Por Salim Lamrani /
Hoje, 18 de Julho de 2018, cumprem-se exatamente cem anos desde o nascimento dum dos grandes revolucionários do século XX, Nelsom Mandela. Para lembrarmo-nos da sua figura resgatamos este artigo onde se debulham os momentos mais importantes da sua vida e da luita do povo sul-africano pola liberdade.
O herói da luita contra o apartheid marcou para sempre a história da África. No crepúsculo da sua existência, Nelson Mandela é venerado por todos. Ainda assim, as grandes potências ocidentais se opuseram até o último instante à sua luita pola emancipaçom humana e apoiaram o governo racista de Pretoria.
-
Nascido no dia 18 de julho de 1918, Nelson Rolihlahla Mandela, apelidado de Madiba, é o símbolo por excelência da resistência à opressom e ao racismo na luita pola justiça e pola emancipaçom humana.
-
Procedente de umha família de treze filhos, Mandela foi o primeiro a estudar em umha escola metodista e a cursar direito na Universidade de Fort Hare, a única que aceitava, entom, pessoas de cor no governo segregacionista do apartheid.
-
Em 1944, aderiu ao Congresso Nacional Africano (CNA) e, particularmente, à sua Liga da Juventude, de inclinaçom radical.
-
O apartheid, elaborado em 1948 depois da vitória do Partido Nacional Purificado, instaurava a doutrina da superioridade da raça branca e dividia a populaçom sul-africana em quatro grupos distintos: os brancos (20%), os índios (3%), os mestiços (10%) e os negros (67%). Esse sistema segregacionista discriminava 4/5 da populaçom do país.
-
Foram criados “bantustons”, reservas territoriais destinadas às pessoas de cor, para amontoar as pessoas nom brancas. Assim, 80% da populaçom tinha de viver em 13% do território nacional, muitas vezes sem recursos naturais ou industriais, na total indigência.
-
Em 1951, Mandela se transformou no primeiro advogado negro de Johanesburgo e assumiu a direçom do CNA na província de Transvaal um ano depois. Também foi nomeado vice-presidente nacional.
-
À frente do CNA, lançou a defiance campaign, contra o governo racista do apartheid, e utilizou a desobediência civil contra as leis segregacionistas. Durante a manifestaçom do dia 6 de abril de 1952, data do terceiro centenário da colonizaçom da África do Sul pelos brancos, Mandela foi condenado a um ano de prisom. Da sua prisom domiciliar em Johanesburgo, criou células clandestinas do CNA.
-
Em nome da luita contra o apartheid, Mandela preconizou a aliança entre o CNA e o Partido Comunista Sul-africano. Segundo el, “o CNA nom é um partido comunista, mas um amplo movimento de libertaçom que, entre os seus membros inclui comunistas e outros que nom o som. Qualquer pessoa que seja membro leal do CNA, e que respeite a disciplina e os princípios da organizaçom, tem o direito de pertencer às suas filas. Nossa relaçom com o Partido Comunista Sul-Africano como organizaçom é baseada no respeito mútuo. Nos unimos ao Partido Comunista Sul-Africano em torno daqueles objetivos que nos som comuns, mas respeitamos a independência de cada um e a sua identidade visual. Nom houve tentativa algumha por parte do Partido Comunista Sul-Africano de subverter o CNA. Pelo contrário, essa aliança deu-nos força política.”
-
Em dezembro de 1956, Mandela foi preso e acusado de traiçom com mais de umha centena de militantes antiapartheid. Depois de um processo de quatro anos, os tribunais absolveram-no.
-
Em março de 1960, depois do massacre de Sharperville, perpetrado pola polícia contra os manifestantes antisegregaçom, que custou a vida de 69 pessoas, o governo do apartheid proibiu o CNA.
