Por Jordi Barbeta (traduçom do galizalivre) /

As dificuldades para que a maioria soberanista chegue a um acordo pola investidura e o governo de Catalunha ponhem de manifesto que os grupos que a integram ainda centram a sua prioridade na disputa pola hegemonia do espaço político e nom se dam conta de que o país há tempo que desligou da batalha estritamente partidista. Seica os líderes de Junts per Catalunya e Esquerra Republicana nom som quem de mudar o chip e entender que somente som ingredientes dum mesmo movimento social que vai para além dumha sopa de siglas. Se nom assumem a responsabilidade que lhes corresponde, ham passar inexoravelmente à história como um grupo de desgraciados que levárom o país à pior das ruínas, a ruína moral.

Gera muita desolaçom na cidadania que em pleno bombardeio contra as instituiçons catalás, a peleja nas negociaçons dos soberanistas for polo controlo daqueles âmbitos de poder autonómico mais rendíveis para o clientelismo e a propaganda. Isso significa que embora se feche um acordo in extremis para evitar novas eleiçons, um governo baseado na rivalidade e a desconfiança dumha metade contra a outra há-se converter num instrumento ineficiente e incapaz de endireitar o país.

Já se viu na anterior legislatura quando mesmo se gravavam conversas membros dum mesmo grupo parlamentar para as empregar como arma eleitoralista contra os rivais internos. Algum dia há-se explicar que o referendo saiu como saiu porque se encarregárom de levá-lo a cabo um grupo secreto de cidadaos com o visto e praze do president mas alheios ao executivo.

As hostilidades reiniciárom-se ao dia seguinte do 1 de Outubro e parece mentira que nom apreendessem a liçom do 27, quando todos preferiam convocar eleiçons e adiar umha declaraçom de independência que nom estava preparada de avondo e, uns e outros, obrigárom-se a fazer o contrário do que queriam para acabá-lo pagando com a prisom e o exílio.

A pesar dos inúteis esforços dos seus líderes, Junts per Catalunya e Esquerra Republicana nom vam voltar ser nada relevante um sem o outro. A repetiçom das eleiçons atomizaria o movimento soberanista, entregaria o poder autonómico a umha coaligaçom liderada por Ciudadanos e deixaria abandonados e sem esperanças os presos e os exilados. Isso é tam evidente que, provavelmente, antes de se guindarem ao valeiro os dous grupos fechem ainda que for em falso um acordo de mínimos para nom perder o pouco poder que lhes resta, porém desgraçadamente a prioridade do novo Govern há ser tanto a administraçom como a resistência. As circunstâncias som tam difíceis e os ataques som e ham ser tam brutais que ham requerer o Govern mais sólido e audaz da história, e isso só vai ser possível se se alicerça na unidade sem fendas do movimento soberanista no seu conjunto.

Em condiçons ideais, quer dizer, numha situaçom política normalizada, sempre havia ser melhor que a sociedade catalá se puder expressar em toda a sua diversidade e que os soberanistas de direitas ou de esquerdas, religiosos ou leigos, partidários do “tranvía” ou da locomotora negra, defendessem os seus projectos separadamente, procurando o apoio maioritário que lhes permitisse implementar o seu ideário, mas o momento político actual nom tem nada de ideal, nem normal, mais bem a situaçom é dumha emergência que obriga a tomar determinaçons excepcionais. O que está em jogo nom é qual grupo ou partido hegemoniza o soberanismo, senom se o soberanismo pode seguir a liderar o país ou tem que ceder diante do movimento espanholizador que integram os partidos que dérom apoio à aplicaçom do 155.

Deste ponto de vista, os soberanistas nom tenhem mais opçom que cerrar filas, esquecer as siglas de origem e remar todos na mesma direcçom. Nom somente para governarem na Generalitat, também os concelhos. Se forem juntos nas municipais do ano que vem, os soberanistas ham governar mui provavelmente Barcelona, as principais capitais e a imensa maioria dos municípios, porém, se forem divididos, o mais provável é que co bloco espanholista controle as principais cidades do país. E a imprensa local tornaria a publicar artigos como aquele de Carles Sentís de 1939 intitulado Finis Cataloniae.

A unidade política de grupos ideologicamente diversos sempre é difícil e inestável, mas as melhores épocas do autogoverno fôrom lideradas por movimentos transversais. Ou que era logo a Esquerra Republicana de Maciá, companys, Lluhí e Tarradellas? Ou a Convergência de Pujol, maioritária desde Pedralbes a Martorell e de Tortosa a Puigcerdá? JxCat, PdeCAT, ERC, CUP, a Assemblea Nacional, Omnium… som componentes dum movimento bastante menos heterogéneo que o Partido Democrata dos Estados Unidos. Poderia-se comprovar se agora figerem primárias e umha convençom. Numha Conferência Nacional do soberanismo catalám, de entrada, todos seriam republicanos.

*Publicado em elnacional.cat.