Por Antia Seoane /
No passado domingo arredor de mil pessoas percorrêrom as ruas da capital galega em defesa dos montes em mão comum. A manifestaçom estava convocada e organizada pola Organizaçom Galega de Comunidades de Montes Vizinhais em Mão Comum e contava com o apoio de numerosas organizaçons entre as que encontravam ADEGA, APDR, FRUGA, ATRIFOGA e a central sindical CIG. A manifestaçom tinha prevista a sua saída às 12 horas desde a estaçom de comboios de Compostela para rematar na Praça da Quintana.
A manifestaçom arrancou com apenas dez minutos de retraso e percorreu as ruas do centro da cidade onde as manifestantes berravam contra o roubo do monte comunal.
Os motivos
Os manifestantes protestavam contra a Lei de Montes Vizinhais em Mão Comum e contra a última modificaçom do Plano Florestal de Galiza. Acusam ao governo da Junta de mudar a lei para beneficiar a privatizaçom do monte e tentar eliminar um sistema de propriedade milenário que no nosso País afeta arredor das 700 mil hectares.
Em concreto, as organizaçons que apoiavam a mobilizaçom denunciam que com as últimas reformas normativas, o governo galego pretende entregar o monte vizinhal à empresa privada facilitando o aluguer por meio século daqueles montes que sejam catalogados como abandonados.
Alertam também que a introduçom das últimas alteraçons na Lei galega de monte vizinhal, a Conselharia do Meio Rural poderá declarar o monte em mão comum em estado de abandono apenas por simples razons burocráticas e administrativas, como por exemplo, que umha comunidade nom escolha em tempo e forma as suas representantes ou nom cumpra com todos os requisitos da nova Lei de incêndios florestais.
Umha vez que um monte é declarado em estado de abandono pode ser alugado a umha empresa por um período de até cinquenta anos, um tempo que faria “se perda a memória de que aquele lugar em algum momento foi vizinhal”.
Todas estas reformas estám encaminhadas a modificar a propriedade dos montes para arrebatar-lhos às vizinhas e facilitar que a empresa privada gestione os montes no seu beneficio. Mais umha medida que arrastrará a minguante populaçom que ainda vive no rural galego cara a cidade e a emigraçom.
O monte em mão comum, um sistema de propriedade tradicional
Na Galiza existem arredor de 700 mil hectares baixo este tipo de propriedade tam peculiar que ainda temos as galegas, o que supom umha percentagem de superfície mui elevada.
Este território é gerido por mais de 2.800 Comunidades de Montes Vizinhais em Mão Comum (CMVMC) e muitas destas Comunidades distam muito de ter umha gestom ajeitada ou sustentável. A maioria das comunidades focam-se na produçom de madeira de crescimento rápido para a sua posterior venda à indústria, o que nada tem que ver com os usos tradicionais que tiveram no passado estas terras. Mas que a sua propriedade passe dos vizinhos a maos das grandes empresas privadas provocaria irremediavelmente umha “industrializaçom” do monte que instauraria de vez umha lógica economicista na gestom do monte.
Que as Comunidades de Montes mantenham a propriedade do monte é chave, já que se som umha ferramenta de gestom comunitária do território que possibilita gerir o território com umha racionalidade que escapa da lógica capitalista. Qualquer iniciativa inovadora, sustentável e que poda ajudar a manter um mundo rural vivo, apenas pode xurdir sobre a base dum sistema de propriedade comunitário.