-
Mandela fundou entom o Umkhonto we Sizwe (MK) e preconizou a luita armada contra o governo racista sul-africano. Antes de optar pola doutrina da violência legítima e necessária, Mandela inspirou-se da filosofia da nom violência de Gandhi: “Embora tenhamos pegado em armas, nom era a nossa opçom preferida. Foi o governo do apartheid que nos obrigou a pegar em armas. A nossa opçom preferida sempre foi a de encontrar umha soluçom pacífica para o conflito do apartheid.”
-
O MK multiplicou, entom, os atos de sabotagem contra os símbolos e as instituiçons do apartheid, preservando ao mesmo tempo as vidas humanas, lançou com sucesso umha greve geral e preparou o terreno para a luita armada com o treinamento militar dos seus membros.
-
Durante a sua estada na Argélia, em 1962, depois da intervençom do presidente Ahmed Ben Bella, Mandela aproveitou para aperfeiçoar os seus conhecimentos sobre a guerra de guerrilhas. A Argélia colocou à disposiçom do CNA campos de treinamento e deu apoio financeiro aos residentes antiapartheid. Mandela recebeu ali umha formaçom militar. Inspirou-se profundamente na guerra da Frente de Libertaçom Nacional do povo argelino contra o colonialismo francês. Quando foi libertado, Mandela dedicaria a sua primeira viagem ao exterior à Argélia, em maio de 1990, e renderia tributo ao povo argelino: “Foi a Argélia que fez de mim um homem. Sou argelino, sou árabe, sou muçulmano! Quando fui ao meu país para enfrentar o apartheid, me senti mais forte”. Recordaria ter sido “o primeiro sul-africano treinado militarmente na Argélia.”
-
Mandela estudou minuciosamente os escritos de Mao e de Che Guevara. Transformou-se em um grande admirador do guerrilheiro cubano-argentino. Depois de ser libertado, declararia: As “façanhas revolucionárias [de Che Guevara] — inclusive no nosso continente — foram de tal magnitude que nenhum encarregando de censura na prisom pôde escondê-las. A vida do Che é umha inspiraçom para todo ser humano que ame a liberdade. Sempre honraremos a sua memória.”
-
Cuba foi umha das primeiras naçons que deu a sua ajuda ao CNA. A esse respeito, Nelson Mandela destacou: “Que país solicitou a ajuda de Cuba e lhe foi negada? Quantos países ameaçados pelo imperialismo ou que luitam pola sua libertaçom nacional puderam contar com o apoio de Cuba? Devo dizer que quando quisemos pegar em armas nos aproximamos de diversos governos ocidentais em busca de ajuda e somente obtivemos audiências com ministros de baixíssimo escalom. Quando visitamos Cuba fomos recebidos pelos mais altos funcionários, os quais, de imediato, nos ofereceram todo o que queríamos e necessitávamos. Essa foi nossa primeira experiência com o internacionalismo de Cuba.”
-
No dia 5 de agosto de 1962, depois de 17 meses de vida clandestina, Mandela foi levado à prisom em Johanesburgo, graças à colaboraçom dos serviços secretos dos Estados Unidos com o governo de Pretoria. A CIA deu às forças repressivas do apartheid a informaçom necessária para a captura do líder da resistência sul-africana.
-
Acusado de ser o organizador da greve geral de 1961 e de sair ilegalmente do território nacional, foi condenado a cinco anos de prisom.
-
Em julho de 1963, o governo prendeu 11 dirigentes do CNA em Rivonia, perto de Johanesburgo, sede da direçom do MK. Todos foram acusados de traiçom, sabotagem, conspiraçom com o Partido Comunista e complô destinado a derrubar o governo. Já na prisom, Mandela foi acusado das mesmas cousas.
-
No dia 9 de outubro de 1963, começou o famoso julgamento de Rivonia na Corte Suprema de Pretoria. No dia 20 de abril de 1964, frente ao juiz africâner Quartus de Wet, Mandela desenvolveu a sua alegaçom brilhante e destacou que, frente ao fracasso da desobediência civil como método de combate para conseguir a liberdade, a igualdade ou a justiça, frente aos massacres de Sharperville e à proibiçom da sua organizaçom, o CNA nom teve outro remédio senom recorrer à luita armada para resistir à opressom.
