Por Carles Castellanos (traduçom do galizalivre) /

A expulsom do PP fora do governo da Espanha tem sido um evento que, apesar de previsível, é importante poder situar em seu âmbito real.

Como foi observado a partir de várias análises, o “pecado” do governo Rajoy foi seu  abusso de vaidade em acçom, o  que expressa a cegueira política que o leva  para sobrestimar a extensom de suas próprias forças e possibilidades. Poderíamos dizer que a figura de Rajoy (e de seu primeiro aliado, Rivera) a mais representativa  no nacionalismo espanhol (o de ” a por ellos “) tem-se cegado pola paixom e a arela do  dominador  e considerou que, aproveitando-se da repressom do movimento  pola independência que tinha exercido a autodeterminaçom sem “permisso”, abria-se  a possibilidade de acabar  de vez com a Catalunha como entidade política e com a  catalanidade como expressom nacional. Vendo o resultado desta política após 21 de dezembro, é claro que o PP (e os de Ciudadanos nas costas) cometeram um grave erro de cálculo.

A mentalidade militarista e falangista dessas duas formações levou-os, entom, a cometerem erros.

O fracasso político é sério, e mais se os dados de 21 de dezembro já mostraram o colapso do PP na Catalunha. Apesar da concentraçom de voto anti-catalão no partido fascista atual (Ciudadanos) a cegueira deste casal que se move no campo do que se chamou de “hooliganismo pré-político” levou-os a expor sua essência radical nacionalista espanhol e, finalmente, restringirem a sua possibilidade de alianças amplas. A independência catalã e o movimento republicano finalmente refletiram essa crise espanhola, umha crise que cria um cenário diferente; diferente, mas nem tanto quanto alguns setores excessivamente eufóricos de  fileiras pró-independência proclamam hoje, indubitavelmente com muita alegria.

O cenário pós PP

É claro que o cenário que foi estabelecido representa umha modificaçom do eixo fundamental das premissas que marcaram a política espanhola, um eixo que foi definido como baseado na exacerbaçom das linhas repressivas realizadas desde um tipo de comando militarista: a ofensiva  de “comando único” dita  medidas de caráter repressivo transmitidas para o vice-rei e as forças de ocupaçom e vai  mobilizar ao “Franquismo  judicial,” á”mídia Franquista” e  ao ” falangismo de rua” … seguindo umha coordenaçom rigidamente estabelecida.

Esta linha de comando foi interrompida no nível político, mas a pergunta que devemos fazer é quanto tempo levará o espanholismo para refazer  a sua “linha de comando” e continuar com a ofensiva repressiva?

A informaçom que vem comigo para já  nem nos permite ser muito otimistas, porque todo parece indicar que a remodelaçom dos aparelhos de direcçom já começou. Se olharmos bem para isso, os “poderes factuais” da Espanha, com esse deslocamento do PP indesejado inicialmente por si mesmos, foram liberados de um “peso morto” (de um partido corrupto e mal visto internacionalmente) e logo poderám   preparar “para o  combate” com as forças que ainda possuem e que nunca perderam (policiais, judiciais, falangistas, etc.).

Que os políticos catalães nom sejam enganados; seria bom se eles estivessem pensando em estar também em umha “posiçom de combate” depois desse breve período em que o anti-catalanismo está em recomposiçom das  suas fileiras.

A disputa fundamental entre o  poder oligárquico  da Espanha (organizado em torno de hierarquias económicas, administrativas, políticas, militares, judiciárias e religiosas espanholas) e o povo catalão é baseado em um confronto causado  da ocupaçom, umha luta contra a ocupaçom, que  do nosso movimento  segue pedindo independência e a organizaçom máxima em prol da República, o que significa a unidade máxima do “creba- cabeças” (…)

Nossa liberdade nem vai sair do Parlamento espanhol, mas da nossa capacidade de nos ceivar da dominaçom espanhola e dos seus monopólios extrativos, ou seja, sairmos  pola força de provarmos, como um povo, ao poder espanhol que  será melhor para ele  deixar-nos livres  que nos ter agrilhoados como escravos.

A luita continua.

*Publicado em llibertat.cat