Por Jorge Paços /

As políticas florestais estám-se a demonstrar como um terreno de luita crucial entre quem defendem um rural vivo e diverso e quem almejam convertê-lo num viveiro eucaliptal. Em tempos nos que se confirma o autêntico descaro produtivista do PP empoleirado na Junta -braço político de corporaçons pasteiras e energéticas- o movimento popular move ficha. No vindouro 21 de abril, Compostela acolherá mobilizaçom em defesa do regime de mao comum.

A Organizaçom Galega de Comunidades de Montes vem de anunciar a convocatória deste acto, adicando duras palavras às revisons da Lei de Montes e do Plano Florestal da Galiza. À margem do controlo popular destas formas genuinas de auto-governo paroquial, e aproveitando-se da desertizaçom das aldeias, a Conselharia de Meio Rural terá potestade para declarar um monte vizinhal em estado de abandono. Motivos tam difusos como nom eleger a tempo a sua junta reitora, incumprir algum artigo da lei de montes ou de prevençom de incêndios podem levar à intervençom burocrática da propriedade comunal. Na realidade, isto procura a entrega de pedaços cada vez mais grandes do nosso território a empresas privadas. Segundo a legislaçom em andamento, o capital privado ficaria com o monte por um período de até 50 anos.

O ecologismo no seu conjunto aponta que o interesse da extrema direita é desclassificar um número crescente de montes, promovendo assim a passeninha desapariçom desta forma de propriedade social que nos singulariza como povo, abrindo assim passo à gestom directa das multinacionais pasteiras. Recentemente, a Junta reconheceu o seu objectivo de a metade do território galego ser ocupado por pinheiro e eucalipto em 2038.

Manifestaçom.

Os e as convocantes da manifestaçom chamam a vizinhança comuneira e ao comum do povo galego a parar o « roubo » a piques de ser consumado. O acto começará no vindouro domingo 22 às 12,00h na estaçom de comboios de Compostela. Apoiam-no entidades como FRUGA, SLG, ADEGA, ATRIFOGA E APDR.

Controvérsia medra.

A Junta e os seus meios afins som cientes dum crescente rechaço popular à eucaliptizaçom da Galiza, o que devém em campanhas jornalísticas cada vez mais agressivas e trapaceiras desta espécie invasora, capitaneadas polo buque insígnia do poder galego-espanhol na nossa Terra, La Voz de Galicia.

O PP está a precisar de um esforço extra dos seus servos mediáticos, desde que a aposta eucaliptizadora bate mesmo com informes científicos redigidos polo próprio Estado. Na passada semana, o comité científico do Ministério de Agricultura e Meio Ambiente declarava que o eucalipto era umha espécie invasora que convinha erradicar ; o informe era tam contundente que o próprio governo esclareceu que o eucalipto « joga um papel fundamental no desenvolvemento rural da cornixa cantábrica » desmentindo que esta árvore favorecesse a propagaçom dos lumes.