-
No dia 12 de junho de 1964, Mandela e os seus companheiros foram declarados culpados de motim e condenados à cadeia perpétua.
-
O Conselho de Segurança das Naçons Unidas denunciou o julgamento de Rivonia. Em agosto de 1963, condenou o governo do apartheid e pediu às naçons do mundo que suspendessem o fornecimento de armas à África do Sul.
-
As grandes naçons ocidentais, como Estados Unidos, Gram-Bretanha e França, longe de respeitarem a resoluçom do Conselho de Segurança, apoiaram o governo racista sul-africano e multiplicaram o fornecimento de armas.
-
De Charles de Gaulle, presidente da França de 1959 a 1969, até o governo de Valéry Giscard d’Estaing, presidente da França de 1974 a 1981, a França foi um fiel aliado do poder racista de Pretoria e negou-se sistematicamente a dar apoio ao CNA na sua luita pola igualdade e pola justiça.
-
Paris nunca deixou de fornecer material militar para Pretoria, provendo até mesmo a primeira central nuclear da África do Sul, em 1976. Sob os governos de De Gaulle e de Georges Pompidou, presidente entre 1969 e 1974, a África do Sul foi o terceiro maior cliente da França em matéria de armamento.
-
Em 1975, o Centro Francês de Comércio Exterior (CFCE) disse que “a França é considerada o único verdadeiro apoio da África do Sul entre os grandes países ocidentais. Nom apenas fornece ao país o essencial em matéria de armamentos necessários para a sua defesa, mas também se tem mostrado benevolente, ou, mais ainda, um aliado nos debates e nos votos das organizaçons internacionais.”
-
Preso em Robben Island, com o número 466/64, Mandela viveu 18 anos da sua existência em condiçons extremamente duras. Nom podia receber mais de duas cartas e duas visitas ao ano e estava separado da sua esposa Winnie — que nom tinha permissom para visitá-lo — durante 15 anos. Foi condenado a realizar trabalhos forçados, o que afetou seriamente a sua saúde, sem conseguir jamais quebrar a sua força moral. Dava cursos de política, literatura e poesia a os seus camaradas de destino e clamava pola resistência. Mandela gostava de recitar o poema Invictus de William Ernest Henley: “It matters not how strait the gate/How charged with punishments the scroll./I am the master of my fate:/I am the captain of my soul”. (Nom importa como de estreito é o portom/ E quantas som as puniçons listadas/ Eu sou o mestre do meu destino/ Eu sou o capitám da minha alma)
-
No dia 6 de dezembro de 1971, a Assembleia Geral das Naçons Unidas qualificou o apartheid como crime contra a humanidade e exigiu a libertaçom de Nelson Mandela.
-
Em 1976, o governo sul-africano propôs a Mandela a sua libertaçom em troca de que ele renunciasse à luita. Madiba negou firmemente a proposta do governo segregacionista.
-
Em novembro de 1976, depois das revoltas de Soweto e da sangrenta repressom que o governo do apartheid desatou, o Conselho de Segurança das Naçons Unidos impôs um embargo sobre as armas destinadas à África do Sul.
-
Em 1982, Mandela foi transferido para a prisom de Pollsmoor, perto de Cape Town.
-
Em 1985, Pieter Willen Botha, presidente de fato da naçom, propôs libertar Mandela se ele se comprometesse, em troca, a renunciar à luita armada. O líder da luita antiapartheid recusou a proposta e exigiu a democracia para todos: “um homem, um voto.”
-
Frente ao recrudescimento das operaçons de guerrilha do MK, o governo segregacionista criou esquadrons da morte com a finalidade de eliminar os militantes do CNA na África do Sul e no exterior. O caso mais famoso é o de Dulci September, assassinada em Paris no dia 29 de março de 1988.
