Por José Manuel Lopes Gomes /
Num comunicado recebido nesta redacçom, o Colectivo de Pres@s Independentistas Galeg@s fai chegar ao conjunto do povo, e ao independentismo em particular, a clássica reflexom que fai pública cada 17 de abril, Dia Internacional d@s Prisioneir@s Polític@s. O Colectivo celebra certos avanços em condiçons de vida conseguidos pola luita e parabeniza-se das liberdades recentes ou iminentes de independentistas. Mas recorda também que o governo espanhol apenas espera por umha “rendiçom” e por “vias individuais” para abrandar a situaçom penitenciária das e dos combatentes galegos. Num chamado a resistir de maneira leal e unitária, o Colectivo agradece o labor solidário de colectivos como Ceivar ou Que voltem a casa.
Os militantes presos lembram também os activistas que, na clandestinidade, enfrentam a perseguiçom espanhola desde há mais dumha década. Umha realidade habitualmente esquecida pola mídia, mesmo nestes momentos nos que tam de actualidade está a perseguiçom de independentistas de outras naçons em território europeu.
A seguir reproduzimos na íntegra o documento recebido.
“Em vésperas doutro 17 de Abril, Jornada Internacional de Apoio aos pres@s polític@s, o nosso colectivo volta a publicar a tradicional mensagem que nos permite avaliar o ano transcorrido e resumir as linhas gerais da nossa intervençom militante nas cadeias espanholas.
Nesta jeira tivemos a boa notícia da excarceraçom de um irmao com a condena cumprida integramente e logramos resgatar ao irmao Teto do isolamento absoluto no que se atopava na cadeia de Valladolid, dispondo actualmente de umha situaçom mais “normalizada” no cárcere de Dueñas ainda permanecendo em regime pechado e dispersado como a maioria d@s noss@s militantes. Também este ano serám libertad@s outr@s dous/duas irmaos/ás após cumprir plenamente as penas impostas; com o que o nosso colectivo previsívelmente quedará conformado por três militantes, actualmente nas cadeias de Dueñas, Ocaña e Villabona.
Por outro lado, seguimos submetid@s à já conhecida política carcerária sempre denunciada; dispersom, regime pechado aplicado aos irmaos com condenas mais elevadas, restricçons nas nossas comunicaçons, limitaçons específicas nas condiçons de vida… O Governo espanhol empenhase em manter o inmobilismo neste terreio com o objectivo claro e manifesto de rendir politicamente aos/às pres@s polític@s que seguimos fieis à nossa luita.
O ano passado anunciamos o começo dos tramites administrativos para solicitar o traslado ao cárcere de Teixeiro para reagrupar ao nosso Colectivo e por fim à dispersom carcerária, complementando as nossas medidas reivindicativas mensais com esta iniciativa legal, fundamentada na nossa situaçom pessoal, familiar, económica… A resposta da Administraçom espanhola foi a denegaçom, alegando a nossa negativa a ceder as suas chantagens de renúncia e abandono da nossa luita mentres obviava completamente as circunstáncias pessoais d@s noss@s militantes que bem justificariam o traslado solicitado de aplicar-se o mesmo critério político que rige para a geralidade de pessoas privadas de liberdade nas cadeias do Estado. Actualmente algumhas destas resoluçons atopam-se recorridas em via judicial, à espera da definitiva sentença num processo que se prevé lento.
Em paralelo a esta iniciativa, o nosso Colectivo puido ter conhecimento por canais directas do critério político do Governo espanhol respeito ao nosso Colectivo. Se bem nom nos produziu a mais mínima surpresa, confirmamos a nula disposiçom de Madrid a abordar qualquer hipotese de diálogo que parta da natureza política do nosso encarceramento e poida flexibilizar a vigente política carcerária, insistindo em oferecer as vias individualistas de chantagem, renúncias e incerteza, que tantas vezes temos rechaçado. Nestes anos, com ocasiom de algumhas “saídas individualistas” exploradas e fracassadas por alguns outros presos, o CPIG manifestou a confiança na unidade militante e o percorrido do colectivo d@s noss@s prisioneir@s como melhor ferramenta frente ao castigo e o isolamento, princípios nos que agora nos reafirmamos.
Todo isto leva-nos a ser conscientes de que enfrentamos umha etapa de resistência militante prolongada que exige fortalecer a solidariedade política e a assistência anti-repressiva. Se bem o ano passado, apostavamos por articular um Agente abrangente e supra-partidário centrado na demanda de traslado a Galiza, a férrea posiçom refractária do Governo espanhol junto à intensificaçom da deriva fascista no conjunto do Estado no contexto do conflito catalá entre outros factores, levou-nos a suspender temporalmente a articulaçom desta iniciativa perante as condiçons particularmente adversas que analisamos. Ainda assim, seguimos chamando ao conjunto de forças políticas e ao movimento popular sensíveis ante a vulneraçom dos nossos direitos a levar adiante iniciativas solidárias, assistenciais e institucionais polo traslado a um cárcere galego e agrupamento do nosso Colectivo.
Queremos saudar a reactivaçom da Associaçom Cidadá Que Voltem Para Casa! achegando recursos e vontades na assistência aos encarcerad@s e nom podemos deixar de reconhecer o importante papel despregado polo Organismo Anti-repressivo Ceivar nesta década quando este ano chega ao seu 15º aniversário. Em todos estes anos, o generoso trabalho e compromisso solidário de dúzias de voluntári@s foi fundamental para a assistência do nosso Colectivo. Neste caminho partilhado, dentro e fora dos muros, animamos-vos a perseverar com firmeza frente à repressom espanhola.
Há uns meses analisávamos a actuaçom política no Estado com motivo do conflicto político aberto na Catalunha. Desde aquela nom fixo mais que aprofundar na deriva autoritária do Estado e na fascistizaçom social. Nesta conjuntura, Madrid está decidido a arrasar os direitos e liberdades da cidadania, a incrementar mais ainda a ofensiva recentralizadora contra as Naçons oprimidas e a extender a repressom política contra toda a dissidência e a contestaçom social geralizando o medo como instrumento coercitivo fundamental para aniquilar a Naçom e precarizar a vida dos e das trabalhadores/as galeg@s. Frente ao terrorismo neoliberal espanhol nom há vias fáceis nem grandes estratégias novidosas; o inimigo nom nos vai agasalhar nada. A luita diária e consequente, elevando o actual nível de compromisso independentista que se amossa insuficiente perante a magnitude das agressons espanholas, resulta obrigado.
Precisamente, como exemplo de elevado compromisso patriótico e valentia queremos referir-nos aos/às irmaos/ás clandestin@s perseguid@s pola repressom desde há mais de umha década. Dizia um mando da Guardia Civil num juizo político contra combatentes galeg@s “los perseguimos por tierra, mar y aire”; estas palavras do inimigo espanhol deveram bastar para mobilizar-nos a tod@s na solidariedade, também com estes/as luitadores/as galeg@s. Chamamos a que as acçons anti-repressivas incluam aos/às que se atopam longe do seu espaço social, famílias e entorno afectivo pola perseguiçom da repressom espanhola.
Mais umha vez agradecemos inmensamente todo o apoio e generosidade recebida d@s achegad@s e solidári@s e devolvemos o nosso ánimo e carinho para seguir adiante nesta justa luita pola liberdade. Adiante a solidariedade!!
A luita é o único caminho!!
Viva Galiza Ceive!!
Denantes Mortos que escravos!!”