Por Johanna Frändén (traduçom do galizalivre) /

A aposta repressiva contra o independentismo catalám dá triste actualidade a este artigo, com o que umha jornalista sueca retratou o regime de abuso e tirania que hoje submete os povos do Reino de Espanha.

Em 29 de novembro de 2013, a estudante de magistério espanhola Cassandra Vera escreveu umha piada no seu Twitter que deixou em desgosto o estado espanhol .

Com referência ao assassinato do primeiro-ministro da ditadura de Franco Luis Carrero Blanco, que em 1973 foi morto polo grupo arredista basco ETA com umha bomba que fez estourar seu carro, que voou 20 metros no ar, twittou a Cassandra Vera:

A ETA lançou um programa espacial e um anti-veículos oficiais ao mesmo tempo“.

O humor, como sabido, tem umha cor muito local; O que você ri num país é de loucos para dizer noutro.

Mas quando ela foi no ano passado condenada por um tribunal central Espanhol, nom foi por mor da duvidosa altura de seu chio, mas argüida de ter o terrorismo glorificado com isto e, entom, ter humilhado as suas vítimas.

A Cassandra Vera foi condenada a um ano de prisom suspensa além dumha proibiçom profissional de sete anos no setor público antes da Suprema Corte da Espanha finalmente a ter absolvido .

A Espanha é formalmente umha democracia desde 1978, mas é logo de quarenta e quatro, umha democracia com problemas de saúde bem claros.

Nos últimos anos, os tribunais do país com a ajuda das chamadas leis da mordaça condenaram um número de jornalistas, artistas, músicos, e até um show de monicreques (!), por razões como “perturbar a ordem pública“.

A lei criminaliza, entre outras cousas, a falta de respeito pola bandeira espanhola e manifestações espontâneas fora dos prédios governamentais.

Os jornais estám proibidos de espalhar imagens da polícia em serviço sem autorizaçom da própria polícia.

Segundo a Amnistia Internacional, dezenas de espanhóis estam a ser incriminados ​​ de aplaudirem o terrorismo, após ter feito declarações como a da Cassandra Vera.

Mas o interesse na situaçom em Espanha é fraco.

A mídia sueca amostra extrema ausência de notícias a respeito do país, que é o principal destino turístico da Suécia após do batel para a Finlândia.

Para a Espanha, é que vamos nadar, assistir futebol e jogar golfe.

O aborto, a liberdade de manifestaçom e o direito de brincar sobre a camada governante do país som fenômenos restritos ao leste, à Polônia e à Hungria e assim por diante.

Na Espanha, você come petiscos, aproveita a vida e deixa as cousas para amanhã.

Foi somente neste outono, quando o voto de independência catalã resultou em sabermos o que como no resto da Europa nos despertou.

O facto de a UE ter tomado o partido do governo espanhol era esperado, a Uniom nom é servida pola sua implossom regional.

Nem condenou a prepotência policial em torno da populaçom civil da Catalunha, o Partido Popular espanhol obteve a mensagem política que precisava: vá , avante com isso …..

Mas esta semana houve um julgamento que poderia ser dispendioso no longo prazo para o estado espanhol.

Tribunal de Recurso Europeu reprovou a Espanha em um caso em que dous catalães foram sentenciados a quinze meses de prisom por “insultar a monarquia” quando queimaram umha foto do rei espanhol em 2007.

O Tribunal de Justiça Europeu decidiu a Espanha ter violado o direito à liberdade de expressom e ordenou ao Estado espanhol pagar de volta as multas e custos.

Passei vários anos na Espanha e, como jornalista, às vezes é difícil respirar.

Os espanhóis têm um hábito impressionante de saírem para as ruas quando a legislatura do país golpeia a democracia, mas os jornalistas muitas vezes se obrigam a umha autocensura dolorosa.

– Você deve escrever sobre isso, Juanita, você tem imprensa livre na Suécia, eu ouço de colegas espanhóis que se sentem vinculados por mor dos seus empregadores e legisladores.

O problema é que a Suécia ou bem a UE parecem estar particularmente interessadas em ver a Espanha polo que está indo bem: tornar-se um estado autoritário onde a liberdade de expressom é eliminada como se for um assunto local.

De acordo com o British Democracy Index, que mede o grau de democracia de 167 países, a Espanha perdeu terreno de 8,30 para 8,08 pontos no ano passado após os eventos do voto de independência da Catalunha.

Em 8 pontos, os países ficam categorizados como “democracia incompleta”, algo que a Espanha arrisca em 2018, de acordo com o editor do Índice de Democracia.

*Publicado no jornal sueco Mejla.