-
A mobilizaçom internacional a favor de Nelson Mandela culminou em um show em Wembley, em junho de 1988, em homenagem aos 70 anos do resistente sul-africano, que foi assistido por 500 milhons de pessoas pola televisom.
-
O elemento decisivo que pôs fim ao apartheid foi a estrepitosa derrota militar que as tropas cubanas infringiram ao exército sul-africano em Cuito Cuanavale, no sudeste de Angola, em janeiro de 1988. Fidel Castro enviou os seus melhores soldados a Angola depois da invasom do país pelo governo de Pretoria, apoiada pelos Estados Unidos. A vitória de Cuito Cuanavale também permitiu à Namíbia, até entom ocupada pola África do Sul, conseguir a sua independência.
-
Em um artigo intitulado “Cuito Cuanavale: a batalha que acabou com o apartheid”, o historiador Piero Gleijeses, professor da Universidade John Hopkins, de Washington, especialista na política africana de Cuba, aponta que “a proeza dos cubanos nos campos de batalha e o seu virtuosismo na mesa de negociaçons foram decisivos para obrigar a África do Sul a aceitar a independência da Namíbia. A sua exitosa defesa de Cuito foi o prelúdio de umha campanha que obrigou o exército sul-africano a sair de Angola. Essa vitória repercutiu para além de Namíbia.”
-
Nelson Mandela, durante a sua visita histórica a Cuba, em julho de 1991, lembrou-se daquele episódio: “A presença de vocês e o reforço enviado para a batalha de Cuito Cuanavale têm umha importância verdadeiramente histórica. A derrotada esmagadora do exército racista em Cuito Cuanavale constituiu umha vitória para toda a África! Essa contundente derrota do exército racista em Cuito Canavale deu a Angola a possibilidade de desfrutar da paz e de consolidar a sua própria soberania. A derrota do exército racista permitiu que o povo combatente da Namíbia alcançasse finalmente a sua independência! A decisiva derrota das forças agressoras do apartheid destruiu o mito da invencibilidade do opressor branco! A derrota do apartheid serviu de inspiraçom para o povo combatente da África do Sul! Sem a derrota infringida em Cuito Cuanavale as nossas organizaçons nom teriam sido legalizadas! A derrota do exército racista em Cuito Cuanavale possibilitou que hoje eu poda estar aqui com vocês! Cuito Cuanavale é um marco na história da luita pola libertaçom da África austral! Cuito Cuanavale marca a virada da luita para libertar o continente e o nosso país do flagelo do apartheid! A decisiva derrota infringida em Cuito Cuanavale alterou a correlaçom de forças da regiom e reduziu consideravelmente a capacidade do governo de Pretoria para desestabilizar os seus vizinhos. Este feito, em conjunto com a luita do nosso povo dentro do país, foi crucial para fazer Pretoria entender que tinha que sentar-se à mesa de negociaçons.”
-
No dia 2 de fevereiro de 1990, o governo segregacionista, moribundo depois da derrota de Cuito Cuanavale, viu-se obrigado a legalizar o CNA e aceitar as negociaçons.
-
No dia 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela foi finalmente libertado, depois de 27 anos de prisom.
-
Em junho de 1990 foram abolidas as últimas leis segregacionistas depois da pressom feita por Nelson Mandela, pelo CNA e pelo povo.
-
Eleito presidente do CNA em junho de 1991, Mandela recordou os objetivos: “No CNA sempre estaremos ao lado dos pobres e dos que nom tenhem direitos. Nom estaremos apenas junto deles. Vamos garantir, antes cedo que tarde, que os pobres e sem direitos rejam a terra onde nasceram e que — como expressa a Carta da Liberdade — seja o povo que governe.”
