Por José Manuel Lopes Gomes /
Vem de fazer-se pública a “Declaraçom de ameaças mundiais” aos Estados Unidos, um informe de 28 páginas que giza as linhas mestras da posiçom do império do mundo. Ainda com umha prosa medida e contida, o Departamento de Estado regista as dúvidas norteamericanas ; venhem à tona medos que anunciam um novo panorama geopolítico.
Imperialismos rivais.
Os analistas estadounidenses prevém um contínuo afortalamento das potências rivais, a Rússia e a China, nomeadamente nas regions mundiais onde EU “nom poderá cumprir as suas obrigas com os aliados” (eufemismo que oculta a sua dificuldade de intervençom directa e de domínio incontestado).
Umha das principais ameaças contra a hegemonia norteamericana, continua o texto, está nos céus : pois a rede satelital da China e a Rússia continua a enfraquecer a rede norteamericana ; com o pensamento no logo prazo, as dirigências chinesa e russa trabalham já para ultrapassar os Estados Unidos nos sistemas espaciais, quer militares, quer comerciais. O texto fala mesmo do desenvolvimento de sistemas energéticos e sistemas experimentais que poderiam gorar parte da rede satelital norteamericana.
O documento repassa também com preocupaçom o repotenciamento nuclear da Rússia, a sua sólida aliança com o Irám (que deu lugar à incorporaçom dos persas a umha defesa aérea com míssis balístico de longo alcanço), e a utilizaçom reiterada de “ataques cibernéticos de baixo custo e alta efectividade”.
Embora os tradicionais inimigos dos Estados Unidos no seu contorno (Cuba e a Venezuela bolivariana) aparecem mentados, a maioria das páginas do informe centram-se no afortalamento dos novos imperialismos russo-chinês, confirmando a multi-polaridade que se está a conformar.
Perspectivas contraditórias.
O império estadounidense demonstra fraqueza para impor os seus planos com a facilidade e consenso que fôrom impostos desde a queda do socialismo real, o que abre portas a movimentos populares e revolucionários em muitos pontos do planeta; ainda, emerge também o panorama de risco baixo a multipolaridade, desde que os inúmeros arsenais mortíferos de armamento nuclear seguem a ser engordados por todas as potências, e som suscetíveis de utilizar-se contra a Humanidade. Como afirma o dito chinês que ironicamente prediz tempos de crise e desgarro, “achegam-se os tempos interessantes”.