Por X.E.A. (adaptaçom ortográfica do galizalivre) /
Algo tinha que ter o Eirinha F.C. de Ponte-Vedra. O futebol a esta cidade chegara da mao dos senhoritos que estudavam em Inglaterra e na Suíça. Os Martínez Bautista, Edmundo Novoa, Cipriano Prada e companhia. Eles foram os que criaram em 1905 o Sporting, equipa que organizava matches contra os do Cable inglês de Vigo e depois do jogo rançosos lunches com baile no Liceo Gimnasio nas beiras do Lérez. Logo viriam os do Ponte-Vedra Atlhetic, com os irmaos Aboal e Nolete e o Alfonso XIII de Pasarim e Cacharro. E justo ao chegar os anos vinte aparece o Eirinha.
As suas camisolas a raias verticais, negras e amarelas convertem-se daquela nas mais populares de Ponte-Vedra. O pulo para a sua criaçom viria da mao de homens já ligados de velho ao fenômeno do sport. A finais do século XIX nas páginas de Galicia Moderna, precisamente entre dous séculos, Xerardo Álvarez Limeses convertia-se em publicista animoso de nascente disciplinas desportivas. Passado o tempo junto ao seu irmao, crítico desportivo com a alcunha de Zaavrel, estám nos cargos diretivos do recém nado Eirinha F.C.
Xerardo seria o seu Presidente e também o seria o mesmíssimo Antón Losada Diéguez. Semelha no caso do último, umha face mais da sua particular estratégia galeguista, bem apreendida dos seus anos de estudante em Euskal Herria, de colocar-se em todos e cada um dos movimentos sociais. Com este fato de dirigentes a equipa consegue o Campeonato da Série B e passa a se converter em um clássico ao lado do Deportivo, Fortuna, Vigo e, logo, o Celta.
Na sua escola formaram-se extraordinários jogadores que fatalmente para a afeiçom pontevedresa nom tardaram em mudar de aires. Foi o que aconteceu com Cons, Barril, Guevara, Buela, Edelmiro, etc.
Tinha o Eirinha campo de jogos próprio, preparado em umha eira perto do Hospital provincial, dotado de bancadas de madeira e fachada à Rua Progresso. Com esta denominaçom o estádio era conhecido e à vez temido polas equipas forasteiras que suportavam pacientemente a pressom dos seareiros locais. Um deles era Alfonso Castelao, habitual dos matches no Progresso na época em que ostentava a presidência Antón Losada Dieguez. Lá gostava de tomar apontamentos dos jogadores locais em chave caricaturesca, para mostrar convincentemente as características próprias do Eirinha.
Nos anos dourados, esta equipa chegou a estar detrás da publicaçom de um semanário desportivo. Chamava-se Aire e o seu número inicial saiu em Outubro de 1929. Estava dedicado preferentemente ao futebol e às gestas do Eirinha, mas também ocupavam as suas colunas novas de boxe, ciclismo ou atletismo. Os seus jornalistas –que como era corrente daquela, assinavam as crônicas com pseudônimos como Reddy, Trancazo, Zaavrel, Don Verdades, Kif, Proel, etc.– viveram duas épocas na publicaçom, que contou como desenhistas com Sacarrera e Castelao.
Os dous tiveram cativa presença e escassos debuxos. Os de Castelao aparecem em 1930, com uns pés nos que se afirma que foram realizados há anos. Desenha a Aris, Telesforo, Fariña, Pacheco e Guevara.
Aris foi dos primeiros porteiros do Eirinha, antes do mítico Chalala. Guevara acabou jogando no Celta, onde mostrou as suas extraordinárias dotes como extremo esquerdo. Entretanto, Pacheco era conhecido pola enorme potencia do seu disparo e a sua corpulência. Farinha foi um jogador mui popular nos anos 30 pola sua teima de jogar com gorra. Remataria destacando no Racing de Ferrol.
Edelmiro Lorenzo Codesido, Edelmiro, montou saga com os seus irmaos O´donell e Gonzalito. Com eles formou trio famoso durante a sua estadia em Cuba. Na ilha caribenha jogaram no Ibéria, equipa com a que alcançaram o campeonato nacional. Edelmiro foi internacional com a seleçom cubana. À sua volta formou outra vez no Eirinha e mais tarde no Espanhol. Foi adestrador do Ponte-Vedra C.F. nos anos quarenta.
Artigo publicado nos Cadernos A Nosa Terra de pensamento e cultura (nº 17)