Por borroka garaia da (traduçom do galizalivre) /
ETA surgiu do povo (basco). Como a oligarquia espanhola depois da livre circulaçom de minério de ferro e a industrializaçom do primeiro território de Euskal Herria depois de décadas de guerras carlistas. Como a burguesia basco-espanhola, filha da anterior. Como a ertzaintza, também filha disso e, portanto, neta da primeira. Como os requetés, como muitos que apoiaram o catolicismo espanhol-espanhol ou apóiam a sua criatura hoje.
Marc Legasse disse isso já. Nascer do povo basco nem tem nada de especial: “A descoberta da América produziu: a sífilis e a bomba atômica. E o Ignacio de Loyola: os jesuítas. Na verdade, nem há nada para se vanagloriar.
Euskal Herria, como a maioria das nacionalidades, tem sido e é ninho dos opressores. É claro que há também oprimidos e oprimidas, porque por trás de cada explorador há alguém explorado. Som eles e elas, aquelxs de baixo, que fornecem o contraste e, quando se rebelam, amostram a boa face de um país. E como nem há realidades paralelas ou universos extradimensionais, ou polo menos ainda nom som conhecidos, ETA nunca deixou o povo para voltar e se diluir nele agora. É por isso que sem a ETA a realidade material do país nom mudou nem um pouco. A oligarquia continua a comandar, a burguesia segue enriquecendo-se e a ertzaintza (junto com outras) protegendo todo aquele galpom do poder.
Alguém teria que perguntar entom o que é dissolvido. E assim podemos discernir entre a ETA que se dissolveu e a ETA como um processo histórico complexo. Para um roteiro de filme de ficçom científica pode valer o épico de retornar à povoaçom ou devolver as armas. Mas na vida real ele era um dissidente de deserdados da terra, que participou da defesa armada da cidade de Donostia, nunca se cansou de dar voltinhas em depósitos de armas exército espanhol pôs os pés na terra para defender a fronteira entre a Gipuzkoa e Nafarroa do avanço fascista, após a derrota e entrega das armas correu para a Catalunya com armas que nem entregou na mão, em seguida, tratara com a resistência ao nazismo no estado francês. E apenas no caso, mais tarde na guerrilha dos Maquis, lá era ele, quem entregou o primeiro lote de armas que recebeu oficialmente ETA ( mini-arsenal bem raquítico eu estava em uma repartiçom que tinha sido há polo menos 20 anos. Com três submetralhadoras inúteis construíram umha que ainda bem que disparou de vez em quando).
Foi também ele que nunca optou pela conciliaçom de classes, mas acreditava na luita de classes, que deu esculpida umha escultura juntando o machado e umha cobra , o que combinou diferentes significados que deixaram várias dualidades e que basicamente significava e continua a significar a revoluçom em Euskal Herria. É por isso que nom, as armas da ETA nem foram entregues ao povo, mas ao estado francês, e depois através de trailers compartilhadas destes com os espanhóis.
Esses estados e os seus colaboradores dizem que venceram ETA. É outra produçom cinematográfica de ficçom científica, embora mantenha algumha verdade. Todas as lendas da fantasia começam de algumhas. E se ETA como um processo histórico complexo nunca foi derrotado, como organizaçom conjuntural foi parcialmente de forma indireta , mas nom polos estados. Foi isso o que aconteceu no momento em que, por várias razões a decisom de nem dividir o mundo abertzale com alguns dantes deixados de fora , tal escolha tinha que trazer um harakiri político que nem poderia levar a qualquer outro lugar e assumiu que a auto-liquidaçom, nem só o da organizaçom, mas do socialismo revolucionário abertzale.
E há a pequena verdade indireta dos estados, porque eles trabalharam para acadarem isso por décadas. Embora possivelmente nom imaginassem que seria a comunidade internacional ligada ao reformismo neoliberal (uma das várias facções do imperialismo) que acabaria administrando-a.
No final, a decisom da ETA para reverter os seus princípios políticos e a sua estratégia tinha sido decidida, com a intençom de evitar o mal (considerado supostamente o maior neste momento) que nom poderia ajudar muito que os nacionalistas de esquerda acabaram dividindo. É isso, porém , algo mais radical do que a simples divisom orgânica (hoje ininteligível para a maioria do público em geral) e nem impede, portanto, que o socialismo revolucionário da abertzale nom acabe desaparecendo também.
Por quase umha década, o ambiente, o real, nom aquele inventado dos estados, mal percebeu nada. A única cousa que se sabe é a liquidaçom permanente de postulados e organizações.
