Por P. Fernandes Pastoriça e José Manuel Lopes Gomes /

Mais umha vez, Espanha volve aparecer como ‘o homem doente da Uniom Europeia’. Desta volta, com a meritória distinçom de partilhar posto em curte de liberdades com Estados da periferia capitalista, habitualmente criticados pola mídia empresarial polo seu ‘autoritarismo’.

Um informe aumenta a sua popularidade nas redes sociais nos últimos dias : difunde um ranking de Estados caracterizados por perseguirem e silenciarem os seus artistas. Espanha encabeça o ranking, seguida pola China, o Irám, o Egipto, a Turquia e Cuba. O Reino de Espanha chega mesmo a superar a cifra de artistas punidos dum país tam povoado como a China, pois lançou medidas repressivas contra treze criadores (a China, contra doze).

O informe intitula-se O estado da liberdade artística, e foi escrito por umha equipa internacional de dez especialistas independentes. Os expertos pugérom o seu foco, no caso espanhol, na ‘utilizaçom abussiva da legislaçom antiterrorista’ (em alusom à perseguiçom de rapeiros e tuiteiros) e ao uso massivo da violência contra pessoas desarmadas no processo catalám.

Ao igual que em países ditos emblemáticos das liberdades democráticas, como os EUA, Israel ou a Polônia (e acarom dos sempre assinalados China ou a Venezuela), no Reino de Espanha dam-se factos alarmantes sobre como tratam os artistas e  a respeito da sua liberdade de expressom“.

Chama particularmente a atençom dos pesquisadores o caso da repressom dos músicos no Estado : Espanha: rapeiros no foco das atençons”, é  intitulado um capítulo que inclui a sentença de dous anos e um dia na cadeia decidida polo Supremo  contra doze membros do grupo La  insurgencia, alguns deles galegos da cidade de Vigo. Embora se reconhece que as letras fam chamado à insurrecçom e referenciam as acçons armadas da guerrilha do GRAPO, a proliferaçom de medidas de prisom, perseguiçom e ameaças contra  dos rapeiros é umha violaçom total de tratados internacionais de que forma  parte a Espanha, e gera umha atmosfera de silêncio para os artistas.”

Nesta mesma análise se incluem as medidas tomadas contra os rapeiros Valtonyc -hoje no exílio- e Pablo Hasel, músico de ideologia revolucionária que expujo as suas razons num recente artigo.

Na realidade, e apesar da grande alarme mediática desatada por medidas recentes, a preocupaçom espanhola com a liberdade de expressom é velha, e o independentismo pagou-na no seu dia. Como recordou a imprensa nacionalista reiteradamente, o cantautor Suso Vaamonde tivera que pegar nas malas e liscar ao exílio na década de 80 por umha composiçom contra a imposiçom espanhola, peça que hoje fai parte do repertório obrigado do movimento popular.