprias pessoas acusadas feitas durante o período de incomunicaçom, período que se pode prolongar durante vários dias baixo a custodia dos agentes, sem direito a comunicar-se com um médico ou advogado de confiança.

Impunidade e cumplicidade

As palavras de Pastrana lembram às de outro alto cargo do grupo armado quem dizia que “o (agente) que nom soltou umha hóstia (a um detido) é que trabalhou pouco”.

Que membros da Guarda Civil podam fazer este tipo de declaraçons abertamente sem nenhum tipo de consequência para as suas carreiras profissionais, e sem apenas fazerem barulho mediático, demonstra a impunidade da que gozam as forças repressivas do Estado. Mas se o Estado espanhol o permite, é também porque conta com a cumplicidade da própria sociedade espanhola.