Por José Manuel Lopes Gomes /
Se há duas semanas informávamos das pesquisas iniciadas pola Audiência Nacional contra jornalistas deste portal no quadro da ‘Operaçom Jaro’, agora sabemos mais um caso de perseguiçom legal da livre informaçom : atinge a Verónica Landa, colaboradora de Izquierda Diario, e membro das associaçons ‘Pan y Rosas’ e ‘Contracorriente’.
No vindouro 2 de Julho, Landa terá que acodir como investigada ao Julgado de Instruçom número 32 de Barcelona. A causa abre-se pola querela do chefe superior da polícia espanhola na Catalunha, Sebastián Trapote, que se considera ‘caluniado’ por um artigo onde Landa o vencelha com abusos policiais e torturas.
O texto em questom deita luz sobre a figura dum dos máximos responsáveis dos ataques a populaçom civil desarmada no 1-O catalám ; Trapote foi acusado nos anos da Reforma política de ter assassinado polas costas José Herrero Ruiz, num caso sobresseído. O tribunal considerou o agente responsável pola morte, mas absolveu-no em virtude da lei de amnistia, que entendia perdonáveis os crimes da ditadura e da chamada ‘transiçom’.
Landa nom descobriu este caso, senom que se fijo eco de informaçons amplamente contrastadas e recolhidas na mídia empresarial e na literatura académica.
Blindagem policial
Cumpre entender esta medida judicial num contexto destinado a blindar de toda crítica os corpos policiais, precisamente num momento histórico no que as instituiçons básicas do Reino de Espanha -monarquia, partidos do regime, patronal bancária e forças repressivas- sofrem enorme desgaste na sua legitimaçom.
Eis o sentido das feridas que abriu o artigo de Verónica Landa ; nele também se apontava que Héctor Moreno García, máximo responsável policial em Cantábria, é um dos tantos torturadores -condenados em firme- logo indultados polo governo, neste caso na legislatura de José María Aznar. Na pesquisa figurava o conhecido caso de Manuel Sánchez Corbi, condenado por torturas ao militante basco Kepa Urra, e logo perdonado polo governo e enxalçado pola mídia trás a detençom de Roberto Abuín, um confidente policial e narcotraficante acusado do assassinato de Diana Quer.
Segundo salientava o artigo de Landa, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos já tem condenado Espanha em sete ocasions por nom investigar casos de tortura ; em apenas um lustro -de 2008 a 2013-, 6903 agentes de todos os corpos policiais do Reino estivérom envolvidos em acusaçons de tratos inumanos e degradantes, mas só houvo 47 condenas em firme.
Solidariedade
Desde este portal vaia a nossa solidariedade activa com Verónica Landa e Izquierda Diario, empenhados na mesma luita pola informaçom popular, e objecto de semelhante perseguiçom judicial e policial.