Por Antia Seoane /
Na noite do sábado para o domingo celebrou-se o solstício de Verao, umha festividade que na nossa terra toma o nome de Sam Joám desde a sua cristianizaçom. Trata-se de umha festividade pagã que bota as suas raízes no nosso passado e tradiçom, e que ainda perdura graças aos esforços da vizinhança de muitas aldeias e de muitas organizaçons culturais, mas que nos últimos tempos se está a transformar em umha festa que em muitos casos pouco ou nada tem que ver com o nosso patrimônio imaterial.
Em numerosas aldeias e pequenas vilas galegas conservam-se quase intactos os rituais que se celebram essa noite, mas no mundo urbano, nomeadamente nas grandes cidades, e do mesmo jeito que sucede com outras festividades tradicionais como é o caso do Entroido ou Samain, a festividade do Sam Joám está-se a converter em um macro-botelhom onde grandes camadas da juventude galega acodem a embebedar-se e a consumir todo tipo de drogas.
Os dados deste ano
Umha consequência deste fenômeno foi que durante a noite mais curta do ano houve mais de um cento de intoxicaçons por álcool, das quais o Serviço de Urgências Sanitárias de Galiza teve que atender um total de 55, enquanto as 54 restantes foram atendidas nos hospitais de campo que foram instalados nas praias de A Corunha e Nigrám onde se celebraram as duas maiores concentraçons de pessoas.
Se na praia de Nigrám se reuniam mais de 60 mil pessoas, em A Corunha eram mais de 120 mil. Semelhantes concrentraçons de gente deixarom imagens lamentáveis pola manha, com toneladas de lixo emporcalhando as praias. Umha celebraçom que nasceu ligada aos ciclos vitais da Terra transforma-se em um ato ambientalmente insostivel.
Umha tendencia perigosa
O que acontece durante a noite de Sam Joám na praia do Orçam nom deixa de ser um botelhom adornado com fogueiras organizado polo governo corunhês, o qual é vendido polas instituçons da cidade como um atrativo turístico.
Isto nom se trata de um feito casual e pom de manifesto dous fenômenos. O primeiro é que o consumo exagerado de álcool e outras drogas durante as noites de festa vêm incrementando-se nos últimos anos e que a juventude galega começa cada vez mais nova com estes hábitos.
O segundo é o processo mediante o qual o capitalismo transforma qualquer atividade humana para apropriar-se dela e associar-lhe um consumo do qual poda tirar um proveito econômico. Assim, a celebraçom da noite de Sam Joám, ou do Entroido, no mundo urbano nom deixa de formar parte do modelo de lazer que é promovido polo Poder. Um lazer que vai irremediavelmente ligado a um consumo desmedido.