Por Jorge Paços /

É habitual ouvir críticas à extensom indiscriminada de parques eólicos na nossa terra, quase sempre formuladas polo independentismo e o ambientalismo. Menos frequente resulta que a oposiçom seja colocada no ámbito institucional, e que a comandem mandos locais de partidos espanhóis. A ampla rejeiçom popular à invasom de Green Capital Power em Ordes, Frades, Mesia e Oroso pom em causa o suposto ‘consenso eólico’ que o PP apregoa.

Os concelhos de Ordes e Frades som governados polo PP, e os de Oroso e Mesia, polo PSOE. Apesar dos aparelhos locais destes partidos serem correias de transmisom dos grandes poderes que regem os destinos da Galiza, nesta ocasiom tivérom que fazer-se eco dumha oposiçom popular mui contundente.

A imensa maioria da vizinhança rejeita os projectos de parques desenhados no Plano eólico da Galiza para a comarca ordense; o plano que já motivou a oposiçom ambientalista em áreas da Costa da Morte, e mereceu a crítica de associaçons defensoras do património histórico. Para as mais das habitantes desta comarca, com um importante sector agro-gadeiro e florestal, a invasom de moinhos nom trazeria mais do que perturbaçons e sérias ameaças a um modelo de vida.

Eis a razom dos quatro concelhos, de maneira mancomunada, terem assinado umha declaraçom institucional na que instam à Conselharia de Economia a declarar os municípios atingidos ‘território livre de eólicos’.

Manobras empresariais.

A oposiçom popular, artelhada em plataforma, forçou no seu dia a mover ficha a Green Capital Power S.L., que renunciou a construir os parques de Ardemil e a Pobra. Porém, por trás da aparente marcha atrás da corporaçom, os planos para aproveitar a riqueza colectiva continuam intactos.

Assim o declarárom os membros da plataforma que, na passada sexta feira, apresentavam no registo da Junta escritos contrários a mais dous projectos que continuam intactos : os dos parques Gasalha e Monte Inxério. Para os opositores, Green Capital Power fragmenta para a tramitaçom um único parque em várias instalaçons, esquivando assim as limitaçons legislativas por razom meio ambiental.

O texto apresentado pola vizinhança pom em relaçom os desenhos eólicos com a pressom que a comarca padece por parte da empresa mineira Erimsa, e que está a suscitar também importante rechaço ; na realidade, parte importante do povo vencelha dous tipos de mega-estruturas que tenhem em comum os altos custes sociais e ambientais para a produçom dumha riqueza que marchará maiormente fora da Galiza.

Mitos verdes

Ainda que o avançado da crise ambiental puidera acordar umha simpatia difusa pola proliferaçom de parques nos nossos montes, idealmente identificados com a ‘energia verde’, mais dumha década de ocupaçom dos cúmios mais senlheiros do País pujo de relevo que a energia eólica nom chegou para substituir a produçom energética suja, senom para complementá-la, inserindo-se num ciclo produtivo destinado à exportaçom maciça cara Espanha.

O território galego segue a acolher duas das centrais térmicas mais poluintes da Europa, e ainda continua preso de macro-estruturas que impossibilitam um desenho alternativo cara a autosuficiência energética.