Assembleia Nacional Galega reivindica Vímara Peres, o corunhês que foi chave na fundaçom de Portugal
Por Jorge Paços /
A Assembleia Nacional Galega continua a sua andaina resgatando nomes e referências fundamentais para explicar as raízes da Galiza política. Desta volta fai-no dirigindo-se por escrito aos alcaldes da Crunha e Guimaraes com umha petiçom pública. A entidade pede umha rua dedicada em cada cidade a Vímara Peres, o nobre corunhês decisivo para o nascimento de Portugal.
Vimara Peres é relativamente conhecido no país vizinho do sul, e em Porto tem consagrados vários lugares de memória : umha estátua equestre do aristocrata é visível frente a Sé, e umha importante avenida leva o seu nome.
Porém, em Guimaraes está totalmente ausente, apesar de esta cidade ser a velha capital do condado portucalense, pedaço da Galiza que deu lugar a umha nova naçom. Nem cumpre dizer que na Galiza o personagem está condenado à invisibilidade, desde que os gestores da memória e dos espaços públicos fixérom o impossível por banir qualquer alusom ao milenário poder galego.
Segundo lembram da ANG, Vímara Peres era um nobre corunhês descendente dumha estirpe que lutou bravamente contra os normandos no século IX. Servindo o rei Afonso III, converteu-se no primeiro conde de Portugal ; um seu descendente, Afonso Henriques, passaria de conde a rei e, trás vencer na batalha de Ourique, converteria-se no primeiro monarca português.
Discute-se ainda hoje onde morreu Vímara Peres : alguns afirmam que foi em Bama (Touro), em morte violenta por choques internos na nobreza galaica ; outros assinalam que na Corunha.
Memória e ausência.
Com bom critério, a ANG procura com esta iniciativa resgatar a importáncia do Reino da Galiza, aliás de salientar o papel fulcral da nossa terra no nascimento da única naçom peninsular que se emancipou da dominaçom espanhola, conquistando a sua liberdade polas armas.
Enquanto Leom e Portugal adicam o seu rueiro a figuras capitais da história política galaica, tais como Afonso Henriques, Ordonho, Afonso IX… na Galiza, um silêncio sepulcral cobre qualquer referência aos grandes arquitectos do poder político próprio desde os recuados tempos suevos. Com a associaçom monotemática da Galiza a figuras da cultura, nomeadamente escritores, pretendeu-se banir no nosso povo qualquer ideia de poder de seu e, portanto, de reivindicaçom da soberania arrebatada.