Às vezes as peças de teatrinho induzidas (Aiete I, Aiete II ..) duram muito tempo, especialmente quando o final é conhecido antecipadamente. Os atores tentam fazer as suas melhores performances e o que antes era força, lealdade, torna-se já umha faca de dous gumes e da maior fraqueza.
Houve grandes mudanças: o enfraquecimento dos trabalhadores bascos como existiam na fase industrial até o final do século XIX pola política de desindustrializaçom; o plano ZEN; a implossom da URSS; as mudanças socioeconômicas neoliberais; a crença de que a luita de classes tinha terminado no início do século 21; as repressões e ilegalizações que foram aplicadas em massa desde aqueles anos; o surgimento da ideologia pós-moderna e pós-marxista; a financieirizaçom do capitalismo e a ascensom de Imaz e Urkullu e a crise da UPN-PP … mas também a mudança de partes da liderança de classe em nosso querido e agora extinto MLNV que passou de ter um amplo componente trabalhador e popular para um componente intelectual derivado da pequena burguesia. Essas mudanças estavam impactando o MLNV especialmente desde o final de Lizarra-Garazi, as condições criadas foram entom transmitidas para abrirem o horário de Lizarra-Garazi. O processo de construçom nacional desacelera e nom se adapta. A ofensiva desaparece. As condições param de se gerar. Com Lizarra-Garazi, muitas esperanças foram abertas, mas também foi o começo da lenta falência do socialismo revolucionário abertzale. Da superposiçom do institucionalismo, do eleitoralismo e do pactismo, e do nom reajuste de umha estratégia revolucionária que na época necessitava de umha ofensiva político-social, que começava a ficar nas mãos de políticos e acordos distantes das massas populares. Por outro lado, o papel do PNV nem estava suficientemente calibrado e, na ausência de novas condições, acabou aproveitando-se dele para seu benefício (e ainda continua a fazê-lo).
A obsessom de aliar-se ao PNV, ainda mais que em Txiberta, foi decisiva. O progressivo abandono da formaçom ideológica revolucionária é o seu complemento. Para dar um exemplo; Um membro de Jarrai, no início dos anos 90, ouviria pola primeira e última vez, ao longo de sua militância juvenil, a palavra marxismo nas mesas de pré-militância. Assim, salvando o trabalho auto-didático da militância, seria necessário situar neste contexto que as lideranças políticas nem cumpriram sua obrigaçom de assegurar uma formaçom teórica adequada, em parte por abandono e em parte porque um contexto político com tantas necessidades e viva e intensa como o basco tem sido, nom ajuda especialmente a encontrar momentos e espaços de estudo e reflexom. Pode ser que naquela época a militância em geral nem estivesse ciente das conseqüências de longo prazo que isso implicaria. Mas ele certamente os trouxe. O que nos leva à triste conclusom de que em 2000, em Euskal Herria, a análise de classe necessária para entender quais som os nós e como desatá-los era praticamente inexistente, e os perigos que décadas antes do tempo magro já alguns tinham intuído antes de cair em combate .
E fizeram realidade:
Em salvando algumhas diferenças, estamos enfrentando o mesmo processo de social-democratizaçom institucionalista de tantos reformismos na falsa crença de que as instituições som o fator decisivo a qualquer preço.
Este fio foi agarrado e se entendeu perfeitamente por parte dos estados, daí as suas interpelações, dicotomias e certas repressões ou o levantar destas.
Cambiando afinaçom da palheta, o processo de libertaçom tem sido crucial para a sobrevivência e para a (re) construçom da naçom Trabalhadora basca nos piores momentos da sua história. Esta é umha das realidades objetivas que a burguesia basca e os estados nom podem admitir de forma alguma. E de certo modo é a outra verdade. Só que nem há lendas de fantasia que possam alimentá-lo.
É por isso que hoje, nom estamos no processo de paz, nem resoluçom, nem há qualquer base para isso, porque a ETA nom causou os conflitos originalmente nem política ou violentamente (os dous permanecem até hoje), nem há nenhum novo ciclo que abriu frutos do acúmulo de conquistas passadas, e os geradores de novas condições estám quase extintos, os antigos já foram desligados. A fase atual é umha crise do projeto de libertaçom nacional e social e a ausência de oportunidades decisivas.
Que se refere à transiçom do projeto revolucionário em Euskal Herria enfrentando-se com a nova geraçom de condições, que só pode ser abordada com distância respeito aos apelos que partem de estratégias do capital, da comunidade internacional , de “Maltzaga” existencialistas, ou reconciliações nacionais traduzidas para o euscaro, e já inventadas porém polo PCE ou o PSOE na reforma franquista espanhola.
Conceitos, linguagens, mensagens, projetos de vazios teóricos e conceituais estám completamente esgotados, mas nom o desejo de liberdade.
*Publicado em lahaine.