-
Fortemente criticado pola sua aliança com o Partido Comunista Sul-Africano por causa das potências ocidentais que seguiam apoiando o governo do apartheid durante o processo de paz, Mandela replicou de modo contundente. “Nom temos a menor intençom de fazer caso aos que nos sugerem e aconselham que rompamos essa aliança [com o Partido Comunista]. Quem som os que oferecem esses conselhos nom solicitados? Provêm, na sua maioria, dos que nunca nos deram ajuda algumha. Nenhum desses conselheiros fez jamais os sacrifícios que fizeram os comunistas pola nossa luita. Essa aliança fortaleceu-nos e a tornaremos ainda mais estreita.”
-
Em 1991, Mandela condenou o persistente apoio dos Estados Unidos ao governo do apartheid: “Estamos profundamente preocupados com a atitude que a administraçom Bush adotou sobre esse assunto. Este foi um dos poucos governos que estivo em contato habitual conosco para examinar a questom das sançons e fizemos-lhe ver claramente que eliminar as sançons seria prematuro. No entanto, essa administraçom, sem nem nos consultar, simplesmente nos informou que as sançons estadunidenses seriam anuladas. Consideramos isso totalmente inaceitável.”
-
Em 1993, Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz pola sua obra a favor da reconciliaçom nacional.
-
Durante a primeira votaçom democrática da história da África do Sul, no dia 27 de abril de 1994, Nelson Mandela, de 77 anos, foi eleito presidente da República com mais de 60% dos votos. Governou até 1999.
-
No dia 1 de dezembro de 2009, a Assembleia Geral das Naçons Unidas aprovou, em votaçom unânime dos seus 192 membros, umha resoluçom que decreta o dia 18 de julho como Dia Internacional Nelson Mandela, em homenagem à luita do herói sul-africano contra todas as injustiças.
-
Se hoje Mandela é cumprimentado por todos, por décadas as potências ocidentais consideraram-no um homem perigoso e o combateram apoiando o governo do apartheid.
-
Estados Unidos, França e Gram-Bretanha foram os principais aliados do governo do apartheid, o qual apoiaram até o último momento.
-
Se os Estados Unidos veneram hoje em dia a Nelson Mandela, de Clinton a Bush passando por Obama, é conveniente lembrar que ele foi mantido na lista de membros de organizaçons terroristas até o dia 1 de janeiro de 2008.
-
Nelson Mandela lembrou varias vezes dos lanços inquebrantáveis que atavam a África do Sul a Cuba. “Desde os seus primeiros dias, a Revoluçom Cubana tem sido umha fonte de inspiraçom para todos os povos amantes da liberdade. O povo cubano ocupa um lugar especial no coraçom dos povos da África. Os internacionalistas cubanos deram umha contribuiçom para a independência, para a liberdade e a justiça na África que nom tem paralelo pelos princípios e pelo desinteresse que a caracterizam. É muito o que podemos aprender da sua experiência. De modo particular, nos comove a afirmaçom do vínculo histórico com o continente africano e os seus povos. O seu invariável compromisso com a erradicaçom sistemática do racismo nom tem paralelo. Somos conscientes da grande dívida que existe hoje com o povo de Cuba. Que outro país pode mostrar umha história mais desinteressada que a que teve Cuba nas suas relaçons com a África?
-
Thenjiwe Mtintso, embaixadora da África do Sul em Cuba, lembrou-se da verdade histórica a propósito do compromisso de Cuba na África. “Hoje a África do Sul tem muitos amigos novos. Ontem, estes amigos se referiam aos nossos líderes e aos nossos combatentes como terroristas e nos acusavam enquanto apoiavam a África do Sul do apartheid. Esses mesmos amigos hoje querem que nós denunciemos e ilhemos Cuba. Nossa resposta é muito simples, é o sangue dos mártires cubanos e nom destes amigos que corre profundamente na terra africana e nutre a árvore da liberdade em nossa pátria.”