Por José Manuel Lopes Gomes /
No passado fim de semana tivemos notícia do roubo de bandeiras galegas a siareiros desportivistas no estádio do Leganés, aonde se deslocaram para apoiar a equipa da Corunha. A polícia espanhola -a mesma que no passado ano realizou idêntica operaçom de censura com afeiçoados celtistas- apoia-se na « proibiçom de simbologia política » para assentar esta nova medida totalitária. Na realidade, e sabedor da transcendência mediática que tenhem os recintos desportivos, o poder dá umha nova volta de porca para apagar a Galiza da realidade.
Medidas repressivas como estas tenhem acontecido já na nossa terra. Porém, a dificuldade para banir dos estádios um símbolo tam transversal e representativo como a bandeira nacional, leva os profissionais da repressom a focar-se noutros emblemas. Assim, quer a polícia espanhola, quer o serviço de segurança privada dos estádios, centrárom as suas requisas contra a bandeira dos e das presas independentistas galegas, com a legenda « Que voltem a casa ! » e com o perfil do mapa nacional. Arrincando ou proibindo colocar esta ensenha, curtou-se umha importante ferramenta de difusom da existência de prisioneiros políticos galegos nas cadeias de Espanha.
Mas nem só. Legendas nom tam demonizadas polo poder espanhol fôrom também banidas dos espaços desportivos, como aconteceu há quatro anos em Riazor : a segurança privada do clube retirou umha faixa a prol do aborto livre e gratuíto desdobrada pola Plataforma Galega polo Direito ao Aborto da Corunha. Na altura, e segundo denunciou parte da torcida corunhesa, a afeiçom do Sporting de Xixom (que se enfrentava nessa jornada com o Deportivo) exibia simbologia nazi.
Apoiatura legal e hostilidade ideológica.
O caixom de xastre da « lei do desporto » serve os governantes para banir a simbologia galega dos eventos de futebol. O artigo que alegadamente sostém a proibiçom, nada diz da repressom dos sentimentos e identidades nacionais : « Fica proibida a introduçom e exibiçom em espectáculos desportivos de faixas, símbolos, emblemas ou legendas que puiderem ser considerados como um acto que incite, fomente ou ajude os comportamentos violentos, xenófobos, racistas ou terroristas » Mas fica claro que o ódio si que existe : nom o dos afeiçoados, senom o das castas políticas e corpos policiais que nom querem permitir a visibilidade das naçons nom espanholas nos estádios. Ante a denúncia parlamentar do BNG polo veto às bandeiras patrióticas no José Zorrilla de Valladolid, o Ministério de Interior respostara que estas « podiam incitar à violência ».
A lei e a trampa.
A polémica que nos ocupa, além da sua transcendência desportiva ou política, suscita umha reflexom de interesse em relaçom com os namorados do legalismo. Pois embora na Lei do desporto só se contemple literalmente a probiçom de simbologia xenófoba e « terrorista » (isto é, relacionada com organizaçons armadas), na prática a censura aplica-se de maneira indiscriminada. A crença supersticiosa na democracia e no poder da lei ainda leva a muitos galegos e galegas que os códigos legais velam pola nossa segurança diária, quando em realidade estamos em maos dumha hierarquia supremacista e violenta que nom poupa meios contra a nossa comunidade nacional, ignorando os seus textos legais. Apenas umha mudança da correlaçom de forças desde a base, e umha maior contundência galega, podem deter os atropelos.
Nas redes sociais, siareiros desportivistas tenhem apostado por encher Riazor de estreleiras como resposta à censura.